Rugby Europe Championship 2023: alterações, adversários e modelo

Francisco IsaacAgosto 1, 20224min0

Rugby Europe Championship 2023: alterações, adversários e modelo

Francisco IsaacAgosto 1, 20224min0
O Rugby Europe Championhsip vai ser alterado, e contamos-te o que se vai passar com a 1ª divisão de rugby de seleções da Rugby Europe

Ainda estamos em 2022, e Portugal, no que concerne ao XV, tem uma vaga do Campeonato do Mundo para conquistar, mas é altura de começarmos olhar para o próximo ciclo de mundial, com este a ter de passar, como todos sabemos, pelo Rugby Europe Championship, que sofrerá mudanças estruturais já a partir da próxima edição, com isto a poder a afectar os projectos de cada uma das selecções envolvidas. Primeira novidade: Alemanha, Polónia e Bélgica farão parte da coorte desta competição, juntando-se a Portugal, Geórgia, Espanha, Roménia e Países Baixos – a Rússia está excluída de provas enquanto não colocar um fim na invasão e genocídio praticado na Ucrânia -, alargando o Rugby Europe Championship para oito equipas, algo histórico se olharmos só para os últimos 25 anos.

Tendo aumentado o número de equipas participantes, e mediante um calendário internacional limitado a cinco fins-de-semana entre Janeiro e Abril, não é possível realizar um torneio de todos contra todos a uma volta, forçando isto uma alteração no modelo competitivo, aquela que é a segunda novidade. Como será então processado o campeonato masculino de XV mais importante dentro da hierarquia da Rugby Europe? Duas fases-de-grupos, com os dois primeiros classificados a apurarem-se para umas meias-finais, que dará lugar, depois, a uma final, num processo algo similar aos 7’s ou campeonatos de formação.

Não existindo ainda um press release oficial, pelas indicações colocadas a circular, é possível que Portugal calhe no mesmo grupo que Roménia, Bélgica e Polónia, enquanto Espanha, Geórgia, Alemanha e Países Baixos completam o segundo grupo de quatro, perspectivando-se  uma reformulação profunda daquilo que conhecíamos do Rugby Europe Championship. Três jogos na fase-de-grupos, mais dois a eliminar – vencidos das meias-finais deverão jogar um contra o outro de maneira a se distribuir os pontos -, encaixando perfeitamente este novo modelo no calendário internacional da World Rugby.

Porquê estas mudanças e a entrada directa de três equipas da divisão Trophy? Crescimento. Esta palavra é a chave para o que a Rugby Europe procura das suas selecções, um crescimento mais paritário, similar e forte, aproveitando o recente interesse do público internacional neste torneio para dar mais luz às selecções e federações que estão à procura de se tornarem entidades mais competentes e sérias na modalidade, evitando criar um ring fencing (um bloqueio dos mais fortes para evitar dividir “louros” com os pequenos) nocivo para o desenvolvimento sustentável da modalidade, num momento de extrema pressão para a modalidade.

O que isto significa para os “Lobos” em especifico? Para já, pouco, uma vez que Polónia e Alemanha, apesar dos esforços impostos por ambos países, estão dois patamares abaixo de Portugal neste momento em termos de qualidade de jogadores e do staff, e a Roménia será o mesmo rival de sempre, existindo a clara hipótese do contingente luso chegar às meias, ou mesmo final, caso consiga superar a Geórgia ou Roménia no caminho até tal objectivo. A longo-prazo, a Federação Portuguesa de Rugby terá de tomar cuidado para não permitir qualquer retrocesso ou queda da estrutura da equipa sénior da selecção de XV masculina, sob risco de ficar de fora dos lugares que conduzem ao apuramento para o Campeonato do Mundo seguinte – ou à repescagem -, um risco crítico e do mesmo nível que descer de divisão em 2016 – não haverá lugar, neste momento, a despromoções, ou, a acontecer, a pior selecção sofrerá esse destino.

É uma reformulação nos modelos competitivos da Rugby Europe, uma mudança profunda e que procurará criar outro tipo de incentivos, moldar a realidade para algo mais sustentável e equitativo, conseguindo assim, talvez, não só estimular a “nata” de cada país, mas o surgimento de mais franquias que possam vir a fazer parte da Super Cup, com isto a poder garantir outra sustentabilidade a todos os níveis para as principais federações do rugby europeu – não contabilizar aqui as Seis Nações.

Não existindo ainda uma clara ideia do impacto real desta alteração do modelo competitivo, é fundamental que a World Rugby acompanhe os esforços das entidades como a Rugby Europe para tentar criar mais oportunidades para quem não tem sido bafejado nos últimos 20 anos, apesar de poderem vir a ter um papel importante no crescimento do rugby a longo-prazo.

 


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