Rugby Europe Championship 2024: datas e adversários dos “Lobos”

Francisco IsaacJaneiro 2, 20245min0

Rugby Europe Championship 2024: datas e adversários dos “Lobos”

Francisco IsaacJaneiro 2, 20245min0
Francisco Isaac traz o calendário do Rugby Europe Championship 2024 e o que esperar dos adversários de Portugal para esta edição

Ano novo, o que signifca nova edição do Rugby Europe Championship, com a edição de 2024 a não ter um peso decisivo para o ciclo do Mundial 2027 (iremos ter novidades nesse sentido, já que parecem estar no ar mudanças no que toca ao apuramento para Campeonatos do Mundo) mas nunca deixa de ser essencial para o crescimento da equipa e construção de uma simbiose que será fulcral para o futuro. O Rugby Europe Championship 2024 mantém a mesma fórmula estreada em 2023, com dois grupos de quatro, com Portugal a ter que defrontar os mesmos adversários do ano passado, sendo que agora irá ter de jogar dois jogos fora-de-portas.

CALENDÁRIO E NOVIDADES

Vamos ao ponto… Portugal vai ter três jogos na fase-de-grupos e serão jogados nestas datas:

– Bélgica no dia 3 de Fevereiro às 19h00 em Mons (hora portuguesa);
– Polónia no dia 10 de Fevereiro às 19h00 em Lisboa (hora portuguesa);
– Roménia no dia 17 de Fevereiro às 16h30 em Bucareste (hora portuguesa);

Depois teremos mais dois jogos a eliminar:

– 2 de Março será a meia final. Caso Portugal passe em 1º jogará em Lisboa. Caso fique em 2º vai ter de ir a Tbilisi ou Valladolid (isto se forem Geórgia e Espanha a terminar nos primeiros dois lugares);
– 17 de Março em Paris (podem comprar bilhetes aqui);

São três semanas intensas e que os “lobos” terão que entrar em campo com toda a seriedade possível, uma vez que um deslize pode custar o 1º lugar nos grupos, e um segundo deslize pode levar a que fiquem de fora mesmo das meias-finais Championship, algo que se quererá de todo evitar após um Mundial bem sucedido. Portugal vai ter de viajar em direcção a território belga e romeno, impondo aqui um desgaste mais agressivo em comparação com 2023, e caso não consiga ficar em 1º, irá com toda a certeza ter de viajar a Tbilissi, isto sem falar que o fim-de-semana das finais será jogado em Paris.

O QUE ESPERAR DE BELGAS, POLACOS E ROMENOS

A Bélgica continua a viver entre um estado de momentos positivos com quebras estruturais e que prometem criar cisões internas. Em 2023 perderam a equipa técnica composta por Mike Ford e Mouritz Botha, devido a falhas no financiamento e manutenção do projecto, mas mais tarde no ano foram capazes de somar boas vitórias na Rugby Europe Super Cup, tendo mesmo forçado os Lusitanos a ter jogado um prolongamento na disputa pelo 5º lugar. Neste momento, Laurent Dossat é o seleccionador nacional ajudado por Sebástien Guns, com um staff totalmente belga. A Bélgica está em pleno crescimento, com a sua selecção de sub-20 a registar bons resultados, e em que vários dos seus atletas estão a despontar nas equipas de éspoirs do Top14 e ProD2.

A Polónia continua a ser liderada pelo galês Christian Hitt, não tendo sofrido grandes mudanças na sua estrutura. Alguns atletas assinaram contratos profissionais, uma clara evolução benéfica para o rugby polaco.

Já a Roménia mudou radicalmente tudo depois de um 2023 desanimador e que levou a que sofressem algumas das mais pesadas derrotas da sua história, com Eugen Apjok a ter sido demitido no fim do ano, substituído por David Gérard. O ex-adjunto de Patrice Lagisquet na selecção nacional assumiu as rédeas da selecção principal romena, tendo revelado que nunca recebeu qualquer chamada da Federação Portuguesa de Rugby após o Mundial, apesar de ter ficado à espera inicialmente. Michaël Dallery e Jonathan Callard também se juntaram a Gérard, com estes dois técnicos a também a terem passado pelos “Lobos” em 2023. Ou seja, a Roménia conseguiu assinar com um staff que claramente é uma estrondosa melhoria comparado com Eugen Apjok. A Roménia está num momento complicado a nível de atletas, já que a larga maioria está a jogar em “casa”, com o número de nomes a actuar em França ou Inglaterra a ser extremamente escasso, comparado com Portugal. Com tudo, com Gérard, Callard, Dallery, Maisuradze e Saint-André, os “Carvalhos” vão dar um salto evolutivo e que voltará a criar problemas a Portugal, ao ponto que o 1º lugar pode estar mais inclinado para esta selecção do leste europeu.

Posto isto, voltamos a reiterar que estamos a um mês do início da competição e que Portugal continua sem seleccionador nacional e com uma equipa técnica composta meramente por João Mirra e Oliver Rier com supervisão de Frederico Sousa (lembrar que a sua única experiência como seleccionador não correu de feição e até levou a uma quebra de confiança com os jogadores profissionais a actuar fora do país), o Director Técnico Nacional, algo nada positivo já que tanto Bélgica, Polónia e Roménia têm as suas equipas técnicas formadas e prontas para o desafio.

O sucesso conquistado no Mundial passado exige que Portugal não tire o pé do acelerador, e qualquer tropeção inesperado poderá comprometer com todo o esforço dos últimos cinco anos. Jogar sem uma estrutura forte, sem convencer os atletas profissionais sejam os nascidos em território nacional, França ou noutro país e a tentar abraçar uma lógica completamente repelente ao sucesso, é voltar atrás no tempo. Faltam menos de 30 dias, o que significam poucos treinos para voltar a um bom nível qualitativo.

O Rugby Europe Championship 2024 pode não valer qualificação para o Mundial, mas vai ser importante para o que se vai passar em 2025.

Foto de Destaque de Luís Cabelo Fotografia


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