Arquivo de Cameron Norrie - Fair Play

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André Dias PereiraFevereiro 28, 20233min0

Carlos Alcaraz foi o grande nome do circuito em 2022. Mas uma lesão que já vinha da temporada passada acabou por condicionar este inicio de época e a sua participação no Australian Open. Mas o espanhol está de volta ao circuito e já fez saber que o ano passado não foi um acaso. Por enquanto, participou em dois torneios, ambos na América o Sul. Venceu em Buenos Aires e foi finalista vencido no Rio de Janeiro. Curiosamente, o adversário foi o mesmo, o britânico Cameron Norrie.

Na Argentina, o número 2 o mundo acabou por levar a melhor por 6-3 e 7-5. Ao longo de todo o torneio, Alcaraz cedeu apenas um set. Aconteceu diante Laslo Djere, nos oitavos de final: 6-2, 4-6 e 6-2. No mais, o vice-líder mundial deixou para trás Dusan Lajovicb (6-4 e 6-2) e o compatriota Zapata Mirallas (6-2 e 6-2). O torneio contou ainda com nomes como Diego Schwartzman, Fabio Fognini e João Sousa. O português acabou por cair no seu primeiro jogo, diante Juan Carlos Varillas. O peruano, 77 do mundo, foi uma das sensações, chegando às semi-finais. Menos bem esteve iego Schwartzman. A jogar em casa acabou surpreendido por Zapata Miralles, outro semi-finalista e que viria também a alcançar essa condição no Brasil uma semana depois.

Embalado pelo triunfo na Argentina, Carlos Alcaraz seguiu para o Rio de Janeiro como cabeça de série, em busca o seu segundo título na prova. Mas desta vez foi Cameron Norrie quem levou a melhor, por 5-7, 6-4 e 7-5. Uma vitória de virada, revelando grande força mental por parte do britânico. Foi apenas o segundo triunfo de Norrie diante Alcaraz em seis jogos. Este foi o quinto título ATP do britânico na carreira e o primeiro de 2023. Uma vitória que lhe permitiu subir para o 12 lugar do ranking.

Alcaraz em dúvida para Acapulco

Mas embora a vitória do britânico tenha sido intensa, importa destacar também que Alcaraz sentiu dores durante toda a semana na coxa direita. E isso acabou por pesar também na final. Ainda assim, o número 2 do mundo optou por jogar não se retirar da decisão, conforme explicou depois o seu técnico. Para chegar à final, levou a melhor sobre Mateus Alves, Fabio Fogini e outra vez Dusan Lajovic. Por seu lado, Norrie eliminou Juan Cerundolo, Thiago Monteiro, Hugo Dellien e Zapata Miralles. No Brasil, Alcaraz teve ainda a chance de conhecer a favela da Rocinha.

O espanhol tenta recuperar a condição e número 1 mundial. E isso até pode acontecer em Acapulco. Contudo, as últimas notícias indicam que não deverá jogar o torneio ATP 500 do México. Justamente por motivo de queixas apresentadas no Rio de Janeiro.

Duzentos pontos separam Alcaraz de Djokovic. O sérvio, no mais, bateu o recorde de Roger Federer e tornou-se o jogador com mais semanas como número 1 do mundo. São agora 378 semanas a liderar o ranking.

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André Dias PereiraJulho 13, 20223min0

Se há jogador que nunca pode ser descartado é Novak Djokovic. O sérvio tem passado uma temporada difícil, com ausência em torneios importantes, afastando-se da liderança mundial. Chegou a dizer que o ténis não era mais a sua prioridade e que queria passar mais tempo com a família. Mas na hora da verdade, quando entra em court é para ganhar. E voltou a fazê-lo em Wimbledon. O torneio mais importante da temporada de relva foi como um jardim que viu o sérvio renascer na temporada para o mais alto patamar do ténis.

Djokovic não está na sua melhor forma mas ainda assim foi suficiente para levar o seu sétimo título no All England Club. E o 21 major da sua carreira. Pela primeira vez, Djokovic ultrapassou Roger Federer em títulos de Grand Slam e está apenas a um de Rafael Nadal. Contudo, a sua presença no US Open não está garantida por não se encontrar vacinado. E mesmo no Australian Open, em 2023, a sua presença não está confirmada, embora notícias circulem no Reino Unido a dizer que Djokovic poderá jogar em Melbourne, ao contrário do que aconteceu este ano.

Essa incerteza dá alguma vantagem a Rafael Nadal no que diz respeito à luta pelo maior número de Major. O espanhol caiu nas meias-finais por desistência, após afastar nos quartos de final Taylor Fritz. O maiorquino venceu por 3-6, 7-5, 3-6, 7-5 e 7-6, num jogo épico, em que esteve em grande inferioridade física. Nadal já não disputou as meias finais diante Kyrgios, que seguiu assim para a final.

E na final, Djokovic fez valer a sua superioridade. Ganhou por 4-6, 6-3, 6-4 e 7-6. O sérvio foi amplamente superior ao australiano, que jogou pela primeira vez uma final de Grand Slam. Kyrgios voltou a mostrar a irregularidade que tem pautado a sua carreira. Embora, reconheça-se, que tem vindo a melhorar nestes últimos dois anos. Kyrgios é indubitavelmente um dos mais talentosos do circuito, mas os altos e baixos têm marcado  sua carreira. É hoje 45 do ranking mundial. Ainda assim, soma seis títulos, o último dos quais em 2019.

As lágrimas de Djokovic

Este não foi um torneio fácil para Djokovic. Já se sabia. Até pela sua forma física e técnica em função da limitação de torneios em que pode participar. Ainda assim, entrou de forma tranquila diante Thanasi Kokkinakis (6-1, 6-4 e 6-2) e Miomir Kecmanovic (6-0, 6-3 e 6-4). Seguiram-se Tim Van Rijthoven (6-2, 4-6, 6-1 e 6-2), Jannik Sinner (5-7, 2-6, 6-3, 6-2, 6-2) e, nas meias-finais Cameron Norrie (2-6, 6-3, 6-2 e 6-4).

O sérvio não foi tão imponente quanto em outros títulos, mas este teve seguramente um sabor especial. E não por acaso, não evitou as lágrimas na hora de erguer o troféu. “Ganhar este troféu depois do que aconteceu em Austrália. Lembrar-me de todos os momentos maus”, começou por explicar. “Senti um alívio” disse, lembrando que é “um ser humano”.

Apesar do título, o sérvio cai quatro posições no ranking ATP. Isto porque o torneio não contou para os pontos, pois os tenistas russos e bielorrusso não puderam participar.

Apesar do continuo domínio do big-3 em Wimbledon, Cameron Norrie e Nick Kyrgios aproveitaram para mostrar o bom momento que atravessam. Esta foi, de resto, a primeira vez  que o britânico alcançou as semi-finais de Wimbledon. Atualmente no 12 lugar do ranking ele é hoje a maior esperança britânica para vencer em casa, depois do sucesso de Andy Murray.

Ainda assim, e apesar da idade, Nadal e Djokovic prometem continuar a dividir os maiores troféus de ténis. Federer também esteve no All England Club – e foi ovacionado – mas por enquanto continuará só na bancada.

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André Dias PereiraNovembro 23, 20214min0

Alexander Zverev conquistou, pela segunda vez, o Masters Final. Em uma final contra Medvedev, o alemão venceu por duplo 6-4. O título premeia uma temporada em cheio de Zverev. Aos 24 anos, o alemão é um nome grande do circuito, já há muito tempo entre top-10, mas que ainda não conseguiu ganhar um Major.

Mas se os Grand Slam são o seu calcanhar de Aquiles, o mesmo não se pode dizer de Masters. E em 2021 ninguém ganhou mais do que o alemão. São ao todo 59 vitórias que culminaram em 6 títulos: Acapulco, Madrid, Viena, Cincinatti, Jogos Olimpícos Tóquio e ATP Finals. Na carreira são já 19 troféus.

Em Turim, onde se jogou o ATP Finals, Zverev conseguiu vencer na final aquele que tem sido o seu algoz no circuito. Medvedev tinha vencido os últimos cinco confrontos entre os dois. Incluindo na fase de grupos deste ATP Finals. Também por isso, reconheceu o alemão, fez um dos seus melhores jogos do ano.

Zverev  começou por vencer Hurkackz (6-4 e 6-2) e o Berretini, que desistiu por lesão. A única derrota foi precisamente para Medeved (3-6. 7-6, 6-7). Os dois avançaram para as meias finais onde encontraram Djokovic e Casper Ruud.

Ruud confirma bom momento

O norueguês voltou a mostrar que atravessa um bom momento. Na primeira vez que jogou o ATP Finals, Ruud levou a melhor sobre o repescado Cameron Norrie (1-6, 6-3 e 6-4) e Hurkacz (6-2 e 6-2). A única derrota na fase de grupos foi diante Djokovic, que ganhou os três jogos.

Casper Ruud, número 8 do mundo, ganhou 5 torneios em 2021. É já o melhor tenista norueguês de sempre e o primeiro do seu país a jogar a competição. Pela consistência demonstrada e até pela idade, 22 anos, o mais provável é que no futuro possamos continuar a vê-lo neste torneio. Este ano, o sonho terminou nas meias-finais, diante Medvedev (6-4 e 6-2).

Quem também caiu nas meias finais foi Djokovic. Zverev repetiu o triunfo das meias finais em Tóquio, desta vez por 7-6, 4-6 e 6-3. Foi a quarta vez, em 11 jogos, que o alemão ganhou do sérvio. Apesar do desaire, este foi um grande ano para Nolan com triunfos em três dos quatro Grand Slam do calendário, igualando Federer e Nadal com 20 Majors.

Menos felizes estiveram Stefanos Tsitsipas e Matteo Berretini. O grego desistiu da prova devido a uma lesão no ombro direito. Jogou apenas um jogo, perdendo para Rublev por duplo 6-4. Para o seu lugar entrou Cameron Norrie, que acabou por perder os dois jogos feitos. O italiano também foi afastado na partida com Zverev. Foi substituído por Jannik Sinner. O também italiano ganhou de Hurkackz (duplo 6-2) mas perdeu para Medvedev.

Os registos de Zverev

“Não há melhor forma de terminar a temporada, por isso estou pronto para as férias”, disse Zverev. Com 59 vitórias é o jogador que mais ganhou em 2021. Mas os registos do alemão vão muito além disso. Ele é o décimo jogador da história a ganhar o torneio por mais de uma vez. Os outros são Federer (6), Djokovic, Sampras e Lendl (5), Nastase (4), McEnroe (3), Borg, Hewitt e Zverev (2).

Zverev é também o quarto jogador da história ganhar do número 1 e número 2 do mundo nas meias finais e final do torneio. A última vez que isso aconteceu foi em 1990.

O alemão olha agora para 2021 com forças renovadas. O próximo passo será a conquista de um Grand Slam. E esse tem sido o “Nemesis”. Mas até pelo declínio do Big-3, sobretudo Nadal e Federer, é bem possível que possamos começar a ver Zverev mais vezes em finais. Mesmo tendo a concorrência de Medvedev, Tsitsipas ou Rublev.

Para do processo passará também pela sua força mental. E o alemão tem investido muito nisso nos últimos anos. Agora, porém, seguem-se férias…

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André Dias PereiraMaio 25, 20211min0

Stefanos Tsitsipas conquistou em Lyon o seu sétimo título como profissional. E o segundo de 2021. O grego já tinha ganho em Monte Carlo e agora volta a vencer em França.

Mais do que o título, Tsitsipas dá um aviso que está em um grande momento de forma e que pode ser, sim, um forte candidato a Roland Garros, na próximas semana. Aos 22 anos, é um dos mais sólidos jogadores do circuito. Com finais e títulos relevantes, como o Masters Final em 2019.

Agora, em Lyon, voltou a dar uma demonstração de força; Contra Cameron Norrie, o grego venceu por duplo 6-3, somando mais 250 pontos, que consolida o seu quinto lugar na hierarquia. Para trás deixou adversários como Toomy Paul, Yhioshihito Nishioka e Lorenzo Mussetti. Mas o torneio contou com outros nomes de peso como Dominic Thiem, Gael Monfils ou Gasquet.

Apesar da derrota na final, Cameron Norrie tem razões para sair feliz de Lyon. O britânico jogou a sua terceira final, a segunda deste ano. Recorde-se que Norrie foi finalista vencido no Estoril, em Portugal. Os resultados mostram que está em uma boa fase, tendo derrotado o favorito Dominic Thiem em Lyon, por 6-3 e 6-2.

As baterias estão agora apontadas para Roland Garros

 

 

 


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