Casper Ruud: a ascensão do maior tenista norueguês

André Dias PereiraOutubro 31, 20214min0

Casper Ruud: a ascensão do maior tenista norueguês

André Dias PereiraOutubro 31, 20214min0

Quando falamos de ténis, dificilmente associamos a Noruega a algum feito, ou jogador histórico. Contudo, Casper Ruud está aí para provar o contrário. Aos 22 anos, o norueguês não é apenas o maior nome da história do país na modalidade. Ele está ao lado de Erling Haaland (futebol) e Johannes Klaebo (Ski) como uma das maiores celebridades norueguesas. A pergunta que se impõe é: onde pode chegar o melhor tenista norueguês de sempre?

O caso não é para menos. Só este ano Ruud já conquistou 5 torneios: Geneve, Bastad, Gstaad, Kizbuhel e San Diego. Um feito que o coloca como o primeiro jogador, desde James Blake (2006), a ganhar 5 torneios 250 ATP. Em 2020, Casper Ruud venceu também em Buenos Aires. São, portanto, 6 títulos aos 22 anos. E não é tudo. Ele é também o primeiro norueguês a ganhar um torneio ATP e a chegar às meias-finais de um Masters 1000. Aconteceu em Monte Carlo (2021), Madrid (2021) e Itália (2020).

Sem surpresa, Ruud é o norueguês mais bem classificado de sempre, ocupando atualmente a oitava posição do ranking ATP.

Filho do ex-tenista Christian Ruud, Casper cresceu com Rafael Nadal como seu maior ídolo. Não por acaso, ao bom estilo europeu, a terra batida é o seu ponto mais forte. Aliás, a maioria dos seus resultados mais expressivos aconteceram nesse piso. É, por isso, reconhecidamente um dos melhores jogadores de terra batida da atualidade.

Ruud tornou-se profissional em 2015. Ainda com idade de júnior, iniciou o ano de 2016 liderando o ranking dessa categoria. Foi, também aí, o primeiro norueguês a conseguir esse feito.

A ascensão no ranking

Casper Ruud começou por ganhar experiência em torneios Futures e com isso foi subindo no ranking. Rapidamente, chegou à sua primeira final, em Espanha, ganhando sobre Carlos Taberner, em Paguera. Venceu, depois, mais 4 finais. Em Setembro jogou o seu primeiro Challenger. Ao ganhar a Taça de Sevilha, tornou-se o quarto mais jovem de sempre a fazê-lo. Terminou o ano como 225º do ranking ATP.

Após impressionar em 2016, recebeu um Wild Card para jogar um ATP 550. Foi no Rio Janeiro. Chegou à sua primeira meia-final da categoria e foi o mais jovem, desde Borna Coric, em 2014, a fazê-lo. Ainda em 2017 recebeu um Wild Card para jogar o seu primeiro Masters 1000. Aconteceu em Miami.

A sua primeira participação em um Grand Slam decorreu em 2018, no Australian Open. Ruud teve que passar pelos qualifyers. Aos 17 foi o primeiro norueguês a consegui-lo.  Acabou por ser eliminado na segunda ronda, por Diego Schwarzman, mas mais tarde apurou-se para Roland Garros e US Open. A sua evolução tem sido gradual. É, por isso, sem surpresa que o seu melhor desempenho em Majors tenha acontecido este ano. No Australian Open chegou à quarta ronda.

A primeira final e o primeiro título

O ano de 2019 foi o da sua primeira final ATP Tour. Aconteceu no Clay Court, no EUA, mas perdeu para Cristian Garin. Nesse momento, Casper igualava o seu pai com o maior feito da história do ténis norueguês. Os dois eram, até então, os únicos a chegar a finais ATP. Ainda em 2019, alcançou a sua primeira vitória em Masters 1000. No Open Itália, ganhou a Nick Evans e Nick Kyrgios. Acrescente-se que, nos últimos tempos, o norueguês e o australiano têm vindo a trocar farpas nas redes sociais.

O primeiro título de Casper Ruud e do ténis norueguês chegou em 2020. Foi em Buenos Aires diante o português Pedro Sousa. No mesmo mês chegou à final do ATP Chile, mas perdeu para Thiago Wild. Antes de tudo disso, liderou o seu país a uma importante vitória sobre os EUA na primeira ronda da ATP Cup.

Casper Ruud começava a ganhar consistência e o ano de 2021 tem colhido frutos disso. Para além dos 5 títulos ATP ainda fez parte da equipa europeia que ganhou a Laver Cup.

O estilo de jogo e o que tem a provar

Casper Ruud tem um estilo que favorece um jogo no fundo do court. É lá que gosta de controlar o jogo e dar fortes pancadas com de forhand. Apesar de ser destro, consegue poderosas pancadas de backhand. É na terra batida que se sente mais confortável, mas ainda precisa de ser mais consistente nos pisos mais rápidos. Para um jogador em ascensão, agora no top-10 mundial, e já com alguns títulos, é importante alcançar rondas mais avançadas em Majors. Sobretudo no Australian Open e US Open, mas também no relvado de Wimbledon.

Aos 22 anos, Casper Ruud tem o mundo à sua frente. Com um pouco mais de agressividade, veremos até onde aquele que já é o melhor tenista norueguês de sempre pode chegar.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS