Seis Nações 2022: 1 seleccionador, jogador e árbitro a seguir com atenção

Francisco IsaacJaneiro 11, 20226min0

Seis Nações 2022: 1 seleccionador, jogador e árbitro a seguir com atenção

Francisco IsaacJaneiro 11, 20226min0
Fabiel Galthié e o seleccionador a seguir com atenção nestas Seis Nações, e fica a saber o porquê da nossa escolha neste artigo

Depois de termos falado da agenda das Seis Nações e das novidades do torneio (ao que parece o torneio vai decorrer de forma natural, e será tudo organizado como sempre), e dos terceiras-linhas que vão ditar as regras na competição, fiquem a conhecer três destaques para seguirem com atenção durante esta edição de 2022.

FABIEN GALTHIÉ: SERÁ ESTE O ANO, COMANDANT?

Desde que assumiu o cargo de seleccionador da França em 2019, os Les Bleus estão num crescimento auspicioso que teve, para já, o seu clímax máximo quando em Novembro do ano passado demoliram os All Blacks em pleno Stade de France, continuando a somar rasgados elogios perante a qualidade absurda do contra-ataque, a felicidade e alegria ao ter a oval nas mãos mesmo quando “apertados” pelo adversário (aquela saída de Romain Ntamack de dentro da sua própria área de validação após um pontapé de Jordie Barrett ficará para sempre na memória de todos), a agressividade e eficácia da sua defesa unitária e a constante aparição de novos jogadores para substituir as principais estrelas – tour à Austrália do Verão passado foi prova disso mesmo -, algo que só foi atingindo com o chegar da equipa técnica liderada por Fabien Galthié.

Contudo, depois de duas épocas de alta evolução e promessa de um novo Mundo auspiciosamente mais glorioso, a França ainda não foi capaz de coleccionar o troféu mais desejado do Hemisfério Norte, tendo terminado em 2º lugar nas duas edições anteriores das Seis Nações, ficando sempre à porta do desejo máximo, algo que Fabien Galthié quer e precisa de mudar já em 2022, no ano que antecede o Campeonato do Mundo de rugby, de modo a injectar essa confiança e moral extra aos seus jogadores.

Galthié mudou, quase radicalmente, a estrutura de jogo que existia até à sua chegada (Jacques Brunel apenas tantou colar as peças e manter a equipa “viva” durante o Mundial de 2019), impondo novas nuances que encaixaram com categoria nos (vários) jogadores disponíveis, a começar pela defesa onde Shaun Edwards capacitou a França de um sistema de contra-resposta de excelência, isto através de uma placagem inteligente que é seguida de um apoio defensivo de luxo, podendo resultar num turnover ou, pelo menos, forçar uma saída atabalhoada do ataque adversário, com Grégory Alldritt, Anthony Jelonch, Charlos Ollivon, Dylan Cretin ou Paul Willemse a desempenharem esta função na perfeição. A verdade é que uma maioria de adeptos anseia, aguarda e espera pela vitória da França nestas Seis Nações (para além do fan favorite, Escócia) e Fabien Galthié tem em 2022 mais uma oportunidade para restituir ouro ao armário de troféus do rugby francês, sendo que não é um objectivo total, mas sim um marco importante na contínua evolução dos Les Bleus, como explicou o seleccionador.

MARCUS SMITH: INGLATERRA ENGATA A 5ª?

A nova coqueluche, a nova solução e o novo “sol” para a selecção de Sua Majestade, ou Marcus Smith vai simplesmente se transformar no tipo de abertura que Eddie Jones prefere para o seu tipo de jogo? Ou o seleccionador inglês vai encontrar um meio-termo e permitir que o malabarista dos Harlequins permita exibir-se da mesma forma que pelo clube, sem comprometer com a estratégia da Rosa, especialmente na saída dentro do seu meio-campo? As dúvidas serão dissipadas em Fevereiro e, antes de tudo, Marcus Smith terá de ganhar o concurso pela camisola 10 frente a um revitalizado George Ford que vai combater pela posição, com possivelmente Owen Farrell a correr por fora apesar do capitão da Inglaterra estar agora mais direccionado para regressar plenamente ao papel de centro.

Porém, ao que tudo indica, será o jovem abertura a ser o titular nas primeiras rondas das Seis Nações tanto devido à manutenção da forma física e exibicional de excelência, como pelas prestações de franca qualidade em Novembro passado, tendo sido um dos elementos decisivos no 100% de vitórias da Inglaterra durante os Internacionais de Inverno, já que assistiu para ensaio por 2 ocasiões, suscitou ou o próprio quebrou-a-linha em 9 ocasiões, pincelando os encontros com tonalidades vibrantes e imponentes, conseguindo assim a sua primeira afirmação a nível internacional.

Com Marcus Smith, a Inglaterra ganha um polo dinâmico não só na construção de jogo e saída com bola após as fases-estáticas, como fica guarnecida com uma unidade extremamente perspicaz no xadrez dos pontapés, sendo capaz de colocar uma excelente pressão ou amparar bem a estratégia de quem está do outro lado, o que beneficia os comandados de Eddie Jones largamente. As únicas dúvidas ficam na defesa individual – a placagem não é das mais polidas e pode ser um problema em determinadas situações – e a falta de experiência para aguentar 5 semanas altamente exigentes a todos os níveis, mas este é o momento perfeito para um dos mais excitantes jovens jogadores do planeta.

LUKE PEARCE: O JUIZ QUE PODE INSPIRAR UMA NOVA GERAÇÃO

Apitou um dos encontros mais aguardados de Novembro passado, entre a Irlanda e a Nova Zelândia, conseguindo estar à altura do acontecimento, o que lhe pode ter valido estar presente nas fases mais adiantadas do próximo Campeonato do Mundo em 2023, desde que não cometa erros graves até então. Bem, porquê é que escolhemos Luke Pearce entre os vários outros homens fortes da arbitragem das Seis Nações, que vão desde os experientes Wayne Barnes e Pascal Gaüzère às novidades como Andrew Brace?

Porque Luke Pearce tem todos os pormenores e elementos necessários para se afirmar como o próximo grande juiz de rugby, tanto pela forma como comunica acertadamente com os jogadores – cresceu a olhos vistos neste aspecto, ultrapassando a alguma inconsistência inicial vislumbrada em 2019 – ou a forma solene e fria como toma as decisões, não entrando num ritmo frenético e que lhe pode toldar o juízo perante certas situações, sendo esta conjugação de pormenores essencial para termos um árbitro de luxo a este nível.

Em 2021, o inglês de 34 anos arbitrou o França-País de Gales (um dos encontros mais intensos e loucos dos últimos anos, que acabou com uma vitória na bola de jogo para a equipa da casa) e o Irlanda-França, tendo assumido as rédeas dos jogos sem que fosse ele o protagonista principal, algo fundamental para quem comanda duelos deste patamar máximo. Sigam com atenção Luke Pearce nestas Seis Nações 2022, um dos árbitros que pode ditar uma nova era para o rugby mundial, e que tem um talento natural com o apito nas mãos.

 


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