Internacionais de Outono 2024: derrota na visita a Murrayfield

Francisco IsaacNovembro 16, 20244min0

Internacionais de Outono 2024: derrota na visita a Murrayfield

Francisco IsaacNovembro 16, 20244min0
Segunda derrota nestes Internacionais de Outono 2024 para Portugal, com uma exibição cinzenta na visita a Murrayfield

Ponto final nos internacionais de Outono 2024 para Portugal, com os Lobos a somarem uma derrota, a terceira consecutiva desde que Simon Mannix tomou posse da selecção nacional sénior, sendo estes os três destaques do encontro.

MVP: NICOLÁS MARTINS (ASA)

Pode não estar a jogar pelo Montpellier como queria, mas Nicolás Martins mostrou estar em boa forma com o terceira-linha português a ter sido um dos jogadores mais importantes para segurar Portugal em determinados momentos do encontro, especialmente nos alinhamentos da Escócia, no qual o asa interceptou três bolas com introdução escocesa. A forma como se agigantou nos céus e se impôs perante segundas-linhas com maior rodagem tanto na Pro D2 como URC, demonstrou mais uma vez a qualidade enorme que o luso-francês detém dentro de si e que pode fazer a diferença em qualquer tipo de jogo. Juntando a este ponto estatístico extremamente positivo, Martins somou ainda dezanove placagens efectivas (só falhou duas), um roubo no jogo aéreo, cinco portagens de bola e duas linhas-de-vantagem conquistadas. A capacidade técnica e física do atleta do Montpellier ofereceu algum oxigénio a Portugal durante a segunda-parte, tendo sido fulcral para dar um empurrão a uma equipa que saiu para o intervalo abanada apesar do ensaio marcado no encerramento dos primeiros 40 minutos. Gigante nestes dois jogos dos Internacionais de Outono 2024.

PONTO ALTO: FASES-ESTÁTICAS DE ALTA QUALIDADE

Portugal garantiu treze dos quinze alinhamentos com sua introdução, não pecou em nenhuma formação-ordenada e ainda foi capaz de suscitar erros na formação-ordenada adversária e capturar cinco introduções da Escócia no alinhamento, levando a equipa a conseguir ombrear nesses dois sectores, resolvendo os problemas demonstrados frente aos Estados Unidos da América no encontro jogado no fim-de-semana passado. Com Nicolás Martins a liderar a contrarresposta, Luka Begic a mostrar a eficácia desejada e a primeira-linha titular e suplente a mostrar força e domínio quando era necessário, os Lobos foram resgatando alguns momentos positivos que deram outra confiança à equipa.

Melhor de tudo, é que dois dos três ensaios de Portugal advieram directamente das fases-estáticas, com o ensaio de Luka Begic a ter sido concretizado após um maul dinâmico (outro aspecto amplamente positivo) e Samuel Marques a escapar rapidamente após uma formação-ordenada em que os Lobos estavam a jogar vantagem. Se a selecção nacional portuguesa continuar a mostrar esta força e capacidade nas fases-estáticas, o sonho de chegar ao próximo Campeonato do Mundo estará mais perto… precisa é de não baixar deste nível conseguido neste último jogo dos Internacionais de Outono 2024.

PONTO A MELHORAR: DEFESA DE RINS DUROS

Se contra os Eagles Portugal tinha mostrado um bom aparelho defensivo, já contra a Escócia ficou claro que a defesa é realmente um problema, como demonstrado nos jogos contra a África do Sul, Namíbia e, agora, nesta visita a Murrayfield. Sim, os Lobos mostraram uma boa defesa directa, isto é, quando a Escócia decidiu tentar ir ao contacto sem bater o pé ou sem procurar o jogo ao largo e em velocidade, com David Costa, Nicolás Martins, Diogo Hasse Ferreira (incrível alguams das placagens do primeira-linha português), José Madeira, José Lima e Tomás Appleton a imporem boas placagens. Porém, mal a equipa contrária conseguiu jogar em profundidade e com intensidade, Portugal começou a sentir graves dificuldades para não só parar como ler o que o adversário queria fazer, consentindo erros que não são normais. Quando se gerava uma quebra-de-linha, os jogadores portugueses não conseguiam encontrar forma de amparar o golpe, caindo numa sequência de erros de maior gravidade e que terminaram em ensaio. Se o trabalho dos avançados mostra desenvolvimentos e o ataque tem os seus momentos de lucidez, a defesa sob pressão está a ceder e talvez será melhor procurar soluções técnicas que permitam dar outra agressividade à equipa. Não foram uns Internacionais de Outono 2024 positivos para a defesa com 12 ensaios consentidos em dois jogos.


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