Australian Open em Fevereiro e sem Federer
Roger Federer não deverá jogar o Australian Open, que está agendado para Fevereiro de 2021. Foi o agente do suíço, Tony Godsick, quem o garantiu à Associated Press. O tenista suíço continua a recuperar-se de duas intervenções cirúrgicas feitas ao joelho. Segundo Godsick, o multicampeão helvético tem feito grandes progressos mas acredita que a longo prazo o melhor é voltar à competição após o Australian Open.
O primeiro Grand Slam do ano, em 2021, não acontecerá em janeiro. A organização decidiu adiar o certame para 8 de fevereiro. Já há algum tempo, aliás, que se especulava sobre essa possibilidade. O aumento de número de casos relativos ao Covid-19 esteve na base da decisão.
A data inicial, 18 de janeiro, revelou-se inviável devido à necessidade de os tenistas precisarem de cumprir um período de quarentena de 15 dias. O qualifying masculino vai, ainda assim, jogar-se em Doha, entre 10 e 13 de janeiro. Os tenistas seguem depois para Melbourne onde farão a quarentena.
Para que os tenistas possam fazer uma melhor preparação, o torneio de Adelaide vai jogar-se na sede do Australian Open. Entretanto, os torneios de Auckland e Nova Iorque foram cancelados.
A temporada 2021 arranca da mesma forma que a de 2020 termina. Sob o signo da incerteza. Mesmo com a distribuição de vacinas no mundo inteiro as medidas de segurança e higiene deverão manter-se reforçadas. Não há ainda informação sobre se os torneios terão público mas é pouco provável que, em fevereiro, haja condições que decorra da mesma forma dos últimos anos.
O que a ausência de Federer representa
Para qualquer torneio, a ausência de Roger Federer tem um impacto financeiro. Desde logo para a valorização, não apenas desportiva, mas também da marca Australian Open. Afinal, o multicampeão suíço é um dos maiores símbolos do ténis, o seu maior campeão, e vencedor seis vezes em Melbourne. Apenas Djokovic tem mais vitórias no Australian Open do que Roger Federer.
É difícil mensurar um valor, mas, sobretudo em tempo de Covid, a venda dos direitos de transmissão do torneio deverá desvalorizar. Não estando garantida a presença de público, isso pode representar um peso acrescido para a organização.
Mas a ausência de Federer não é surpreendente. Aliás, o seu último jogo oficial foi em janeiro de 2020. Há já alguns anos que o suíço tem vindo a ser muito criterioso na calendarização de suas temporadas. Com 20 Majors no bolso, vencer ou acumular dinheiro, deixaram de ser a prioridade. Federer quer garantir que pode ser competitivo ao ponto de jogar finais e tentar, se possível, rivalizar com Nadal e Djokovic. Parte do seu sucesso aos 39 anos passa por aí.
Mas ao falhar Melbourne, o suíço pode ver Nadal se tornar o maior campeão de Grand Slam. O espanhol e o suíço somam, cada um, vinte vitórias. E, salvo alguma lesão, é expectável que o maiorquino possa vencer novamente Roland Garros. Se Djokovic confirmar o seu favoritismo ficará a 2 títulos dos seus rivais. Contudo, hoje ninguém pode ignorar outros nomes na parada, como Thiem, Tsitispas ou o campeão de Masters de 2020, Daniil Medvedev. Tudo depedenderá, porém, da forma como os jogadores se apresentarem no novo ano e as condicionantes da pandemia.