Arquivo de Inês Vieira - Fair Play

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José AndradeJulho 7, 20226min0

Com o Campeonato da Europa sub-20 prestes a começar e depois de três duelos no 1º Torneio Internacional de Pombal, vamos aqui olhar para a competição deste ano para percebermos as esperanças da seleção feminina sub-20 portuguesa que tem tudo para surpreender na Hungria.

Portugal – República Checa: Má entrada custou demais

No primeiro jogo em Pombal, a seleção feminina sub-20 saiu derrotada por 73-66 frente à República Checa. O mau começo de jogo custou esta derrota, mas mesmo perante os problemas iniciais Portugal conseguiu equilibrar e na segunda-parte mostrou bem mais. A turma das quinas não foi abaixo depois dos erros iniciais, mostrando capacidade de superação. Mariana Cegonho como sempre a precisar de pouco tempo de jogo para fazer a diferença, é aquela jogadora que causa impacto independentemente do tempo de jogo. Não foi o melhor resultado para começar, mas ficou a capacidade de recuperar perante as dificuldades dos dois primeiros períodos e ainda o grande jogo de Eva Carregosa.

Portugal – Polónia: Kamila Borkowska foi o maior desequilíbrio

No segundo duelo de preparação, Portugal perdeu frente à Polónia por 51-62. Resultado enganador, pois foi um jogo muito equilibrado, a seleção nacional começou muito bem, totalmente diferente do dia anterior, defensivamente bem mais fortes, mais agressivas, mas o problema estava em Kamila Borkowska, uma jogadora com mais de 2 metros que foi dominando no jogo interior deixando sempre Portugal em dificuldades. Mesmo com a presença de Borkowska, as lusas conseguiram através de um segundo quarto irrepreensível estar na frente ao intervalo, com a defesa a conseguir anular quase tudo no ataque das polacas, foram dois períodos de superioridade lusitana. A segunda parte trouxe novamente mais dificuldades, mau recomeço de jogo no terceiro quarto a fazer a diferença. Algum cansaço normal, mas a chave esteve nos 46 ressaltos ganhos pela Polónia contra os apenas 27 portugueses, com destaque óbvio para a já citada Kamila Borkowska que conseguiu 18.

Portugal – Lituânia: Fechar com chave de ouro

No terceiro e último duelo em Pombal, Portugal venceu a Lituânia por 54-37 fruto de um grande jogo das portuguesas. Exibição de alto nível desde os primeiros instantes. A equipa das quinas entrou mais pressionante, agressiva e assertiva, tudo pontos chaves para um primeiro quarto absolutamente arrasador de Portugal. A Lituânia não conseguia lidar com a defesa alta pressionante de Portugal e cometia muitos erros, as lusas entraram de forma acutilante. Destaques nesta primeira parte de excelente nível, Inês Vieira e Leonor Paisana, não só pelo que jogavam como pelo que faziam jogar, sendo duas das peças mais importantes pelas ações defensivas. A segunda parte trouxe uma Lituânia melhor, o conjunto visitante cresceu e colocou mais dificuldades às portuguesas, mas nada de grave, a turma das quinas esteve sempre por cima, deu para testar algumas armas como Maria Lopes que conseguiu mostrar-se e estar muito bem nesta partida. Ficaram desfeitas dúvidas (se é que existiam), a seleção a mostrar que está pronta para a Hungria e para brilhar muito no Campeonato da Europa.

Depois deste torneio ficámos a conhecer a convocatória final desta seleção feminina sub-20, nota para a ausência de Natália Santos por lesão e de Carolina Duarte que foi um dos maiores destaques neste torneio de Pombal, ela que ultrapassou a lesão e se mostrou muito nestes três jogos. Olhando para a convocatória constatamos que está repleta de talentos e de várias jogadoras que podem vir a assumir como grandes protagonistas deste Europeu, é necessário destacar e sem querer entrar em previsões,  Mariana Cegonho ou Sara Peres que podem vir a ser os jokers deste conjunto.

As adversárias de Portugal no Grup oD, chegam com um pouco mais de experiência na divisão A: a Letônia tem três terceiros lugares nas ultimas tantas participações e a Sérvia dois segundos e um terceiro, além disso as portuguesas são o conjunto mais baixo em altura (1,73 metros de média) frente 1,78 m das sérvias e 1,80 m da Letónia e da Irlanda, mas nem a história, nem a altura são chaves para algo, aliás as nossas seleções jovens já conseguiram bater por diversas ocasiões cada uma delas e surpreender muita gente e é exatamente isso que pode  acontecer na Hungria. Portugal parte um pouco como underdog.

A Irlanda chega com Hazel Finn, base de qualidade e que mostrou isso mesmo no Europeu de sub-18, Sarah Hickey base de perfil diferente, mais alta e com maior capacidade física, Ciara Barne ou ainda Abigail Lafferty uma extremo de qualidade e que foi (e ainda é) de ser uma das protagonistas do lado Irlandês.

Olhando para a Sérvia, Isadora Tripkovic uma base que chega depois de uma grande temporada no Duga, as quintas classificadas na Liga desse país, depois Ana Bukvic uma jogadora versátil, que se destacou nas sub-18 e que também ela vem de uma grande temporada ao serviço do Art Basket, segundas classificadas no mesmo campeonato. Desta seleção podemos ainda destacar, Nevena Rosic uma base completa e com imenso talento ou ainda Marta Jovanic uma quatro que vai ser com toda a certeza uma das peças mais importantes deste conjunto sérvio.

Já na Letónia, saltam à vista nomes como, Katrina Ozola uma jogadora de posição que se destacou no Europeu sub-18 inclusive frente a Portugal, ainda podemos falar de Ieva Kurzane ou Elizabete Bulane, duas bases que também já são conhecidas das lusas fruto desse tal duelo. Destaque ainda Luize Sila, de apenas 17 anos, mas que já foi aposta no TTT Riga, uma atleta com experiência de Euroleague, aliás foi uma aposta clara na competição europeia somando mais de 200 minutos, 2.6 pontos e 1.8 ressaltos de média por jogo.

Portugal vai ter pela frente adversários duros, experientes, mas que já são conhecidos em muitos casos desta geração ou mesmo de outra seleção nacional. Tarefa que vai ser exigente, mas as esperanças e as expetativas estão em altas a poucas horas do começo deste Campeonato da Europa na Hungria.

Ficou aqui um olhar para os últimos duelos e um pouco para os futuros adversários no Europeu. Muita qualidade nas lusas e mesmo consciente que a tarefa será muito complicada, a certeza é de que esta seleção feminina sub-20 nos vão orgulhar e conseguir um grande resultado na Hungria.

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José AndradeDezembro 8, 20217min0

Hoje vamos falar de hóquei em patins, da competitividade, dos grandes nomes e dos favoritos no Nacional Feminino, por isso mesmo temos muito para falar sobre a muita qualidade existente no nosso hóquei em patins feminino.

Nesta primeira fase, o campeonato nacional está divido em três zonas, norte, centro e sul podendo assim concentrar as equipas e impedir grandes deslocações, daqui as 3 primeiras classificadas da zona norte e sul, mais as 2 primeiras classificadas da zona centro vão-se apurar diretamente para a fase final, as restantes equipas vão disputar uma prova de apuramento do 9º ao 17º lugares.

Zona Norte – Feira imparável

Tabela Classificativa zona norte
  • O Clube Académico da Feira lidera no Norte do nosso campeonato, uma equipa que pode surpreender na próxima fase as equipas do Sul, é um conjunto muito bem orientado por Miguel Resende que se reforçou de forma acertada no verão. Joana Teixeira é a estrela, uma das melhores jogadoras nacionais, uma jovem com um talento enorme e prova disso os 26 golos que já marcou nestes primeiros 6 jogos.
  • Ainda na zona norte, temos de falar do CH Carvalhos, uma equipa que perdeu uma das estrelas, Raquel Santos que foi para o SL Benfica, mas que tem vindo a crescer, Rui Batista tem conseguido implementar as suas ideias de jogo e está cada vez mais evidente a melhoria de forma de jogo para jogo. A grande figura é Teresa Morais, uma das estrelas do hóquei em patins nacional, apesar da juventude é já uma certeza e este ano volta a mostrar ainda mais que na época transata.
  • A luta pelo terceiro lugar vai ser muito animada até ao fim, três equipas que apesar da diferença pontual para as duas da frente, são sempre complicadas como já se viu nos duelos com o duo da frente.
  • Nos destaques individuais, temos ainda de falar de alguns nomes como, Sofia Ferreira do Académico FC, Matilde Lua do ACD Gulpilhares, Maria Inês Rodrigues do ACD Vila Boa Bispo, ou Inês Freitas do CH Carvalhos e Mónica Alho do CA da Feira.

Zona centro – No meio está imensa qualidade

Tabela classificativa zona centro
  • No centro do nosso campeonato, começamos por falar da AD Sanjoanense que lidera nesta altura, um conjunto que mudou de treinador, Carlos José subiu dos sub17 para ajudar esta equipa a subir ainda mais um patamar, se já era uma das equipas mais fortes, a entrada de Ana Sofia Silva e a nova ideia de jogo deixou esta equipa ainda mais capaz de surpreender na próxima fase. É difícil escolher apenas um destaque individual nesta Sanjoanense, por isso temos que falar de Inês Ferreira e Joana Rodrigues, dois nomes já consagrados do nosso hóquei que entraram com tudo nesta temporada, duas jogadoras que impressionam em todos jogos, tanto pela garra como pela imensa qualidade.
  • Depois temos que falar da Associação Académica de Coimbra, uma equipa que perdeu nomes importantes para algumas das rivais, principalmente Alice Vicente que se mudou para o Sporting CP, mas a verdade é que as entradas têm vindo a acrescentar muito, principalmente Eva Faim que chegou do AF Arezede e que demonstra a cada partida o porquê de ser uma figura do nosso hóquei. Nos destaques individuais além de Eva Faim, temos Catarina Costa, melhor marcadora da zona centro com 23 golos, ela que se tem afirmado como um nome grande fora dos grandes, é uma figura cada vez mais em destaque no Nacional feminino e vai de certeza no final da época ter mais reconhecimento porque como tem vindo a fazer a cada jogo, tem muita qualidade.
  • Nas outras equipas na zona centro, temos uma luta grande pelo terceiro lugar, como esperado o Antes pela juventude está a sentir mais dificuldades, mas a verdade é que mesmo com os problemas defensivos o Escola Livre Azeméis vai demonstrando que vão ter de contar com elas.
  • Em outros destaques individuais da zona centro, temos Lorena Machado do AF Arezede, Inês Campos do Escola Livre Azeméis, Sofia Portugal do CENAP ou ainda Ana Sofia Canoso do AF Arezede e Catarina Viola do AD Sanjoanense.

Zona Sul – Dérbi à vista pelo título

Tabela classificativa zona sul
  • Na nossa última zona, o Sul, a equipa do Benfica lidera, as octacampeãs nacionais entraram como acabaram, a vencer e ainda só empataram um jogo frente ao maior rival, mas a verdade é que este conjunto de Paulo Almeida que tem vencido tudo, mudou algumas caras, mas continuou muito forte. Marlene Sousa, Maca Ramos, Maria Sofia Silva ou Maria Vieira são das melhores jogadoras do mundo e colocam a equipa encarnada como uma das mais fortes a nível europeu, a entrada de Raquel Santos ou Cata Flores ajudaram a que a rotação fosse ainda melhor e com isso mais capaz de vencer tudo novamente internamente e de sonhar com a conquista da Europa.
  • Sporting CP, segue no segundo lugar, a turma de Nuno Pinto reforçou-se muito bem, nesta altura e depois do período onde sentiram a falta de jogos a equipa vai melhorando a olhos vistos, as caras novas estão cada vez mais entrosadas e o rendimento coletivo e individual tem subido muito a cada jogo. Uma base sólida nacional, jogadoras de seleção e que já se conhecem muito bem, como Cláudia Vicente, Sofia Moncóvio, Margarida Florêncio ou entre outras as gémeas, Rita e Rute Lopes e a verdade é que entradas de jogadoras como Rita Batista ou Inês Vieira ajudaram a subir a fasquia qualitativa deste conjunto que sonha em chegar ao título.
  • No que se refere a outras equipas, apenas o Tojal demonstra não ter capacidade para discutir os três primeiros lugares, muito pela juventude que pode não render para já, mas que no futuro nos vai dar muitas alegrias. CA Campo Ourique e Stuart HC Massamá vão lutar pelo terceiro lugar, duas equipas históricas e sempre complicadas que se reforçaram muito bem e que também elas subiram de patamar, criando assim mais dificuldades às equipas favoritas, algo muito benéfico para o campeonato.
  • Nos destaques individuais, temos muitos nomes para falar, mas alguns dos nomes em maior evidência são os de Inês Florêncio e Rita Dias do CA Campo de Ourique, Inês Baudouin e Tânia Freire do Stuart HC Massamá e ainda Sofia Carvalho do Tojal.

Os favoritos ao campeonato Nacional são os rivais de lisboa, mas verdade é que existiu um crescimento nas outras equipas abaixo, algo que permite uma maior luta nesta altura pelos primeiros lugares nas três zonas do campeonato e que nos faz crer que na próxima fase os duelos vão ser ainda mais disputados, mas a verdade é que temos tido jogos repletos de emoção e um campeonato que não se pode perder.


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