Os 5 melhores pontas do Rugby em 2020

Francisco IsaacMarço 3, 20205min0

Os 5 melhores pontas do Rugby em 2020

Francisco IsaacMarço 3, 20205min0
Por vezes tão relegados só para o papel de finishers, os pontas cada vez mais assumem um papel de construir o jogo ofensivo das suas equipas. Os 5 melhores nesta posição para nós no Fair Play

JONNY MAY (INGLATERRA)

Elétrico e mágico, velocidade ardilosa e um sidestep letal, estes são só alguns dos pormenores que ajudam a explicar o tipo de jogar que é Jonny May, um dos mais prolíferos marcadores de ensaios do Hemisfério Norte e, porque não, do Mundo do Rugby. Vejam-se os números das últimas três temporadas na soma de selecção e clube: 73 jogos, 50 ensaios, 15 assistências e vários km’s percorridos com a oval em seu poder.

É neste momento uma das referências da Inglaterra de Eddie Jones, munindo a ponta esquerda da Rosa com uma flecha de alta velocidade, imparável quando tem uma “nesga” de espaço e possuidor de uma série de skills de relativa espectacularidade, sendo uma das maiores ameaças às defesas contrárias. Já está quase no patamar dos 30 ensaios pela selecção e está apenas dois de ficar no 2º lugar de maiores marcadores de toques de meta de todo o sempre da Inglaterra (Rory Underwood ocupa o primeiro lugar com 49).

MAKAZOLE MAPIMPI (ÁFRICA DO SUL)

O atleta sul-africano de 29 anos só apareceu no contexto de selecção em 2018 e desde então tem polvilhado as suas presenças pelos Springboks com sprints que rasgam a muralha defensiva dos seus adversários, recepções a pontapés de parar o tempo e ensaios memoráveis, enchendo de orgulho os seus formadores nos Border Bulldogs. No Super Rugby foi o melhor jogador durante anos nos Southern Kings e, depois, Cheetahs sendo responsável por 21 ensaios em 27 jogos num período de três anos, conquistando assim a atenção dos Sharks em 2018, transferindo-se para os sempre candidatos a ir às eliminatórias do Super Rugby.

Mas o que tem de tão especial Makazole Mapimpi? O poder de sprint, a facilidade em fugir a placadores próximos e a técnica individual de um atleta de grande nível que gosta de mexer com as dinâmicas de jogo em meros segundos, percebendo então o quão importante foi para a África do Sul no último Rugby World Cup, em que marcou 6 ensaios em 6 jogos para além de outros stats relevantes. É agora uma referência nos Cell C-Sharks, esperando que atinja os 30 ensaios até ao final da sua carreira no Super Rugby.

CHESLIN KOLBE (ÁFRICA DO SUL)

É um jogadores do futuro do rugby, que tanto joga com a mesma excelência na posição de ponta, defesa, abertura e, se tiver de ser, centro, evocando uma polivalência genial que só é superada pela forma mágica como joga e ataca a bola. É similar a Beauden Barrett no que toca ao “fazer tudo” dentro das quatro-linhas, seja a chutar aos postes(tanto nos Stormers como no Toulouse já foi chamado a cumprir este papel e não fracassou) ou em jogo contínuo, a placar (o 1,70 não significa nada na hora de enfrentar o portador da bola rival, aplicando bem o ombro no momento certo), a comunicar, a envolver-se nas movimentações e combinações colectivas ou na aplicação de skills estupendos que abrem um mundo de oportunidades para os seus colegas causarem dano.

Demorou chegar aos Springboks, tendo sido chamado pela primeira vez em 2018 por Rassie Erasmus e desde então fincou com todas as suas forças o seu lugar no elenco, mostrando-se essencial na conquista do título mundial em 2019. É um pequeno míssil na hora de atacar seja a linha-de-vantagem, área de ensaio ou títulos e merecia já ter conquistado o título de Melhor Jogador do Mundo em 2019.

GEORGE BRIDGE (NOVA ZELÂNDIA)

Ben Smith saiu de cena nos All Blacks e abriu algum vazio, apesar de existirem várias e diversas boas escolhas internas para assumir o lugar do lendário defesa seja Damian McKenzie, David Havili, Beauden Barrett (deverá voltar a ocupar a posição de abertura nos próximos jogos internacionais de Verão ou Rugby Championship) ou George Bridge, sendo que o atleta dos Crusaders surge normalmente à ponta mas já alinhou como nº15 em alguns encontros. Bridge é dos jogadores mais multifacetados neste momento, detentor de uma perspicácia especial para explorar todas e qualquer brechas no bloco defensivo contrário, somando apontamentos físicos de excelência seja pelo sprint, explosão, resistência e manutenção dos mesmos índices de trabalho durante o decorrer de todo o jogo.

Contudo, são as características técnicas e tácticas  que fazem toda a diferença no repertório do tricampeão do Super Rugby, uma vez que revela uma mestria genial na leitura do tabuleiro de jogo, desbloqueando certas situações difíceis para virar uma situação defensiva numa contra-reacção imparável algo já visto tanto nos Crusaders como All Blacks. Uma ameaça com um QI altíssimo e que deverá manter a sua titularidade na selecção da Nova Zelândia nos próximos naos.

JOSH ADAMS (PAÍS DE GALES)

O ponta galês tem sido dos principais destaques do seu país nas últimas duas campanhas nas Seis Nações foi responsável seis ensaios em oito jogos, tendo sido o melhor marcador de ensaios do Mundial de Rugby 2019 com sete toques de meta na sua primeira aparição no maior torneio da modalidade. Incisivo, possuidor de uma aceleração que deixa por terra a maioria dos seus placadores directos, o atleta dos Cardiff Blues tem sido uma lufada de ar fresco no rugby dos Red Dragons enchendo o campo com uma dimensão técnica e física inesperada, roubando todas as atenções quando recebe a oval e começa a aplicar a sua dança de 3/4’s que pode alterar por completo todo um jogo.

Não se fica só por ser um sprinter de proporções extraordinárias, pois também tem dentro de si um conhecimento de jogo profundo procurando desconcentrar o adversário a nível táctico, por vezes de uma forma tão inesperada que apanha quase tudo e todos desprevenidos. É neste momento um alvo a abater dentro de campo e vai ser um dos principais try scorers do País de Gales nos próximos anos.


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