Sporting CP retorna aos relvados do rugby sénior português

O Sporting Clube de Portugal vai assinalar o centenário do nascimento da secção de rugby do clube com a reativação da equipa sénior masculina, após uma série de anos de inactividade. Os leões, que são campeões nacionais femininos há cinco épocas consecutivas, vão jogar no terceiro escalão nacional, o Campeonato Nacional 2 (CN2), e estão neste momento em processo de composição do plantel, o que significa que estão abertos à entrada de jogadores “jovens e interessados em evoluir através da competição”, como afirma Francisco Sande e Castro, o coordenador técnico do rugby masculino do clube.

Os leões já estão presentes no rugby de formação há dez anos, desde 2012, sendo a criação da equipa sénior masculina também a forma de premiar as gerações sucessivas de jogadores que ali aprenderam os segredos da modalidade.

Sande e Castro estima que “entre dez a 15” integrantes do plantel com que o clube vai atacar o campeonato tenham feito a formação de verde e branco. Estes números serão alcançados a curto-prazo, seja por transitar diretamente jovens da equipa de sub-19 (que em Maio, em parceria com o Belas RC, se apurou para a final da Taça de Portugal Shield, contra o Cascais Rugby), ou por recuperar jovens que ali fizeram a formação e entretanto pararam de jogar ou passaram a fazê-lo com outros emblemas. Alguns desses elementos já treinaram com os sub-19 durante a época passada, tendo inclusive efetuado alguns jogos particulares.

O resto do plantel leonino fica aberto a quem quiser abraçar o desafio. Nesse sentido, João Telhada, o coordenador-geral do rugby do Sporting, já anunciou que, a exemplo do que sucede em outras modalidades do clube, todo o mês de Setembro será consagrado a “Trial Days”.

Quer isto dizer que quem aspirar a vestir a camisola do Sporting no ano de centenário do rugby do clube e quiser experimentar os treinos pode fazê-lo, às segundas, quartas e sextas-feiras, às 19h30, no Campo 4 do Estádio Universitário de Lisboa. “Procuramos jogadores interessados em desenvolver um rugby dinâmico e técnico”, reforça Telhada também focado no aproveitamento das gerações que viu crescer desde 2012, quando entrou no clube para liderar o projeto de formação. É que além do apuramento para a final da Taça de Portugal Shield em 2022, esta geração de jovens leões já tinha brilhado nos sub-16 em 2019, ano em que ganharam a Taça de Portugal Shield, batendo na final o RC Lousã, e foram vice-campeões nacionais de Grupo B, perdendo o jogo decisivo com o CRAV.

A aposta na juventude não significa que o Sporting abdique de competir já desde o primeiro ano, mas apenas que os responsáveis estão conscientes de que este processo será gradual. “Vamos ser competitivos”, promete Sande e Castro, que jogou no Sporting, em Agronomia e nos Estados Unidos e que reentrou no clube como treinador de formação antes de assumir a coordenação técnica de toda a formação do clube. Será a única forma de honrar o legado de José Salazar Carreira, o homem que a 25 de Outubro de 1922 fundou o rugby do Sporting, o primeiro impulsionador da modalidade em Portugal e o responsável pela adoção das listas verdes e brancas nas camisolas que depois se alargaram a todas as modalidades.