Dubai Challenger Series: Portugal com um pé de fora de Madrid
Um desapontante 10º lugar nas Challenger Series 2024, significando isto que Portugal necessita agora de garantir uma vitória ou 2º lugar em Montevideo e Munique, de modo a não ter que depender de resultado de terceiros para se manter em prova e com a possibilidade de chegar à finalíssima de Madrid. Mas antes de olharmos para o futuro, olhemos para o que se passou no Dubai, os resultados, destaques e os pontos principais.
DERROTAS COROARAM INEFICÁCIA
Em toda a campanha no Dubai, os “Lobos” dos 7s somaram apenas e uma única vitória, saindo derrotados de todos os jogos da fase-de-grupos. O grupo de Portugal era um dos mais complicados, já que Japão, Tonga e Chile são três dos principais “tubarões” e que se prepararam extremamente bem para a prova, apetrechando as suas comitivas de experiências, jogos-treino e as condições necessárias para singrar. A selecção nacional até começou bem e esteve prestes a derrotar o conjunto do Japão no jogo de abertura, com estes a acabarem por aguentar uma última tentativa portuguesa. Com o Tonga, Portugal arrancou um empate na bola de jogo, levando este encontro para um prolongamento, ganho pelo Tonga, que fisicamente foi superior às unidades lusas.
Por fim, a derrota por 24 a zero frente ao Chile foi a afirmação final de que existiam poucas ou nenhumas condições para sonhar com algo mais neste Dubai, e isso podia ter sido agudizado com um desaire surpreendente frente à Papua Nova Guiné. Felizmente, graças aos esforços do veterano Duarte Moreira – que com um golpe de génio, conseguiu ludibriar a defesa contrária e marcar um belo ensaio -, José Lima e António Cortes, Portugal acabou por garantir uma vitória. Isto permitiu que houvesse ainda uma pequena oportunidade de fechar em 9º, que acabou por não se verificar já que o Uganda dominou e ganhou por 27-12.
Não foi de todo uma boa experiência para a selecção comandada por Frederico Sousa, que sofreu muito no capítulo defensivo, com diversos erros colectivos, acabando por não conseguir, também, estabelecer uma plataforma de ataque coerente e que oferecesse outra dimensão às boas individualidades inexistentes neste grupo de trabalho. Se retirarmos a derrota com o Chile, equipa que chegou à final desta primeira etapa das Challenger Series, é impossível não ficar espantado com o quase desaire ante a Papua Nova Guiné (todo o respeito a esta selecção do Pacífico mas o nível de financiamento não é do mesmo nível), com o moral da equipa a cair por completo frente ao Uganda.
Porém, há também pontos positivos, já que as derrotas frente ao Japão e Tonga foram sempre por números mínimos. Ou seja, se os “Lobos” dos 7s afinarem alguns problemas e melhorarem no capítulo da leitura defensiva e coerência ofensiva, poderemos ter resultados mais promissores quando chegarmos a Montevideo.
So smooth from @Tongan7s 🤌 🇹🇴#7sChallengerSeries https://t.co/oJvdV69KI2 pic.twitter.com/LhQ3rwvxh8
— HSBC SVNS (@SVNSSeries) January 12, 2024
DESTAQUES INDIVIDUAIS
Antes de passarmos à ladainha de dizer o porquê de A ou B terem sido os que melhor se destacaram, deixamos aqui os marcadores de ensaios e pontos. Guilherme Vasconcelos, Fábio Conceição, Duarte Moreira e António Cortes todos com dois ensaios, enquanto Vasco Leite, José P. Dos Santos, José Lima e João Antunes marcaram 1. José Lima, José P. Dos Santos e João V. Antunes marcaram duas conversões cada.
António Cortes foi um dos melhores durante todo o fim-de-semana, não só pela velocidade e eficácia na exploração das alas, como pelas placagens, conseguindo três que fizeram a bola saltar das mãos do jogador adversário, merecendo rasgados elogios dos comentadores.
Guilherme Vasconcelos foi uma agradável surpresa nos 7s, conseguindo estar a um bom nível, especialmente no que toca a mudança do ataque para defesa (e vice-versa) e no fechar de erros de colegas de equipa.
José Lima, que ofereceu uma ajuda aos 7s, também trouxe algumas notas significativamente positivas e que ajudaram a esconder erros colectivos e individuais de Portugal, tendo sido um dos melhores durante o fim-de-semana todo.
Duarte Moreira, apesar dos 36 anos de idade, foi dos atletas que melhor aproveitou os minutos que teve, oferecendo experiência e capacidade de rasgo quando foi necessário, com aquele ensaio frente à Papua Nova Guiné a ficar bem na retina.
The tightest finish in the corner from Portugal 🤩#7sChallengerSeries pic.twitter.com/YA7rUbJb38
— HSBC SVNS (@SVNSSeries) January 13, 2024
A RETER
A campanha no Dubai foi uma desilusão, já que a selecção nacional tinha qualidade suficiente para chegar a outro patamar, acabando por derrapar nos detalhes e a sofrer alguns desaires questionáveis. Portugal vai ficar bem longe dos objectivos que o público e comentadores em geral tinham pensado para este conjunto, já que houve tempo para preparar, as condições melhoraram ligeiramente e parecia existir interesse da FPR para que esta campanha fosse bem sucedida. Não se está aqui a falar que havia exigência de chegar às World Series, mas terminar em 10º lugar, e terminar em antepenúltimo é um sinal de preocupação. Os atletas que representaram Portugal e o staff que os acompanhou merece um tratamento melhor, sabendo desde logo que o grupo de Portugal era o mais complicado, algo que já se sabia em Dezembro.