Dubai Challenger Series: Portugal com um pé de fora de Madrid

Francisco IsaacJaneiro 14, 20245min0

Dubai Challenger Series: Portugal com um pé de fora de Madrid

Francisco IsaacJaneiro 14, 20245min0
4 derrotas e um 10º lugar que deixam Portugal com um pé de fora de Madrid e das World Series como explica Francisco Isaac

Um desapontante 10º lugar nas Challenger Series 2024, significando isto que Portugal necessita agora de garantir uma vitória ou 2º lugar em Montevideo e Munique, de modo a não ter que depender de resultado de terceiros para se manter em prova e com a possibilidade de chegar à finalíssima de Madrid. Mas antes de olharmos para o futuro, olhemos para o que se passou no Dubai, os resultados, destaques e os pontos principais.

DERROTAS COROARAM INEFICÁCIA

Em toda a campanha no Dubai, os “Lobos” dos 7s somaram apenas e uma única vitória, saindo derrotados de todos os jogos da fase-de-grupos. O grupo de Portugal era um dos mais complicados, já que Japão, Tonga e Chile são três dos principais “tubarões” e que se prepararam extremamente bem para a prova, apetrechando as suas comitivas de experiências, jogos-treino e as condições necessárias para singrar. A selecção nacional até começou bem e esteve prestes a derrotar o conjunto do Japão no jogo de abertura, com estes a acabarem por aguentar uma última tentativa portuguesa. Com o Tonga, Portugal arrancou um empate na bola de jogo, levando este encontro para um prolongamento, ganho pelo Tonga, que fisicamente foi superior às unidades lusas.

Por fim, a derrota por 24 a zero frente ao Chile foi a afirmação final de que existiam poucas ou nenhumas condições para sonhar com algo mais neste Dubai, e isso podia ter sido agudizado com um desaire surpreendente frente à Papua Nova Guiné. Felizmente, graças aos esforços do veterano Duarte Moreira – que com um golpe de génio, conseguiu ludibriar a defesa contrária e marcar um belo ensaio -, José Lima e António Cortes, Portugal acabou por garantir uma vitória. Isto permitiu que houvesse ainda uma pequena oportunidade de fechar em 9º, que acabou por não se verificar já que o Uganda dominou e ganhou por 27-12.

Não foi de todo uma boa experiência para a selecção comandada por Frederico Sousa, que sofreu muito no capítulo defensivo, com diversos erros colectivos, acabando por não conseguir, também, estabelecer uma plataforma de ataque coerente e que oferecesse outra dimensão às boas individualidades inexistentes neste grupo de trabalho. Se retirarmos a derrota com o Chile, equipa que chegou à final desta primeira etapa das Challenger Series, é impossível não ficar espantado com o quase desaire ante a Papua Nova Guiné (todo o respeito a esta selecção do Pacífico mas o nível de financiamento não é do mesmo nível), com o moral da equipa a cair por completo frente ao Uganda.

Porém, há também pontos positivos, já que as derrotas frente ao Japão e Tonga foram sempre por números mínimos. Ou seja, se os “Lobos” dos 7s afinarem alguns problemas e melhorarem no capítulo da leitura defensiva e coerência ofensiva, poderemos ter resultados mais promissores quando chegarmos a Montevideo.

DESTAQUES INDIVIDUAIS

Antes de passarmos à ladainha de dizer o porquê de A ou B terem sido os que melhor se destacaram, deixamos aqui os marcadores de ensaios e pontos. Guilherme Vasconcelos, Fábio Conceição, Duarte Moreira e António Cortes todos com dois ensaios, enquanto Vasco Leite, José P. Dos Santos, José Lima e João Antunes marcaram 1. José Lima, José P. Dos Santos e João V. Antunes marcaram duas conversões cada.

António Cortes foi um dos melhores durante todo o fim-de-semana, não só pela velocidade e eficácia na exploração das alas, como pelas placagens, conseguindo três que fizeram a bola saltar das mãos do jogador adversário, merecendo rasgados elogios dos comentadores.

Guilherme Vasconcelos foi uma agradável surpresa nos 7s, conseguindo estar a um bom nível, especialmente no que toca a mudança do ataque para defesa (e vice-versa) e no fechar de erros de colegas de equipa.

José Lima, que ofereceu uma ajuda aos 7s, também trouxe algumas notas significativamente positivas e que ajudaram a esconder erros colectivos e individuais de Portugal, tendo sido um dos melhores durante o fim-de-semana todo.

Duarte Moreira, apesar dos 36 anos de idade, foi dos atletas que melhor aproveitou os minutos que teve, oferecendo experiência e capacidade de rasgo quando foi necessário, com aquele ensaio frente à Papua Nova Guiné a ficar bem na retina.

A RETER

A campanha no Dubai foi uma desilusão, já que a selecção nacional tinha qualidade suficiente para chegar a outro patamar, acabando por derrapar nos detalhes e a sofrer alguns desaires questionáveis. Portugal vai ficar bem longe dos objectivos que o público e comentadores em geral tinham pensado para este conjunto, já que houve tempo para preparar, as condições melhoraram ligeiramente e parecia existir interesse da FPR para que esta campanha fosse bem sucedida. Não se está aqui a falar que havia exigência de chegar às World Series, mas terminar em 10º lugar, e terminar em antepenúltimo é um sinal de preocupação. Os atletas que representaram Portugal e o staff que os acompanhou merece um tratamento melhor, sabendo desde logo que o grupo de Portugal era o mais complicado, algo que já se sabia em Dezembro.


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