Vinte e quatro vezes Djokovic

André Dias PereiraSetembro 14, 20233min0

Vinte e quatro vezes Djokovic

André Dias PereiraSetembro 14, 20233min0
O sérvio venceu pela quarta vez o US Open e amplia o seu legado em Majors.

A discussão sobre o melhor tenista de sempre vai sempre existir. Ela pode centrar-se no campo emocional, na subjetividade estilo de jogo, ou pode centrar-se no campo mais racional, dos números. E os números não enganam. Novak Djokovic é o líder dos principais recordes ATP. No domingo ampliou a sua lenda ao chegar aos 24 títulos Grand Slam. São agora mais 2 face a Nadal e quatro em relação ao já aposentado Roger Federer. Um número impensável quando, há 15 anos, começou o seu percurso.

O sérvio venceu pela quarta vez o US Open. Aconteceu novamente diante Daniil Medvedev por 6-3, 7-6 e 6-3. O russo não fez um jogo mau, mas a verdade é que Djoker ainda tem essa incrível capacidade de elevar o seu nível de jogo quando necessário. Aliás, o próprio Medvedev reconheceu, no final, que sempre que o sérvio perde surge mais forte. Desta vez não foi diferente. E com uma capacidade física impressionante para os seus 36 anos. É certo que precisou de se deitar no chão após uma troca de 31 bolas, precisou de alongar durante o segundo set, mas em nenhum momento a quebra física condicionou decisivamente o seu desempenho.

Esta foi décima final de Djokovic em Flushing Maddows. Em 2021 os dois rivais enfrentaram-se, mas com vitória para o russo, o único Major que o russo conta no seu palmarés.

Para alcançar a final, Djokovic deixou para trás Alexandre Muller (6-0, 6-2, 6-3), Zapata Mirallez (6-4, 6-1, 6-1). Lazlo Djere (4-6, 4-6, 6-1, 6-1, 6-3), Borna Gojo (6-2, 7-5, 6-4), Taylor Fritz (6-1, 6-4, 6-4) e Ben Shelton (6-3, 6-2, 7-6).

Neste percurso, destaque para a recuperação sobre Lazlo Djere. Djokovic esteve à porta da eliminação, com uma desvantagem de 2 sets, mas conseguir virar, mostrando uma fome de títulos, mesmo aos 36 anos com tudo o que já conquistou.

Surpresas e desilusão

Um das boas surpresas do torneio foi Ben Shelton. O norte-americano, 20 anos de idade, diga-se, é uma das promessas do seu país. Em Nova Iorque alcançou o seu resultado mais expressivo, com as semi-finais, e é agora 19 do mundo. Durante o seu percurso afastou, entre outros, Frances Tiafoe, Tommy Paul e Dominic Thiem (desistência). No sentido inverso, Carlos Alcaraz, primeiro cabeça de série, caiu nas meias-finais para Medvedev. Mas em bom rigor, o mérito esteve do lado do russo, que continua a fazer uma temporada só superada pelo espanhol e pelo sérvio. Também Alex de Minaur pode ficar satisfeito com os oitavos de final. No sentido inverso, Zverev volta a cair nos quartos de final, este ano perante o melhor ténis de Alcaraz. Não é ainda o ideal, é verdade, mas é inequívco que o australiano tem vindo a evoluir.

Como a vitória no US Open, Djokovic torna-se o grande nome da temporada, mesmo com a consolidação de Carlos Alcaraz. Segue-se agora o ATP Finals para fechar a época e definir o maior mestre de 2023.


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