Jannik Sinner, o invencível, é bicampeão na Austrália

André Dias PereiraJaneiro 31, 20254min0

Jannik Sinner, o invencível, é bicampeão na Austrália

André Dias PereiraJaneiro 31, 20254min0
O italiano repetiu o triunfo de 2024 e já não perde desde Agosto.

O italiano Jannik Sinner voltou onde foi feliz em 2024 e sagrou-se bicampeão do Australian Open. E bem se pode dizer que a nova época começou mas os velhos hábitos do italiano mantêm-se. Desde Setembro último que Sinner não sabe o que é perder. São agora 21 triunfos consecutivos desde a última derrota com Alcaraz, no ATP de Pequim. Desde então, conquistou o Masters de Xangai, ATP Finals e Davis Cup. O italiano soma 19 títulos ATP.

Agora, na final com Zverev, o número 1 mundial venceu por 3-0 (6-3, 7-6 e 6-3), em uma partida com 2h45 de duração.

Aos 23 anos de idade, o italiano parece aproveitar a força da juventude para ganhar consistência em alto nível e todos os tipos de piso, e subir de patamar. Considerando a edição de 2024, Sinner soma incríveis 14 vitórias consecutivas na Austrália e apenas 2 sets cedidos.

A sua capacidade para trocar bolas e o seu aproveitamento de jogo de serviço são duas das suas principais forças. De tal forma que venceu a final sem enfrentar qualquer break point, algo que apenas Roger Federer (2003) e Rafa Nadal (2017) conseguiram nos últimos 25 anos.

Além disso, Sinner parece muito forte mentalmente. De acordo com a ATP, o número 1 do mundo, lidera o ranking de pontos em momentos chave do jogo, como break points, tie breaks e sets decisivos.  Isto é, pontos de pressão.

Para chegar na final, Sinner deixou para trás Nicolas Jarry, Tristan Schoolkate ,Marcos Giron, Holger Rune,de Minaur e Ben Shelton.

Zverev, título novamente adiado

Bem se pode dizer que para Alexander Zverev ainda não foi desta alcançou um título de Grand Slam. Esse é talvez o grande objetivo neste momento da carreira do alemão. Aos 27 anos já conquistou 23 títulos ATP, entre eles Masters 1000, ATP Finals, mas continua ainda sem Majors. E não é por falta de tentativas, já bateu na trave por três vezes: US Open (2020), Roland Garros (2024) e Australian Open (2025), num total de 14 finais ATP perdidas.

O número 2 do mundo não escondia a frustração de uma derrota onde verdadeiramente não teve chances diante da superioridade de Sinner. E ainda teve que ser confrontado por uma adepta que o abordou sobre alegações de violência doméstica, que remontam a 2020, em que a ex-namorada diz que o alemão a atacou antes de um Masters 1000.

De todo o modo, não deixa de ser um grande torneio por parte de Zverev, que eliminou ,Pedro Martinez, Jacob Fearnley, Ugo Hmbert, Tommy Paul e Novak Djokovic.

Entre os portugueses, destaque para Nuno Borges. O português eliminou Jordan Thompson (6-3, 6-2 e -4) mas foi afastado por Alcaraz na ronda seguinte (2-6, 4-6, 7-6, 2-6). Outro português, Jaime Faria, caiu na ronda inaugural perante Djokovic (1-6, 7-6, 3-6, 2-6). O luso veio da ronda de qualifying onde deixou para trás Gijs Brouwer (6-4, 6-3) e Dane Sweeny (6-2, 6-2). O terceiro português do torneio, Henrique Rocha, venceu o primeiro encontro do qualifying diante Henri Squire (6-3, 6-3) e depois Marlon Fucsovics (6-2, 7-6), mas cairia na terceira ronda contra Matteo Gigante (6-5, 7-5).

Djokovic, nova lesão

Entre outros favoritos ao título, Novak Djokovic caiu nas meias finais diante Zverev. O jogo só teve um set devido a desistência do sérvio, quando estava a perder no tie-break. O número 6 do mundo ainda fez uso de uma proteção na parte superior da perna mas não suportou a dor. Uma lesão que o afasta também da Davis Cup, onde a sérvia defronta a Dinamarca. Djokovic diz que tentou “mas começou a sentir cada vez mais dor”. Por enquanto ainda não é certo o período de ausência. Porém, considerando o momento de carreira e a idade (37 anos) é de acreditar que o 10 vezes campeão do Australian Open se foque nos Grand Slam e alguns Masters. De todo o modo, ainda deixou pelo caminho, nos quartos de final, outro favorito, o espanhol Carlos Alcaraz (6-4, 6-4, 6-3, 6-4).

E aos poucos parece que uma nova rivalidade se vai firmando no ATP. Alcaraz vs Sinner. O italiano, 23 nos, parece estar em um momento melhor, mas Alcaraz tem uma palavra a dizer. Essa é pelo menos a convicção do treinador Patrick Mouratoglou. “Não acho que Sinner esteja acima de Carlos. Quando Carlos estiver no seu melhor há um confronto equilibrado e não sei quem ganhará”.

Por outro lado, Angelo Binaghi, presidente da Federação Italiana de Ténis, reforça a sua confiança em Sinner. “Sempre pensei que o Jannik era muito mais forte que Alcaraz e que o seu adversário seria Zverev”.

Opiniões à parte, parece certo que os dois jogadores, até pela idade, deverão dominar o circuito. Mas por agora é o italiano o bola da vez.


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