Six Nations U18 Festival: a pior exibição reservada para a Irlanda

Francisco IsaacAbril 7, 20244min0

Six Nations U18 Festival: a pior exibição reservada para a Irlanda

Francisco IsaacAbril 7, 20244min0
Ponto final no Six Nations U18 Festival para Portugal com uma terceira derrota que Francisco Isaac analisa para o Fair Play

Portugal encerrou a campanha no Six Nations U18 Festival com uma derrota pesada frente à Irlanda – uma das melhores selecções deste torneio – por 54-00 sendo que há alguns pontos positivos e negativos a retirar deste terceiro e último encontro.

MVP: DIEGO FERREIRA (PILAR)

Um ponto em que Portugal até se mostrou em paridade com a Irlanda e, em duas situações, foi superior conquistando duas penalidades a seu favor: formação-ordenada. E um dos “obreiros” dessa boa réplica na luta de 8 vs 8 foi Diego Ferreira, com o pilar direito de Portugal a mostrar uma boa posição corporal e um trabalho incessante tanto nesta fase-estática como junto ao ruck, ou até no infligir dano no maul adversário, dando uma boa ideia do que pode vir a ser no futuro caso continue a crescer. Fisicalidade de bom nível, duro no contacto e confiável nas poucas vezes que foi lhe pedido para carregar a oval, lembrando que o pilar foi titular em todos os jogos e mostrou sempre o seu melhor. Num jogo em que terminou numa derrota extremamente pesada, a verdade é que Diego Ferreira mostrou sempre maturidade e liderança, tendo tudo a seu favor para chegar ao patamar de sénior.

MELHOR PONTO: ATITUDE NOS ÚLTIMOS CINCO METROS

Importante tomar nota que apesar da defesa ter sido um ponto geralmente negativo no jogo, também teve momentos de brilhantismo com a defesa nos últimos 5 metros a ter sido extraordinária em determinados períodos de tempo, algo que pode e deve ser emulado para outras zonas do terreno de jogo. Se este 3º e último jogo do Six Nations U18 Festival começou da pior forma possível, com dois ensaios consentidos, a verdade é que os Lobos sub-18 recuperaram parte do fôlego e foram à procura de responder – globalmente, nunca bem – com uma defesa resoluta e inteligente nos seus últimos metros, o que até surpreendeu a equipa irlandesa que viu mais facilidades no meio-campo que junto à área de ensaio. Salvador Guimarães, Aurélien Rousselle, Tomás Lobo ou Duarte Vasco Costa foram alguns dos melhores neste aspecto e tentaram dar o mote aos seus colegas de equipa. Neste ponto ficou demonstrado a fibra que esta equipa tem e que pode ser a base para algo interessante a acontecer no futuro.

PONTO A MELHORAR: CEDÊNCIA E PASSIVIDADE DEFENSIVA

Pelo menos 28 placagens falhadas, com várias delas a darem origem a uma sucessão de situações de alto perigo para a Irlanda ou até terminarem em ensaio, algo que não pode acontecer quando o Men’s Rugby Europe Championship sub-18 2024 a acontecer em próximo Outubro/Novembro. Três pontos negativos na defesa ficaram bem expostos neste encontro: passividade, errada leitura de movimentos e velocidade de execução. A passividade foi extrema em certos momentos, com a defesa a dar excessivo espaço ou a ir com as mãos (invés de colocar o ombro), permitindo aos portadores de bola adversários a terem sempre uma vantagem no confronto, com isto a ser especialmente notório entre os 22 metros próprios e os 40 adversários. Se foi por cansaço, erro na comunicação ou por outra razão, é importante que seja resolvida nos próximos meses porque não era algo normalizado nestes sub-18 nas últimas temporadas, mas é importante ter surgido agora frente a adversários de outro calibre e que podem dar achegas importantes no desenvolvimento destes jovens atletas.

Em relação à leitura errada de movimentos e à execução precária da placagem, isto advém muito por aquilo que já dissemos atrás, com as mãos e braços esticados invés da colocação certa do ombro na anca. A adicionar a isto os mergulhos constantes em direcção ao portador de bola contrário, algo que só facilitou a vida de quem tinha a oval em sua posse. Isto acabou por ajudar a empurrar o resultado para os 54-00 final, um resultado justo perante o que aconteceu no encontro.


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