“Lobos” e “Lobas” dos 7s: objectivos cumpridos no circuito

Francisco IsaacJulho 9, 20235min0

“Lobos” e “Lobas” dos 7s: objectivos cumpridos no circuito

Francisco IsaacJulho 9, 20235min0
Com um 10º e 6º lugar nos 7s de Hamburgo, Portugal garante as duas equipas para 2024 e ainda está na luta pelas World Series

Temporada de 7s 2023 terminada, e Portugal garantiu a permanência da equipa feminina no Rugby Europe Sevens Championship Series, enquanto os “lobos” reservaram o bilhete para a próxima Challenger Series 2024, estando assim na luta para retornar às World Series!

Num fim-de-semana amplamente positivo, as Quinas conseguiram registar resultados muito interessantes em certos jogos, e, apesar de terem perdido as “finais”, mostraram a importância de apostar, investir e apoiar fortemente esta variante de sete.

“LOBAS” COM UM 10º LUGAR HONROSO

Um lugar acima da linha-de-água, mas que não mostra a brutal diferença de qualidade entre Portugal e as duas selecções despromovidas, Roménia e Suécia, pois a equipa lusa esteve a lutar por uma histórica passagem ao top-8, tendo faltado só um pouco mais de sorte e “engenho” para derrotar a Polónia, a selecção surpresa de 2022.

João Moura teve de efectuar algumas alterações à convocatória por via de lesão de certas atletas, mas mesmo assim a equipa não perdeu qualidade e capacidade de luta, puxando pelos galões e conseguindo realizar um par de exibições de gala. Em termos dos pontos positivos, a atitude e aparelho defensivo estiveram em boa sintonia, com o ataque a ser constantemente bafejado por um ritmo alto e com pormenores de risco que, por vezes, foram excessivos e ajudaram mesmo as equipas adversárias. O 19-36 contra a Polónia e o 19-28 ante a Itália podiam ter terminado com uma vitória da formação comandada por João Moura, mas a experiência adquirida em 2023 vai ser fulcral para virar estes resultados na próxima temporada.

Destaque individualizado para Adelina Costa que foi uma das atletas mais consistentes no decurso de todo o fim-de-semana (se mantiver os níveis de ritmo sempre altos, será uma ameaça ainda maior no futuro), como Maria João Costa, Mariana Marques e Mariana Santos, que terminou a temporada dos 7s como a melhor marcadora com 9 ensaios.

10º lugar nestas Sevens Championship Series, e com exibições de excelência como contra a Itália neste passado Sábado!

“LOBOS” VÃO ÀS CHALLENGER SERIES

6º lugar me Hamburgo, um 5º lugar no pódio final, Challenger Series e uma selecção que vai se solidificando com o passar das temporadas, esperando-se agora um investimento ainda mais superior, até para conseguir lutar devidamente pela subida e retorno às World Series.

Frederico Sousa pode ter querido mais, e até havia espaço para em Hamburgo Portugal ter atingido as meias-finais da competição, mas no cômputo geral os objectivos foram cumpridos e a vaga de jogadores jovens de entre 18 e 20 anos conseguiram dar a resposta que se pretendia. Vasco Silva, Manuel Fati, Vasco Correia, Vasco Câmara, ou Diogo Rodrigues mostraram uma aptidão excepcional para serem protagonistas nos 7s e que, caso sejam aposta recorrente e haja um apoio financeiro e estrutural ainda mais sério, poderão vir a ser casos sérios de sucesso na variante.

Destaque para José Paiva dos Santos, com o multifacetado e polivalente 3/4’s a ter sido um dos maiores dínamos do ataque, sempre pronto para seguir rápido e forçar um recuo constante do adversário, impondo uma fisicalidade potente e decisiva – por vezes algo precipitado, mas mais vale do que apatia. João Antunes soube guiar bem a equipa a espaços, Rodrigo Freudenthal foi consistente do princípio ao fim e Vasco Câmara mostrou um génio importante em certos momentos.

No que toca ao exercício colectivo, Portugal efectuou um par de prestações de fina qualidade, como contra a Bélgica (28-10) e Itália (33-21), onde o “carrossel” ofensivo foi animando a equipa e a recuar o bloco contrário. A maior desilusão nem teve na derrota contra a Irlanda nos quartos-de-final, mas sim contra a Geórgia na fase-de-grupos… uma vitória nesse encontro, e os “Lobos” podiam ter apanhado um adversário mais acessível nos quartos.

No fim de contas, Manuel Marta e João Antunes terminaram o circuito como os principais pontuadores com 49 pontos cada, enquanto José Paiva dos Santos fechou a época com 8 ensaios marcados.

Agora é aguardar por datas para as Challenger Series 2024 e esperar que haja um sério e honesto investimento aos 7s, que têm de ganhar importância máxima, especialmente quando no XV a actividade não será tão alta como comparado com as duas últimas temporadas.


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