Six Nations U18 Festival: Dragões derrotam Lobos motivados

Francisco IsaacAbril 3, 20244min0

Six Nations U18 Festival: Dragões derrotam Lobos motivados

Francisco IsaacAbril 3, 20244min0
Segundo jogo para os Lobos sub-18 neste Six Nations U18 Festival com nova derrota mas com sinais positivos e de evolução

Portugal realizou o seu segundo jogo para o Men’s Six Nations U18 Festival, desta vez ante o País de Gales, terminando numa derrota por 35-10 com alguns momentos positivos e que demonstraram a qualidade de jogos destes Lobs sub-18.

MVP: MIGUEL ROMERO (NÚMERO 8)

Móvel, ágil, flexível, duro e resiliente, tudo qualidades que Miguel Romero mostrou neste encontro frente ao País de Gales, evidenciando uma maturidade física e táctica que deu um pouco mais de força à equipa portuguesa, especialmente nos alinhamentos (excelentes contestações e captações), saída na formação-ordenada, entradas no contacto e apoio no jogo ao largo. O nº8 marcou o único ensaio de Portugal ainda na primeira-parte, numa altura em que os Lobos sub-18 estavam a começar a equilibrar o jogo, especialmente através do jogo ao pé, fases-estáticas (a formação-ordenada não foi um problema) e jogo aberto, com Miguel Romero a participar activamente nestas duas últimas secções.

A nível de defesa individual esteve bem, desenhando um par de placagens dominantes, conseguindo fechar o espaço na formação-ordenada com sucesso na maior parte das ocasiões, o que foi aparando alguns possíveis golpes por parte do País de Gales. Destaque para o excelente jogo de Francisco Macedo, com o formação a dedilhar boas situações de ataque e a organizar a defesa com clareza, isto nos primeiros 35-40 minutos.

MELHOR PONTO: PRIMEIRA-PARTE DE ALTO NÍVEL

Parecia que o País de Gales ia ter um jogo mais relaxado, especialmente no que toca às fases-estáticas, mas foi o contrário, com a selecção nacional a crescer e a conseguir a encontrar caminhos para chegar aos 22 contrários, com bons momentos que podiam ter significado muito mais que um ensaio caso tivessem tido um pouco mais de calma e agressividade. Os alinhamentos e maul na primeira-parte funcionaram e deram cartas, forçando quatro penalidades da equipa galesa, mas foi no jogo ao pé e na pressão subsequente que Portugal se notabilizou, conseguindo espremer erros contrários e transformá-los em situações de ataque, empurrando os Lobos para longe dos seus 22. Tomás Marques foi novamente uma certeza nos pontapés, encontrando espaço nas costas da defesa contrária, permitindo uma recuperação de Portugal ou, pelo menos, um ataque ao breakdown que suscitou um turnover e um contra-ataque.

Não sendo um estilo de jogo propriamente louco e efusivo, é o plano de jogo que melhor se adapta a este conjunto, oferecendo outra estabilidade e certeza no controle da oval e no tentar dar um pouco mais de confiança à equipa. Ao intervalo verificava-se um 14-10 a beneficiar o País de Gales, mas Portugal perdeu três boas oportunidades para fazer pontos, com alguma precipitação a roubar a hipótese de transformar essas oportunidades em pontos – nota que o País de Gales também perdeu dois ensaios em cima da linha da mesma forma.

PONTO A MELHORAR: DEFESA CLAUDICOU EM MOMENTOS-CHAVE

O País de Gales acabou por ganhar por 35-10, mas pelo menos três dos últimos quatro ensaios foram evitáveis, dois dos quais gerados a partir de rucks em que a equipa portuguesa ficou simplesmente a dormir e deixou o formação galês passar por e a ter todo o tempo do mundo para escolher o colega de equipa que chegaria ao ensaio. A defesa voltou a ser um problema, em particular nos últimos 30 minutos, surgindo uma série de erros que têm mais a ver com a mentalidade e falta de atenção do que o aspecto físico e de aguentar com o choque da fisicalidade galesa. Isto é algo que só se aprende com mais jogos e uma harmonia superior entre todas as unidades, com o alinhamento (segunda-parte desmoronou mas na primeira correu bem e até podia ter valido pontos a certa altura) ou formação-ordenação a terem evoluído do primeiro para o segundo jogo, com a defesa a não ter tido essa sorte. Faltou só um bocado mais de trabalho e compromisso na hora de defender e proteger o ruck para termos um resultado mais nivelado, algo que não pode faltar e falhar de todo quando chegarmos ao 3º e último jogo frente à Irlanda.


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