O Futebol de Bolso fizeram uma viagem ao passado e escolheram 4 Prendas no Sapatinho de Porto, Sporting e Benfica que ninguém queria
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Nesta rubrica vamos visitar o contrário do “Flop”, ou seja, jogadores que chegaram a Portugal sem grande espalhafato e conseguiram não só se afirmar como foram preponderantes para o sucesso das suas equipas, caso de Hulk, Angel Di Maria ou Islam Slimani.
Givanildo Vieira de Souza, mais comumente conhecido por “Hulk“, é ainda um dos jogadores brasileiros mais decisivos dos últimos 10 anos, tendo marcado 399 golos como atleta sénior no decurso de uma temporada carregada de títulos, troféus e recordes. Mas em 2008/2009 poucos eram aqueles que conheciam o então reforço de Verão do FC Porto, e ainda eram menos aqueles que apostavam numa carreira de sucesso ao serviço do clube da Invicta, com a maioria até a ridicularizar o facto de ter vindo do Japão. A verdade é que após quatro temporadas, Hulk tornou-se uma referência e um dos principais destaques da equipa, tanto pelos golos memoráveis que marcou, como pelas assistências e jogadas mirabolante que criava e os títulos que ajudou a levantar.
No Verão de 2008, Jesualdo Ferreira receberia um reforço para o ataque no fim de Julho, com Hulk a assinar contrato por 4 anos a troco de 5,5M€ por 50% do passe com várias sobrancelhas a se levantarem perante esta decisão. O que é que a direcção do FC Porto (na altura nos seus últimos momentos de glória) saberia que a maioria do público não? O caminho do extremo começou de forma “calma”, aparecendo uns quantos minutos aqui e ali. No seu primeiro jogo para a Primeira Liga marcou um golo que fez barulho até nos Clérigos, levantado o público do Dragão em total apogeu.
Força, velocidade, poder de explosão, genica e pormenores técnicos geniais, eram os ingredientes que o brasileiro ia mostrando mas que ainda assim não era suficiente para convencer o público… ou Jesualdo Ferreira. Hulk só seria titular pela primeira vez em finais de Outubro de 2008, jogando 90 minutos na derrota por 2-3 frente ao Leixões. A partir daí, nunca mais deixou o 11 e terminaria a temporada com 9 golos marcados e 10 assistências, isto no decurso de 40 jogos, alguns dos quais decididos pelo seu jeito especial de dominar a defesa contrária. Dobradinha logo no ano de estreia, nada melhor para quem era um perfeito desconhecido.
Do gozo de ter um nome de super-herói e de ter vindo do Japão sem grande reputação (até porque o Verdy estava na 2ª divisão da J-League), Hulk lutou para conquistar o seu espaço no clube, convencendo Jesualdo Ferreira e a se tornar um dos principais activos da equipa. Na época seguinte, voltou a assinar número extraordinários apesar de ter sido suspenso na liga (a situação do “Túnel”), com 10 golos e 12 assistência isto em 30 jogos. Givanildo de Souza ia galgando foco de interesse e apoio, surgindo sempre como um dos principais perigos do ataque do FC Porto, com aquela volatilidade técnica e agressividade física a serem armas fulcrais.
Mas foi em 2010/2011 que tudo atingiu outro patamar e o “ás” inesperado ganhou um lugar entre os principais pergaminhos do futebol português. Depois de uma época em que praticamente não jogou metade dos encontros do FC Porto, Hulk decidiu subir dois níveis e começou logo com um clássico inesquecível ante o SL Benfica. 5-0, dois golos do Incrível e duas assistências também, calando aqueles que ainda duvidavam da sua qualidade.
Liderados por André Villas-Boas, o FC Porto conquistou todos os títulos nessa época, com uma Liga Europa a surgir também debaixo do braço dos vencedores. Hulk “só” fez 35 golos e 32 assistências, números que só Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e mais uns poucos conseguiram nos últimos 20 anos. Um sucesso de larga escala e que merecia ter ido para outras paragens, mas que o futebol quis que fosse para a Rússia e China, dois campeonatos mais “esquecidos”.
Sim, no fim de contas Hulk acabaria por custar praticamente 20M€ ao clube, mas foi vendido, na altura, por um valor altíssimo para os cofres dos azuis-e-brancos, lembrando que chegou como um perfeito desconhecido naquele Julho de 2008. Reinou com a mesma preponderância por todos os clubes que passou, ajudando o Zenit, SIPG e Atlético Mineiro a conquistarem troféus e com 49 jogos pela canarinha. Quando está nos últimos anos de carreira, o extremo-avançado está prestes a passar a marcar dos 400 golos, algo que só está ao alcance de uns quantos.
Uma das melhores cartadas inesperadas de sempre por um clube português…
Há precisamente 10 anos, no dia 7 de novembro de 2010, num jogo icónico, o @FCPorto venceu o @SLBenfica por 5-0 no Dragão.
Hulk fechou a contagem ao minuto 90, com este golo bem ao seu jeito.#LigaNOS #LigaPortugal #VSPORTS #JogasMuito pic.twitter.com/rzelDuu6wc— VSPORTS (@vsports_pt) November 7, 2020
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