Arquivo de FC Arsenal - Fair Play

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Rute RibeiroMarço 19, 20245min0

O último sorteio deste formato da Champions League foi feito a 15 de março. As oito equipas que chegaram até aqui, ficaram assim a conhecer o seu adversário e o possível caminho até à final. Algumas procuram a glória que nunca alcançaram, outras tentam repetir as conquistas passadas.

Neste artigo vou partilhar as minhas previsões para cada confronto, incluindo quem eu acho que irá passar em cada fase até sobrar apenas a equipa que levantará o troféu e será coroada campeã da competição com maior prestígio no futebol de clubes.

Começando pela história destes clubes na competição: as 8 equipas já estiveram presentes em finais, mas apenas 5 tiveram a felicidade de levantar o troféu mais cobiçado pelos clubes europeus.

É verdade que a história passada não entra em campo para jogar pela equipa atual, mas claramente que por estes dados podemos ver quem tem maior pedigree Champions e quem ainda anda à procura de encontrar o seu momento de glória.

Deixando então de lado estes dados que trouxe apenas a título de curiosidade, vamos então falar dos jogos que o sorteio ditou, mas não sem antes deixar um disclaimer:

Estes são os meus palpites sobre o que vai acontecer na Champions até à final. Posso ter a sorte de acertar em todos, só em alguns ou até falhar redondamente em todos e termos algumas surpresas. É também essa a magia do futebol, aquilo que nos cativa – a incerteza do que vai acontecer, porque no fim são 11 contra 11 e ganha quem se sair melhor nesse dia em campo.

Quartos de Final:

Atlético v Dortmund: A última vez que se cruzaram foi na fase de grupos de 2018/19 tendo o Dortmund vencido em casa por 4-0 e perdido na segunda volta por 2-0. Ainda restam alguns elementos de ambos os plantéis, mas desta vez Witsel irá jogar pelos Colchoneros.

Olhando para o que se passa em termos caseiros, ambas as equipas estão na “cauda” do acesso à Champions e em caso de falharem o acesso pelo campeonato, convém ter um plano B em ação – vencer esta edição da Champions. Spoiler alert: Não acredito que nenhuma vença, mas vocês mais à frente vão ver isso.

O Dortmund, na minha opinião, é a equipa que passa neste confronto. Vai sofrer em Madrid, mas a decisão vai ser em Dortmund, e acredito que conseguem com o apoio dos seus adeptos selar o apuramento em casa.

PSG v Barcelona: Quem me conhece, sabe que sou adepta da equipa blaugrana e nada me deixaria mais feliz que ver o Barcelona voltar a erguer este troféu. Há também dois dados que quero deixar aqui associados apenas a título de curiosidade – é a primeira vez que o Barcelona chega a esta fase da Champions desde a partida de Lionel Messi e, da última vez que jogaram os oitavos contra o Napoli (2019/20), os resultados foram exatamente iguais aos desta época, mas acabaram a cair na fase seguinte (jogada a uma mão apenas) com uma derrota pesada de 2-8 contra o Bayern. Voltando agora ao presente, não acredito numa repetição de “La Remontada” de 2016/17 e infelizmente, por muita vontade e ambição que a equipa catalã tenha, é teoricamente impossível fazer frente à equipa do PSG liderada por Luis Enrique, treinador que liderou o Barcelona nesse confronto histórico referido anteriormente. Resumindo, passa o PSG e provavelmente sem grandes dificuldades.

Arsenal v Bayern: Este para mim é simples. O Arsenal ainda está a tentar vencer o campeonato inglês, enquanto que o Bayern em princípio verá o Leverkusen a ser campeão. O Arsenal vai estar cansado e o Bayern vai estar com o foco apontado a esta competição. Passa o Bayern.

Real Madrid v Manchester City: A final antecipada, o jogo mais interessante dos quartos, o jogo que estragou a minha previsão pré-sorteio “se não se encontrarem até à final, está definida a final da competição”. Vai ser um jogo difícil para ambos os lados. Olhando para as duas épocas anteriores, em 2021/22 o Real só conseguiu vencer no tempo extra e na época seguinte, o Manchester City garantiu o acesso à final de uma forma mais confortável.

Não vou meter o clubismo de lado e como adepta do City, dou-lhes a vitória a eles. Se falhar nesta previsão, o Real então irá provavelmente ser o vencedor desta edição da Champions.

Meias-Finais e Final:

Aqui não vou fazer grandes análises. Para mim, a partir daqui ganha o mais forte (teoricamente).

Dortmund v PSG: Voltam a encontrar-se após a fase de grupos onde o PSG foi mais feliz no resultado (2-0 em Paris e 1-1 em solo alemão). Não sei se replicam os resultados, mas passa o PSG.

Bayern v Manchester City: Basta olhar para as duas equipas. O Bayern pode trazer algumas dificuldades ao City, mas no fim a equipa azul garante a presença em mais uma final.

PSG v Manchester City: A equipa que ainda sonha em levantar pela primeira vez a Orelhuda contra a equipa que procura revalidar o título numa época em que ainda estão também a ver se é possível repetir o Treble do ano anterior. Diria que ainda não é desta que Kylian Mbappé irá colocar as mãos no troféu, mas se realmente for a caminho do Real Madrid, não irão faltar oportunidades para concretizar esse sonho no futuro.

A 1 de junho de 2024, o City irá erguer a taça em Wembley e despedimo-nos para sempre deste formato da competição.

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Francisco IsaacOutubro 27, 20224min0

Halloween ou Dia das Bruxas, é uma tradição anglosaxofonica que acabou por ganhar raízes noutros países, entre eles Portugal, e no espírito de celebrar este dia que tem um especial gosto nas crianças e jovens – e também em adultos -, relembramos algumas das melhores máscaras usadas por jogadores do Mundo do futebol quando festejaram um golo.

KASPARS GORKSS – O LOBO DE READING

Não foi quando colocou um remate certeiro no fundo das redes, mas foi nos festejos depois do Reading ter conseguido subir para a Premiership na época de 2011/2012, que Kaspars Gorkss decidiu enfiar uma máscara de um lobosimem pela cabeça a baixo, e entrar na festa da subida com este item peculiar. Porquê a máscara de um lobo? Porque nos jogos do Reading o público costumava entoar esta canção que teve a sua origem nos jogadores desta equipa inglesa, que adveio de um cântico em honra de Jason Robertson, ponta-de-lança que tinha a alcunha de “Big Bad Wolf”. Depois de uma temporada emotiva, o Reading acabaria por subir de divisão como campeão da Championship, e Gorkss surpreendeu todos com aquela máscara icónica, que acabou por desaparecer no meio dos festejos!

RAÚL JIMÉNEZ – SIN CARA DO MOLINEUX

Raúl Jiménez é uma das maiores estrelas do Wolverhampton FC e da selecção do México, apresentando-se como um prolífero goleador que nunca esqueceu as suas raízes, continuando extremamente ligado às suas origens, amigos e familiares daquele país da América do Norte. Entre os comparsas mais próximos do ponta-de-lança está José Rodriguez, mais conhecido por Sin Cara, lutador de luta-livre (já esteve na WWE, por exemplo, e coleccionou todos os maiores títulos no México), e a 7 de Abril de 2019, o artilheiro decidiu fazer uma honra especial ao seu amigo.

Na meia-final da Taça da Inglaterra, frente ao Watford (que acabaria por ganhar por 3-2 e avançar para a final da competição), Raúl Jiménez desenhou um espectacular golo que irrompeu o estádio em altos festejos, com o avançado a rapidamente a ir por detrás da baliza e “descobrir” a máscara de Sin Cara, colocando-a para o gaúdio dos adeptos do Wolves. Um golo artístico quase como um somersault da luta-livre, com carimbo de Sin Cara presente!

PIERRE-EMERICK AUBAMEYANG – O HOMEM DAS MIL CARAS

Sabiam que Batman, Homem-Aranha e Pantera Negra são a mesma pessoa? É verdade, sim senhora, bem pelo menos nos campos de futebol o é, pois Pierre-Emerick Aubameyang já fez uso de diversas e diferentes máscaras, surpreendendo as bancadas do Saint-Étienne, Borussia Dortmund ou FC Arsenal, empunhando aquele ar alegre com o instinto matador a cada novo golo marcado.

Em França, no histórico Saint-Étienne foi o Homem-Aranha a trepar os postes para marcar golos deliciosos, sendo que em Londres vimos o aparecimento do Black Panther, mas foi talvez pelo Dortmund que vimos a melhor combinação de máscaras, pois não só era ele o Batman, como tinha um Robin ao seu lado, de seu nome Marco Reus, com o avançado alemão a alinhar na brincadeira. Múltiplas máscaras, o mesmo goleador nato que fez vibrar fãs por todos os cantos do futebol europeu e mundial.

FACUNDO SAVA – O ZORRO DAS PAMPAS

Para terminar, vamos a um dos primeiros mascarilhas do mundo das histórias de quadradinhos, de seu nome Don Diego Vega, ou, como todos o conhecemos, El Zorro, que passou para dentro dos relvados pela mão de Facundo Sava – outros futebolistas também o fizeram, atenção -, que a cada novo golo marcado, arrancava uma máscara do Zorro bordada com o logotipo do clube que servia, e ia até às bancadas arrancar aplausos e festejos, mostrando-se um homem do povo. Sava equipou esta máscara quer no Gimnasia LP, Celta, Racing Club, Quilmes, ou Fulham, trazendo esta magia do Zorro para dentro das quatro-linhas.

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Pedro PereiraJulho 28, 20214min0

Caderneta dos Cromos traz mais três cromos especiais do futebol inglês e da Premier League, que vai desde o “gunner” Kolo Touré, ao estratega Gianluca Vialli e ao “coach in the making” Ole Solskjaer (faz a sua 2ª aparição nesta lista), e podes conhece-los melhor através destas histórias.

O DIA EM QUE TOURÉ “CORTOU” WENGER

Continuarmos na página da caderneta do Arsenal. Hoje colamos Kolo Touré. Mas começamos no início da sua experiência no clube londrino e na Premier League: o dia em que foi fazer testes aos Gunners. Wenger costumava colocar os jogadores que estavam em testes em confronto directo com os seus melhores jogadores. Sendo Kolo central, apanhou Henry e Bergkamp pela frente. Cinco minutos de jogo, Kolo ceifa Henry por trás. Wenger grita para ele ter calma. Desculpe mister. passados dez minutos, sola na canela de Bergkamp.

Ársene Wenger desesperado grita para ele não destruir os seus avançados. Desculpe mister. O jogo continua e numa certa jogada, Kolo faz um corte, a bola ressalta, sobe e começa a cair no centro do terreno na direcção de Wenger que estava no meio campo a orientar a peladinha. Kolo, cego, só vendo bola vai a correr e ZAU corta a bola, corta Wenger corta tudo. Todo o plantel começou a rir. Inacreditável. Wenger foi para o posto médico. Em conversa enquanto levava gelo, Wenger tomou uma decisão: “Este garoto tem desejo nos olhos. É para assinar”

VIALLI, O TREINADOR-JOGADOR

Vialli chega ao Chelsea enquanto Ruud Gullit era o treinador. Vialli não era menino fácil de aturar. Ao longo da sua carreira teve alguns problemas disciplinares com os treinadores. Com Gullit não teve nada concreto mas havia tensão, com Vialli a pedir mais minutos e Gullit a pedir que o cromo fumasse menos e comesse menos fish and ships.

A verdade é que no final da época de estreia de Vialli, o Chelsea não renova com Gullit. E quem assume? Vialli, esse mesmo. Treinador-jogador. Como eu acho encantador este conceito. Ficou a pairar no ar que houve algum tipo de facada. Mas Vialli estava nem aí.

Chega o primeiro jogo como treinador a suceder o holandês. Era hora de mudança. Tinha chegado Gianluca Vialli. E logo contra o Arsenal numa segunda mão da Taça da Liga. Nessun drama. No momento da palestra, Vialli pegou numa série de copos, puxou de uma garrafa de champanhe e PLOC. À nossa. Beberam uma garrafa antes de entrar no relvado. E deu certo. Venceram por 3-0 e passaram à final. Lindo. Mas a melhor parte estava reservada para mais o final do jogo. Vialli decide tirar-se do campo. O treinador vai sair. Já com o resultado em 3-1 e com a passagem segura. Stamford Bridge levanta-se em massa e ovaciona o italiano. Momento lindo.

SOLSKJAER E O FIM

Diz ele que apanhou o bichinho de treinador através do @footballmanager mas sentia que algo faltava naquela experiência: as relações humanas. Factor esse que Alex Ferguson privilegiava. E ele percebeu que ali em Old Trafford, com aquele plantel, com aquela equipa e essencialmente com aquele treinador, ele estava a viver algo especial nesse aspecto. Por isso mesmo, a partir do ano de 2000 ele começou a escrever um diário sobre o que Alex Ferguson lhe passava (quanto valerá um diário destes?).
Como jogador, letal era a palavra que o definia.

Apesar de uma média de golos impressionante, ele adquiriu o título de super substituto, “the Super Sub” assim lhe chamavam os adeptos do Manchester United (vários golos nessa época na Premier League). Tudo começou em 1999. Não, não foi na final antológica da Liga dos Campeões. Foi num jogo contra o Nottingham Forrest (com Porfírio no plantel) em que o Manchester United vencia por 4-1 aos 72 minutos. Alex Ferguson disse para ele entrar, para controlar o jogo, segurar a bola na frente. Solskjaer pensou “tá bem tá”. Entrou e em 20 minutos e espetou quatro golos. 8-1 no final.

Claro que, depois naquela mágica noite de 26 de Maio em que ele entra aos 81 minutos de jogo e faz o golo da vitória nos descontos (arrepios) contra o Oliver Khan, eternizou a alcunha. “Eu sonhei tantas vezes durante a minha vida que faria um golo na final da Champions no ultimo minuto que quando aconteceu nem parecia real. Muitas pessoas vieram dizer-me que foi a melhor noite da vida deles (e para eu não contar isso à mulher deles). Conhecer-me tornou-se um grande momento para essas pessoas. Senti exactamente o mesmo quando conheci Diego Maradona em 1986. Fui até Oslo para assistir ao jogo da Noruega contra a Argentina. Quando terminou o jogo e Maradona estava a sair do campo e deu-me um aperto de mão. O melhor dia da minha vida.


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