Portugal na final pela 3ª vez – o “maul” do Europeu de sub-18

Francisco IsaacNovembro 14, 20235min0

Portugal na final pela 3ª vez – o “maul” do Europeu de sub-18

Francisco IsaacNovembro 14, 20235min0
Portugal está na final do Europeu de sub-18 com uma vitória por 34-06 frente à Espanha que Francisco Isaac analisa para o Fair Play

Os sub-18 de Portugal carimbaram a passagem à final do Europeu de sub-18 com uma exibição de gala frente à Espanha, impondo a maior vitória de sempre frente ao eterno rival por 34-06, num jogo carregado de momentos que analisamos neste artigo.

MVP: TOMÁS MARQUES (ABERTURA)

Classe ao pé, classe com a oval nas mãos e classe a ditar o jogo. O abertura de Portugal, que já tinha sido um dos melhores no primeiro encontro deste Europeu de sub-18, voltou a mostrar o porquê de ser um dos comandantes da equipa num encontro em que marcou um ensaio à ponta e encaixou nove pontos ao pontapé, mostrando-se influente para o resultado final destes “Lobos” sub-18. A Espanha ofereceu uma réplica defensiva dura e intensa, numa subida rápida da defesa e de asfixiar o fluxo de bola do ataque “luso”, mas a linha de 3/4’s portuguesa bem elaborada por toda a equipa, foi capaz de contornar este problema e encontrar o caminho para o ensaio quando era necessário.

As direcções e indicações Tomás Marques facilitaram o processo ofensivo, impondo um ritmo e intensidade inteligentes e que foram criando as dificuldades certas nos momentos certos. A somar a isto tudo, o jogo ao pé do abertura foi sensacional, empurrando as linhas atrasadas contrárias para trás e a forçar alguns erros destes mesmos, isto para além de ter atirado um 50/22 de total elegância. Jogo genial do nº10 e os 14 pontos da sua autoria foram significativos para esse fim.

PONTO ALTO: APROVEITAR AS OPORTUNIDADES COM EFICÁCIA

Podíamos destacar as fases-estáticas em que Portugal largamente dominou, especialmente no alinhamento e maul dinâmico (incrível a quantidade de vezes em que estes “Lobos” sub-18 impuseram problemas à equipa contrária) ou a velocidade de bola entre os 3/4’s, com boas combinações a resultarem em avanços sistemáticos no terreno, mas o ponto mais forte foi o aproveitamento de oportunidades.

Portugal perdeu cerca de 3 em 6 oportunidades para fazer pontos em momentos críticos, ou seja, a maioria das situações terminou com a equipa lusa a adicionar pontos no marcador seja através de ensaios (5) ou pontapés de penalidade (1), conseguindo assim se impor no jogo e resultado. Efectivamente o cartão vermelho facilitou a missão de Portugal, mas lembrar que os portugueses também jogaram vinte minutos com 14 devido a dois cartões amarelos (evitáveis) conseguindo mesmo assim marcar pontos a jogar com o mesmo número de atletas.

A largura de jogo que foram sendo capazes de impor beneficiou totalmente a construção do resultado, com Sebastião Stilwell, João Cardoso, Francisco Pinto e Guilherme Vasconcelos a explorarem bem o espaço no ataque, com o apoio a se mostrar sempre presente para voltar a dar mais uma fase perigosa para a selecção nacional.

Excelentes dinâmicas, boa energia e uma alegria positiva a jogar.

PONTO A MELHORAR: NÃO VALE A PENA SER INDISCIPLINADO

Uma marca desta equipa técnica nacional é o facto das equipas lutarem por cada centímetro e tentarem ser agressivas em todos os espectros, pressionando o adversário em todas as frentes, seja na questão física, táctica e mental.

Neste último ponto, os “Lobos” sub-18 foram mais fortes mas por vezes enveredam para uma atitude indisciplinada e que podia ter beneficiado a Espanha caso estes tivessem conseguido ultrapassar a excelente defesa portuguesa ou evitado fazer erros infantis no controlo da oval.

É perfeitamente perceptível o porquê deste grupo ter de ser assim, uma vez que consegue obter benefícios positivos deste comportamento, contudo, quando extravasa e até retira boas oportunidades de ataque, acaba por ser um aspecto negativo.

Os dois amarelos eram evitáveis e podia até ter surgido um terceiro, caso a arbitragem tivesse penalizado novamente quando os “Lobos” sub-18 estavam a cometer penalidades sucessivas dentro da mesma jogada na 2ª parte. Felizmente a equipa foi mais forte e conquistou uma vitória enorme para chegar à final do Europeu de sub-18 pela 3ª vez consecutiva.

Marcados

Ensaios: José Lavos (5), Miguel Romero (5+5), Tomás Marques (5) e Sebastião Stilwell (5)
Conversões: Tomás Marques (2+2+2)
Penalidades: Tomás Marques (3)


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