Arquivo de Casper Ruud - Fair Play

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André Dias PereiraMaio 16, 20233min0

Pela primeira vez desde que é profissional, Rafael Nadal está fora de Roland Garros. O tenista espanhol tem vindo a recuperar de uma lesão abdominal, contraída na Austrália. Nas últimas semanas a dúvida sobre se o El Toro Miura ia jogar Paris pairava no circuito. Agora, Nadal confirmou as piores expectativas. “A lesão não evoluiu como queríamos. O mais importante, Roland Garros, é impossível”, disse, reforçando que “foi uma decisão do corpo”.

Dos 22 Grand Slam conquistados, 14 foram em Paris. É, com sobras, o maior campeão de sempre do torneio, ao ponto de já ter uma estátua junto ao recinto principal.

Nadal não joga desde o primeiro Major do ano e a data de retorno ainda é incerta. Por enquanto, vai cair para fora do top-100. Não que isso seja relevante para o maiorquino nesta fase da carreira, onde só quer jogar e ser competitivo. E, quem sabe, tentar competir com Djokovic no duelo particular do número de Grand Slams conquistados. Também por isso, esta é uma ausência que com certeza impacta Nadal.

Na mensagem que confirma a ausência de Roland Garros, Nadal admite pela primeira vez que poderá encerrar a carreira no próximo ano. Quer isso dizer que poderemos não ter mais Nadal a competir até final de carreira? Bom, por enquanto é precoce chegar a essa conclusão. Apesar de ser incerta a sua volta, o espanhol quererá, por certo, jogar ainda mais uma edição, talvez de despedida, de Roland Garros. A ideia, por enquanto, passa por voltar ao circuito no final deste ano.

Uma carreira de títulos e lesões

A carreira de Nadal é marcada por muitos títulos. Mas também lesões. Ao longo dos últimos 19 anos somou pelo menos 14 lesões importantes, algo que pode estar relacionado a um estilo de jogo muito físico e intenso. Joelhos, pés, braços, tendões, pulsos, costas. São muitas as mazelas do espanhol, que nunca dá um desafio como perdido. Em 2022, recorde-se, um problema muscular forçou Nadal a falhar os torneios prévios de Wimbledon, e a desistir nas meias-finais do major britânico. Depois, voltou a ressentir-se no US Open. Já este ano, um problema abdominal condicionou a sua participação no Australian Open.

Mas se Nadal vai sentir falta de Roland Garros, o torneio francês também terá a sombra do espanhol. O torneio, que arrancou a 22 de maio, prolonga-se até 11 de junho. Djokovic e Alcaraz são os grandes favoritos, na ausência de Nadal. É até difícil dizer, neste momento, quem detém maior favoritismo. Certo é que o sérvio perdeu a liderança mundial para o espanhol e só a voltará a conquistar o topo da hierarquia se for finalista. E ainda assim tem que torcer contra as performas de Alcaraz e Medvedev, os dois primeiros do circuito.

Alcaraz e Djokovic, Medvedev e Ruud

Alcaraz está, de resto, em grande forma. Já venceu três títulos este ano, incluindo os Masters de Madrid e Indian Wells, e a terra batida é o seu título preferencial. O sucessor natural de Nadal, que completou recentemente 20 anos, é o maior fenómeno do ténis desde o Big-3. Depois de ganhar o US Open em 2022, vencer Roland Garros parece apenas uma questão de tempo. Mas Djokovic é Djokovic e nunca pode ser descartado, seja em que piso for. E há ainda Casper Ruud e Medvedev, ambos fortes na terra batida. O norueguês foi finalista vencido em 2022 e este ano já ganhou o Estoril Open. Já o russo atravessa um grande momento, ganhando em 2023 nada menos que cinco troféus, entre eles os Masters de Roma e Miami.

Será, pois, um torneio com vários pontos de interesse, mesmo considerando a ausência do ‘rei’ da terra batida.

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André Dias PereiraAbril 12, 20235min0

Chegou a Portugal como primeiro cabeça de série, esteve às portas da liderança mundial, venceu 10 torneios ATP e em 2022 foi finalista vencido em Roland Garros, US Open e ATP Finals. Apesar de todo este currículo, a verdade é que Casper Ruud é ainda pouco reconhecido entre os maiores da atual geração.

Esta semana venceu o Estoril Open, o seu primeiro título de 2023, e até reconheceu que em Portugal se escreve pouco sobre si e que prefere dessa maneira.

De fato, Casper Ruud tornou-se o mais recente campeão do único torneio nível ATP que se joga em Portugal. Com um triunfo sobre o amigo Miomir Kecmanovic (6-2 e 7-6), o norueguês subiu um lugar no ranking ATP, sendo agora quarto da geral. Dos dez títulos conquistados por Ruud nove foram na terra batida. É o ponto mais forte do noruguês. “É uma ótima forma de começar a temporada de terra batida”, reconheceu Ruud, que admite voltar novamente no futuro.

Este foi também o seu segundo triunfo sobre o sérvio, em três jogos disputados. Kecmanovic buscava o seu segundo título ATP. O sérvio, 34 do ranking, venceu o seu único torneio em Kitzbuhel, em 2020.

A verdade é Ruud é neste momento um dos melhores do mundo. Com muito ou pouco ruído em seu torno. É verdade que ainda lhe falta um grande torneio mas aos 24 anos é um tenista consistente. E essa consistência está na base do triunfo em solo português. Para chegar à final, o norueguês levou a melhor sobre João Sousa, Sebastian Baez (campeão em 2022) e também Quentin Halys. Às vezes com alguns sobressaltos, sim, mas no geral foi melhor que os seus rivais.

Sousa cai nos oitavos

A única vez que o agora número 4 do mundo esteve em desvantagem foi com João Sousa. A grande esperança portuguesa no torneio, vencedor em 2018. O tenista luso começou por vencer o primeiro set, 6-4, mas perdeu os seguintes por 6-2. Ainda assim, Sousa contou com uma vitória sobre Giulio Zeppieri (6-4, 1-6 e 6-3). O tenista português é hoje o 146 do mundo.

Outro nome importante no torneio foi o de Dominic Thiem. Hoje 106 do mundo, a sua classificação não reflete o seu talento. Aliás, o austríaco já foi top-5 do mundo mas tem sofrido com lesões. No Estoril caiu nos quartos de final perante Quentin Halys (6-1 e 6-4), uma das surpresas do torneio. O francês é 66 do mundo e nunca chegou em qualquer final. Ainda assim, o sol do Estoril foi uma boa monta para o seu talento que o levou até às meias-finais.

O contingente espanhol, sempre muito presente no torneio luso, também não foi feliz. Alejandro Fokina e Zapata Miralles foram os melhores, ao atingirem os quartos de final. Bautista Agut caiu no seu primeiro jogo, 16 avos de final, diante Quentin Halys (7-6, 7-5), e Ramos Viñolas (campeão em 2021) nos 32 avos de final, contra Jurij Rodionov (3-6, 6-1 e 6-4).

Com o tiunfo em Portugal, Casper Ruud encara com mais confiança a temporada de terra batida. Após ter chegado à final de Roland Garros o ano passado, o noruguês busca ainda o seu primeiro major. Ainda que não seja o grande favorito é certamente um nome a ter em conta em Paris.

O torneio marca ainda a despedida do árbitro Carlos Ramos. O juíz de cadeira foi o primeiro a completar o Carreer Grand Slam: arbitrou as finais dos quatro Majors masculinos e também a final dos Jogos Olímpicos.

Todos os vencedores

Casper Ruud foi o primeiro noruguês a vencer o torneio que se realiza desde 1990. O primeiro campeão foi Emilio Sanchez. De resto, Espanha tem sido o país mais dominante no que diz respeito a campeões. São já 14 títulos. O torneio já teve vários campeões que são referências mundiais, como Federer, Djokovic, Wawrinka, Del Potro, Tsitsipas, Thomas Muster, Juan Carlos Ferrero, Carlos Costa, Carlos Moya, entre outros. Contudo, nunca ninguém venceu o Estoril Open por três ocasiões. Ainda assim, houve quem o vencesse por duas vezes, como Carlos Costa (1992 e 1994) e nos casos de Albert Montañes (2009-2010), Delo Potro (2011-2012) Carlos Moya (1999-2000) e Thomas Muster (1995-1996), de forma consecutiva.

2023 – Casper Ruud

2022 – Sebastian Baez

2021 – Albert Ramos Viñolas

2020 – Não se realizou por motivos de Covid-19

2019 – Stefanos Tsitsipas

2018 – João Sousa

2017 – Pablo Carreño Busta

2016 – Nicolas Almagro

2015 – Richard Gasquet

2014 – Carlos Berlocq

2013 – Stanislas Wawrinka

2011 – 2012 – Juan Martin Del Potro

2009 e 2010 – Albert Montañes

2008 – Roger Federer

2007 – Novak Djokovic

2006 – David Nalbandian

2005 – Gaston Gaudio

2004 – Juan Ignacio Chela

2003 – Nicolay Davidenko

2002 – David Nalbandian

2001 – Juan Carlos Ferrero

1999 e 2000 – Carlos Moya

1998 – Alberto Berasategui

1997 – Alex Corretja

1995 e 1996 – Thomas Muster

1994 – Carlos Costa

1993 – Andrei Medvedev

1992 – Carlos Costa

1991 – Sergui Bruguera

1990 – Emilio Sanchez

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André Dias PereiraJaneiro 14, 20233min0

Arranca esta segunda-feira, dia 16, o primeiro Major do ano. A época já começou, é verdade, mas é em Melbourne que se mede o barómetro do que 2023 nos pode trazer.

O primeiro torneio do ano não vai contar, porém, com o número 1 do mundo. Carlos Alcaraz, sensação espanhola que explodiu o ano passado, não recuperou de uma lesão no joelho e está fora do Australian Open. É a segunda vez que o torneio não poderá contar o líder do ranking. Recorde-se que o ano passado, Djokovic não jogou por conta de problemas relacionados à não vacinação contra o Covid-19.

Também por isso, o sérvio deverá estar ultra motivado para alcançar o seu décimo título na Austrália. E Nolan já mostrou ao que veio em 2023. Venceu o primeiro ATP 250 do ano, em Adelaide. A vitória na final contra o norte-americano Sebastian Korda por 6-7, 7-6 e 6-4, correspondeu ao 92 título ATP, o quarto maior registo na Era Open.

Depois disso, Djokovic jogou ainda uma partida de exibição contra Nick Kyrgios, onde reencontrou o público de Melbourne. Aliás, será interessante acompanhar o australiano no torneio. Depois do ótimo 2022, o certame será uma boa oportunidade para entender se o enfant terrible do ténis vai manter o nível alto. Polémico, Kyrgios assumiu inclusivamente que se ganhasse poderia aposentar-se.

Nadal aposenta-se em 2023?

Alcaraz não vai marcar presença, mas outro espanhol deverá estar no lote dos favoritos. Nadal, claro. O maiorquino é o campeão em título e apesar de não ser o maior favorito, ninguém dúvida que possa repetir o feito do ano passado. Uma coisa é certa. Apesar dos 36 anos, continua no topo. É o maior campeão de Grand Slam, com 22 troféus, e um nome a ter sempre em conta. O ano de 2023 deverá manter a toada de equilíbrio dos últimos anos mas de acordo com Zverev, Rafa poderá aposentar-se após Roland Garros.

Por enquanto trata-se apenas de um rumor, mas uma coisa é certa. Com a aposentadoria de Federer, em 2022, uma parte do espanhol ficou para trás. Foi o próprio quem o admitiu. Uma saída no seu torneio de eleição seria como que apoteótico.

Mas nem só dos históricos vive este Australian Open. Casper Ruud e Medvedev são nomes importantes a acompanhar. Ruud teve um ano recheado de finais e vitórias importantes o ano passado. Chegar a número 1 do mundo é o seu grande objetivo, mas fazê-lo com um triunfo em Melbourne daria uma consistência maior a esse feito.

Já Medvedev, com um 2022 de altos e baixos, quer começar bem a temporada para ganhar um embalo importante. Em Adelaide, caiu nas meias-finais contra Djokovic. Na chave do Australian Open, poderá jogar com Nadal nos quartos de final.

Há ainda Aliassime, Tsitsipas e Rublev. O russo vai enfrentar Dominic Thiem logo na ronda inaugura, em um dos jogos de maior cartaz da ronda inagural. O grande ano de 2022 de Aliassime também suscita interesse para saber se terá sequência em 2023. O canadiano teria um caminho espinhoso para chegar à final com potenciais adversários como Pospisil, Wawrinka, Cameron Norrie, Tsitsipas, Nadal ou Casper Ruud.

Mas, por enquanto, tudo fica no campo da especulação. O espetáculo vai começar.

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André Dias PereiraDezembro 30, 20223min0

A temporada de tênis de 2023 arranca em Melbourne, na Austrália, e vai contar com a presença de Novak Djokovic. O sérvio está de volta à Oceania, após a ausência em 2022. Recorde-se que o atual número 5 do mundo foi deportado de Melbourne por não estar vacinado contra a Covid-19, uma exigência, aliás, do governo australiano para quem chegava e fora o país.

O episódio arrastou-se e tornou-se em uma novela que acabou por marcar negativamente a temporada de Djokovic. Mas esse é um episódio que parece ter ficado para trás. À chegada a Austrália, o sérvio assume que é algo que não quer voltar a viver.

Aos 35 anos Djokovic quer provar que ainda pode continuar a disputar a dominância do ténis mundial. Após um ano dominado por Nadal e Alcaraz – e em que Federer se aposentou – o ano e 2023 pode ser determinante para o futuro de Djokovic. Ou, pelo menos, do que podemos esperar dele até ao final da sua carreira.

E para isso nada melhor do que começar a temporada na Austrália. É justamente ali onde o sérvio é rei. Djokovic é o maior campeão a história do Australian Open, com 9 troféus. Um bom arranque pode ser o que o ex-número 1 do mundo precisa para alcançar a estabilidade mental e competitiva que faltou na época passada.

O Australian Open arranca a 16 de janeiro mas antes acontecem outros torneios preparatórios. A começar já com a United Cup, esta quarta-feira, dia 29. Trata-se de um torneio misto, de 18 equipas, imaginada como a Hopman Cup, e que acontece nas cidades e Sidney, Perth e Brisbane. Seguem-se os torneios de Adelaide e Auckland, a partir de 9 de janeiro.

Um novo ciclo para 2023

Federer, Nadal e Djokovic dominaram a cena mundial nas últimas duas décadas. Porém, nos últimos anos, a sucessão tem vindo a consolidar-se. Com a aposentadoria de Federer, e o avançar de idade de Nadal e Djovkovic, o ténis vai-se renovando naturalmente.

Isso não quer dizer, porém, que o espanhol e o sérvio não possam ser competitivos. Ainda em 2022 Nadal ganhou o Australian Open e Roland Garros, enquanto Nolan venceu Wimbledon. Conforme o maiorquino referiu recentemente, o seu objetivo neste momento não é ser número 1 mundial mas sim competitivo em todos os jogos e torneios. Aliás, nem Nadal e Djokovic nada têm a provar.

No sentido inverso, Carlos Alcaraz foi o grande nome de 2022. Aos 19 anos tornou-se o mais jovem número 1 do mundo. O título no US Open e os recordes de precocidade elevaram-no ao patamar de sucessor e herdeiro de Rafael Nadal. Será interessante agora acompanhar a sua evolução e como responde à exigência de ser líder mundial. Esse foi, de resto, um problema que Daniil Medvedev enfrentou quando atingiu o topo. O ano do russo não foi para esquecer, mas passou longe da expetativa em seu redor.

E há ainda Casper Ruud. O norueguês esteve perto de chegar a líder mundial e jogou finais importantes, como US Open, Roland Garros e ATP Finals. Talvez por isso, os títulos de Gstaad, Buenos Aires e Geneva tenham sabido a pouco. Atualmente número 3 do mundo, Ruud acredita que atingir a liderança mundial é uma questão de tempo. “A temporada passada mostrou que tenho potencial. Se continuar a trabalhar duro posso estar nessa posição”, reconhece.

No ténis tudo pode acontecer. E mudar rapidamente. A nova temporada está a começar e qualquer previsão pode mudar a cada semana, lesão ou título inesperado. As emoções estão de volta.

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André Dias PereiraNovembro 11, 20223min0

Arranca este domingo, dia 13, o ATP Finals. O último grande torneio da temporada reúnes os jogadores que mais se destacaram em 2022. Mas terá uma baixa importante. Carlos Alcaraz, número um do mundo e vencedor do US Open, lesionou-se e é uma baixa confirmada para o torneio. Aconteceu nos quartos de final do ATP Paris. Alcaraz deverpa parar seis semanas. O espanhol dominou a época, com maior número de vitórias, e uma ascensão incrível no ranking até chegar ao topo, aos 19 anos de idade.

Para o lugar de Alcaraz entrou Taylor Fritz. Esta é a primeira vez que o norte-americano jogará o torneio. Campeão de Indian Wells (1000), Tóquio (500) e Eastbourne, Fritz fez, provavelmente, o melhor ano da sua carreira.  Jogar o ATP finais acaba por ser um prémio justo independentemente do resultado final.

Sem Alcaraz, mas com Nadal e Djokovic, é dificíl apontar um favorito claro. O espanhol leva vantagem se olharmos aos títulos esta temporada, entre eles Australian Open e Roland Garros. Mas Djokovic tem uma motivação extra. Em caso de vitória igualará Roger Federer como maior campeão do torneio, com seis títulos. Nolan soma os mesmos cinco títulos que ivan Llendl e Pete Sampras. Este é, aliás, a 15 participação do sérvio no torneio.

E bem se pode dizer que Djokovic não terá tarefa fácil. No sorteio realizado em Turim, onde o torneio acontece, o sérvio calhou no grupo vermelho, que inclui também Medvedev e Tsitsipas, Rublev. Este é apontado como o grupo mais difícil.

A 17ª vez de Nadal

O agora número 8 do mundo foi um dos primeiros a chegar a Turim para treinar. Medvedev, campeão em 2000, teve um ano com mais baixos do que altos. Caiu para número 5 do mundo e venceu “apenas” torneios menores, como o de Áustria e o de Los Cabos.

O ano de 2022 foi mais um para consolidar Rublev. O russo ganhou nada menos do que 4 títulos, contudo, continua ainda à procura de um grande troféu. O ano passado foi finalista vencido em Cinicinnatti e Indian Wells. O atual número sete do mundo pode surpreender no torneio, mas terá pela frente também Tsitsipas. O grego venceu este ano os torneios de Monte Carlo e Maiorca. Apesar de não ter ganho títulos maiores, tem sido consistente e é número três mundial.

No grupo verde, Nadal enfrentará Taylor Fritz, Zverev, Casper Ruud e Felix Aliassime. Esta será a 17ª participação do espanhol no torneio, o único grande título que lhe falta conquistar. Neste grupo, o canadiano Felix Aliassime está em grande momento e pode surpreender. Os quatro torneios que já ganhou como profissional foram todos conquistados este ano: Roterdão, Florença, Antuérpia e Basileia. Já Zverev tem sido um tanto irregular mas é sempre um adversário que cresce no torneio.

Casper Ruud, que tem feito um ano em crescendo e caso apresente o nível do US Open, onde foi finalista vencido, pode causar estragos nos principais candidatos.

O ATP Finals joga-se entre os dias 13 e 20 de setembro.

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André Dias PereiraOutubro 30, 20223min0

A partir de 13 de novembro e até 20 de novembro, joga-se o último grande torneio do ano. O ATP Finals vai reunir, em Turim, Itália, os maiores jogadores do ano. Daniil Medvedev, campeão em 2020, já garantiu a sua presença após vencer este sábado, dia 29, Grigor Dimitrov e avançar para a fnal do ATP 500 de Viena. É a quarta vez que o russo joga esta competição.

O antigo número 1 mundial teve um ano discreto. Em 2022 conquistou, para já, apenas o título em Los Cabos, no México, e três vice-campeonatos, incluindo o Australian Open. É verdade que pode ainda ganhar o torneio de Viena, onde defrontará Shapovalov. E há ainda o ATP Paris. Mas não é menos verdade que desde 2018 Medvedev nunca ganhou menos que dois torneios.

Para além do russo, estão também garantidos no ATP Finals, Carlos Alcaraz, Rafael Nadal, Casper Ruud, Novak Djokovic e Stefano Tsitsipas.

Djokovic soma cinco títulos, ao lado das lendas Ivan Lendl e Pete Sampras. O recordista é o agora aposentado Roger Federer. Isso quer dizer que o sérvio pode-se tornar o maior campeão do torneio ao lado do suíço, caso vença este ano. Djokovic é também o único a ganhar a prova quatro anos consecutivos (2012-15). Mas, claro, é sempre preciso considerar Rafael Nadal. O espanhol continua em altíssimo nível mesmo aos 36 anos. Este ano já ganhou o Australian Open, Roland Garros e os torneios de Melbourne e Acapulco. Curiosamente, Nadal nunca venceu o ATP Finals. Foi finalista vencido em 2013 e 2010. Este é, aliás, o único grande título que lhe falta na carreira.

ATP Paris será determinante

Apenas dois tenistas espanhóis venceram o ATP Finals. O primeiro foi Manuel Orantes, em 1976, e o último foi Alex Corretja, em 1998. Desta vez, há boas razões para acreditar num sucesso espanhol. É que para além do número dois mundial, Nadal, há ainda a sensação Carlos Alcaraz, o líder do ranking.

Alcaraz será um estreante na prova, é certo, mas essa condição nunca foi problema para se colocar entre os favoritos. Este ano tornou-se o mais jovem número 1 da história e também a vencer o US Open. De resto, o espanhol tem alcançado todos os recordes de precocidade e é o atleta que mais ganhou em 2022. Para além do sucesso em Nova Iorque, ganhou outros quatro títulos: Masters de Madrid e de Miami e os torneios de Rio Janeiro e Barcelona.

Casper Ruud é outro jogador em ótima forma. Já venceu este ano três torneios (Gstaad, Buenos Aires e Genebra) e foi finalista vencido no US Open. Ele repete a experiência do ano passado e será um nome a ter em conta.

Ao todo estão seis tenistas já classificados. Isso quer dizer que há duas vagas em aberto. Por enquanto, Felix Aliassime e Andrey Rublev são os mais bem posicionados. Mas o ATP Paris será determinante. Uma coisa é certa, este ano o torneio de Turim não terá representantes italianos. O triunfo de Aliassime em Basileia retirou matematicamente as chances a Jannik Sinner e Matteo Berrettini de lutarem pelas vagas. Pablo Carreño Busta (2415 pontos) e Cameron Norrie (2410) também estão longe de o conseguirem. Por outro lado, o norte americano Taylor Fritz e o húgaro Hubert Huckacz podem intrometer-se entre Aliassime e Rublev.

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André Dias PereiraSetembro 15, 20222min0

Era uma questão de tempo. Mas talvez poucos esperassem que fosse tão pouco tempo. Carlos Alcaraz tornou-se aos 19 anos o mais jovem número 1 mundial. O feito deu-se, este domingo, após conquistar o seu primeiro Grand Slam: o US Open. O espanhol confirma toda a expectativa que sobre ele recai nos últimos anos. Aliás,o triunfo por 6-2, 2-6, 7-6 sobre Casper Ruud, consolidou não apenas um grande torneio, mas também um grande ano.

Só em 2022, Alcaraz alcançou vários recordes. Entre outros, é o mais jovem campeão líder do ranking, o mais jovem campeão de um ATP 500, o mais jovem campeão de Major desde 2005, o segundo campeão mais jovem do US Open e o jogador com mais tempo de court registado em um Grand Slam.

Mas vamos por partes. O US open de 2022não contou com a presença de Novak Djokovic. O sérvio foi impedido de entrar nos EUA por não estar vacinado contra a Covid. Neste contexto, Rafa Nadal era tido como o grande favorito. O espanhol, recorde-se, venceu os dois primeiros Majors do ano, em Melbourne e em Paris. O maiorquino, porém, caiu perante Frances Tiafoe nos 16 avos de final. Nadal ressentiu-se das dores que sentiu em jogos anteriores e deixou o caminho aberto para um campeão diferente do habitual.

Casper Ruud, finalista, era uma dessas possibilidades. O norueguês poderia mesmo ter chegado a número 1 mundial mesmo sem ganhar. Bastava que Alcaraz não se apurasse para a final.É importante salientar que Ruud tem feito também um grande 2022. Em 2022 j ganhou 3 torneios (Gstaad, Geneva e Buenos Aires) e foi finalista vencido em Roland Garros e Miami. O norueguês é 2 do mundo.

O mundo nas mãos de Alcaraz

Mas o que este título pode representar? Bom, ainda é cedo para dizer. Mas tudo leva a crer que Alcaraz deverá manter-se entre a elite nos próximos anos. Em Nova Iorque deixou para trás Sebastian Baez, Federico Coria, Jenson Brooksby, Marin Cilic, Jannik Sinner, e Frances Tiafoe, para além de Casper Ruud.

O seu técnico, Juan Carlos Ferrero, acredita que o compatriota em tem muito que evoluir. De acordo com o ex-número 1 mundial, Alcaraz está ainda a 60% do seu potencial. E todo o seu sucesso se reflecte também em dinheiro. Com a vitória nos EUA, Alcaraz embolsa 2,6 milhões de dólares, tornando-se o tenista que mais arrecadou em 2022.Entre todas as premiações, acumulou 7,36 mihlões de dólares.

No mais, Alcaraz é ainda o jogador mais venceu em 2022: 51 de um total de 60 ogos.

 


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