Wimbledon: o favoritismo de Nolan e o sonho de Alcaraz

André Dias PereiraJunho 30, 20233min0

Wimbledon: o favoritismo de Nolan e o sonho de Alcaraz

André Dias PereiraJunho 30, 20233min0

Todos os Grand Slam são especiais. Mas o torneio de Wimbledon, até por ser o mais antigo, continua a ser a prova rainha do ténis. Aquele torneio que separa os meninos dos cavalheiros, como é habitualmente denominado. Já com Federer aposentado, a questão que se coloca é se algum tenista em atividade personifica tão bem a prova quanto o suíço o fazia.

Há Djokovic, claro, mas o sérvio é um todo o terreno, um mestre da eficácia, sem a elegância de movimentos que caracterizou Federer. E, talvez por isso, mesmo que Nolan se torne campeão e o maior vencedor do torneio com 8 troféus, porventura Federer continuará a ser a grande referência do All England Club.

Vencedor de Roland Garros e maior campeão de Majors, Djokovic é o grande favorito a vencer em Londres. Atravessa uma boa forma e já provou que nos momentos-chave não facilita.

Com Nadal afastado até final do ano, Carlos Alcaraz é, novamente, o principal rival do sérvio. Foi assim também em Roland Garros. Os dois encontram-se nas meias-finais mas o espanhol ressentiu-se de uma lesão e jogou muito condicionado. O jogo mais esperado do ano acabou por não se traduzir no que todos queriam. E sem Alcaraz, Nolan ficou com caminho aberto para novo título.

Os dois jogadores podem escrever um novo capítulo em Wimbledon. Mas poderá o menino de 20 anos tornar-se tão cedo um cavalheiro?

Essa não é um pergunta de resposta fácil. A relva não é de todo o piso mais favorável a Alcaraz. Até há pouco tempo o espanhol não tinha ganho sequer a ninguém do top-30 neste tipo de piso. Mas se há coisa que estamos a aprender com Alcaraz é a sua capacidade de evoluir. E a verdade é que chega a Wimbledon como número 1 o mundo após triunfo em Queens, uma antecâmara para o All England Club,

Carlitos, o camaleão dos courts

Em Queens, Carlitos deixou para trás adversários como Dimitrov, Korda e De Minaur. É, pelo menos um bom sinal. E também um sinal da sua facilidade de adaptação. Para termos um comparativo, em Madrid, torneio que Alcaraz também venceu, devolvia o primeiro serviço posicionado 4,8 metros atrás da linha de fundo. Mas em Queens, na relva, diminuiu essa distância em 1,4 metros.

Djokovic é o campeão em título e há 4 anos que tem sido sempre assim. Desta vez, talvez, o seu favoritismo seja ainda mais vincado. Mas não dá para descartar Alcaraz, nem Medvedev ou Sinner. O russo tem sido um dos jogadores mais consistentes da temporada, apesar de não ser tão dominante na relva. Já Jack Sinner tem sofrido com lesões o que o obrigou a desistir de Halle. Há ainda alguns ousiders como Kyrgios, Rublev, Tsitsipas ou Bublik mas tudo dependerá da forma como forem evoluindo.

O torneio prolonga-se e 3 e 16 de julho.


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