Super Rugby AU 2021: 2 candidatos, 3 jogadores e 1 joker

Francisco IsaacFevereiro 10, 20216min0

Super Rugby AU 2021: 2 candidatos, 3 jogadores e 1 joker

Francisco IsaacFevereiro 10, 20216min0
6 atenções divididas em 3 secções que ajudam a perceber como será o Super Rugby AU 2021. Pronto para acompanhar?

O Super Rugby AU é o primeiro dos “Super’s” do Hemisfério Sul a entrar em acção e catalogamos três secções para terem como referência para a competição que coloca Brumbies, Queensland Reds, Western Force, Melbourne Rebels e NSW Waratahs frente-a-frente durante três meses.

Quem vai sair o grande vencedor?

OS CANDIDATOS… REDS E BRUMBIES

Seria quase impossível não escolhermos os finalistas da época 2020 do Super Rugby AU como os grandes candidatos ao título, já que ambas as franquias mantiveram quase por completo o seu plantel, encaixando poucas peças novas (no caso dos Reds, quase nenhumas), mantendo o core duro daquelas que foram as duas melhores equipas durante a temporada 2020 do rugby australiano. Olhando para os dois blocos de favoritos, é difícil prever quem tem a maior dose de favoritismo em seu redor, pois tanto o elenco de Canberra como o de Queensland apresentam os argumentos suficientes para chegar à final e ao título da 2ª edição do SR AU, mas vale a pena destacar três de cada.

Os Brumbies mantêm todo o seu poderio nos avançados, desde continuar a contar com um cinco-da-frente portentoso (Scott Sio, Alan Alaalatoa, James Slipper, Cadeyrn Neville ou James Tucker) e uma série de asas que conseguem submeter os seus adversários sob uma fisicalidade tremenda, apesar de não terem um virtuosismo técnico eloquente – à excepção de Pete Samu; a lógia de jogo continua intacta, já que Dan McKellar continua à frente do projecto e continuará assim a desenvolver com qualidade as recentes coqueluches dos Wallabies como Noah Lolesio ou Irae Simone, sem esquecer Solomone Kata, um dos atletas mais portentosos do rugby australiano; e o facto de ser uma combinação de jogadores unidos por um “acreditar” que o trabalho intenso nos básicos e no querer tomar as rédeas do jogo resulta, torna-os uma ameaça constante.

Já no caso dos Reds, o primeiro factor vai para aquela jovialidade sagaz impressa num tipo de jogo rico a nível técnico, recheado de apetrechos técnicos que surgem devido à tal vontade dos “miúdos” quererem mostrar o impacto de se jogar no risco e procurar criar problemas através do inesperado; outro argumento a favor dos vermelhos de Queensland é a capacidade defensiva da sua 3ª linha, que ocupa bem os espaços no campo, consegue desmontar o aparelho atacante contrário, atirando-se vorazmente para o ruck na esperança de recuperar a oval e dar início a uma jogada de contra-ataque vertiginosa ou garantir uma penalidade importante, sendo Fraser McReight, Liam Wright, Harry Wilson, Angus Scott-Young ou Lukhan Salakaia-Loto todos ameaças para quem está do outro lado; por fim, a intensidade de rugby contínuo oferecida coloca os adversários em sobressalto, caso estes não tentem demorar a saída da bola ou apresentar uma placagem minimamente dominante.

São duas equipas galvanizadas por plantéis de alto calibre, com várias soluções para as posições nucleares – fica só a dúvida quem é que poderia substituir James O’Connor em caso de lesão nos Reds – e uma tipologia de jogo jogado de boa qualidade, permitindo atingir o nível de candidatos principais ao título.

OS 3 JOGADORES… TOMÁS LEZANA, SULIASI VUNIVALU E SAM CAIRD

Os 3 jogadores escolhidos não são aqueles que vão ser os melhores ou futuros Wallabies a reter o olho, mas sim três novas unidades que podem mexer com as suas franquias. Quem são eles? O 3ª linha da Western Force, Tomás Lezana; o ponta/centro/defesa dos Reds, Suliasi Vunivalu; e o 2ª linha dos Waratahs, Sam Caird. E quais são os motivos pelo qual escolhemos estes?

Começando por Lezana, o internacional argentino, vai adicionar uma dose de agressividade ao pack de avançados daquela que foi que a 5ª classificada no Super Rugby AU 2020, desenvolvendo outra letalidade não só na hora de placar, como na ida ao breakdown e na garantia de criar uma disrupção nos mauls adversários. Com 26 anos e 34 presenças pelos Pumas, a ida para Perth do asa pode resultar num incremento na fisicalidade e dimensão táctica para a Western Force.

Suliasi Vunivalu foi e é considerado um dos jogadores mais extraordinários do Rugby League australiano, movido por um engenho técnico assombroso, uma velocidade genial e uma cadência para surpreender fisicamente os seus opositores, sendo algo similar a Marika Koroibete dos Melbourne Rebels. A cultura técnica e os apetrechos físicos tornam-no uma “lança” sempre apontada ao outro lado, com apetência para as interceptações, arrancadas imparáveis e um handling à lá Ilhas do Pacífico.

Sam Caird é internacional sub-20 pela Nova Zelândia, tendo passado pelos Blues e Northland em 2019 e 2020, encaixando-se agora nos Waratahs como uma solução mais que necessária para a 2ª linha, especialmente no que toca a domínio no alinhamento, trabalho constante na cortina defensiva e com capacidade para fazer a diferença na linha-de-ataque. Não é um talento totalmente absoluto, mas é fundamental que se dê atenção a este avançado de grande impacto e sempre pronto para se envolver no trabalho físico e táctico das suas equipas.

O JOKER… WESTERN FORCE

A cartada final que escolhemos é a Western Force, e porque não? As chegadas de vários jogadores de destaque, entre os quais Tevita Kuridrani, Jake McIntyre, Tomáz Lezana, Domingos Miotti, Toni Pulu ou Rob Kearney possibilitam à franquia sediada em Perth sonhar com algo mais que o último lugar, sendo para isso necessário que aconteçam algumas coisas: que Tim Sampson encontre o equilíbrio certo entre conciliar os novos reforços com o plantel que já tinha às suas ordens, não perdendo os elementos positivos da época passada – resiliência, fases-estáticas bem trabalhadas e rugby positivo -, completando agora com tudo o que estas contrações podem oferecer.

Não perder oportunidades para fazer pontos, já que na época passada tiveram várias situações em que podiam ter chegada a um ensaio ou vitória, mas por falta de coerência ou confiança acabavam por perder o controlo da oval e jogo, abrindo caminho para os seus adversários conquistarem pontos.

E subir na condição física da equipa, um elemento que “matou” a Western Force a partir do meio da época do Super Rugby AU, vindo isso do facto de não estarem inseridos no Super Rugby desde 2017, um problema difícil de gerir do ponto de vista da equipa técnica.

Se a Western Force alinhar estes pontos, evitar cair em erros sucessivos e garantir uma coesão positiva entre quem ficou e quem veio, não há dúvidas que poderão chegar às meias-finais do Super Rugby AU e, talvez, surpreender na luta pelo título de campeão.


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