Internacionais de Outono 2024: Portugal cai frente aos EUA

Francisco IsaacNovembro 9, 20244min0

Internacionais de Outono 2024: Portugal cai frente aos EUA

Francisco IsaacNovembro 9, 20244min0

No primeiro jogo de Simon Mannix em solo nacional, Portugal acabou derrotado frente aos Estados Unidos da América no Estádio de Coimbra, com a equipa da selecção nacional a deixar escapar uma vantagem de 17 pontos com um ensaio marcado nos derradeiros minutos do encontro. Estes são os três destaques do jogo.

MVP: SIMÃO BENTO (DEFESA)

80 metros de conquista, duas assistências para ensaio, uma quebra-de-linha, seis recepções ao pontapé e cinco defesas batidos… este foi o pecúlio de Simão Bento, um dos melhores jogadores portugueses na derrota de Portugal frente aos Estados Unidos da América. O defesa do Stade Montois teve tarde de qualidade, desenhando uma mão-cheia de jogadas que deram outra vitalidade aos Lobos, especialmente quando parecia que os Eagles estavam a dominar o encontro por completo, enchendo o campo com esse virtuosismo técnico e táctico. Não tendo sido a melhor prestação colectiva de Portugal, a verdade é que o três-de-trás conseguiu ser ameaçador durante vários momentos do encontro, com Simão Bento a liderar com convicção e a impor uma energia que tentou empurrar Portugal na direção da vitória. Cody Thomas também esteve em grande, com o pilar a ganhar a linha-de-vantagem cinco vezes de seis entradas, forçando dois erros à formação-ordenada contrária. Hugo Aubry e Hugo Camacho também merecem um destaque pelo jogo positivo realizado, especialmente Camacho que

PONTO ALTO: DEFESA FOI DANDO UMA SEGUNDA VIDA

Sim, os EUA marcaram três ensaios e conseguiram garantir uma vitória mesmo antes do apito final, mas houve um sentido de união na hora de defender e de tentar recuperar a oval para regressar ao ataque. No total, Portugal somou mais de 120 placagens, conseguiu arrancar três turnovers e forçar outras três penalidades, o que prova algum positivismo de um departamento de jogo fundamental para Portugal. A velocidade na saída pós-ruck ou formação-ordenada ajudou a limitar as possibilidades dos Estados Unidos da América em aproveitar o espaço, com Nicolás Martins, José Madeira, Tomás Appleton, Cody Thomas, Raffaele Storti a terem realizado um bom esforço neste aspecto.

Os três ensaios sofridos irão ser revistos, mas a verdade é que Portugal aguentou largos períodos a defender sem consentir pontos, sendo importante limitar o número de penalidades cometidas, um problema que já se tinha visto durante todo 2024.

PONTO A MELHORAR: ALINHAMENTOS INCERTOS E FALTA DE COESÃO

Seis alinhamentos perdidos, sucessivos erros de posse de bola, falta de energia e pujança e pouca cabeça nos momentos críticos do encontro, foram alguns dos erros que acabaram por condenar os Lobos a uma derrota ante a equipa anfitriã, tendo sido a quarta derrota em oito encontros jogados em 2024. Olhando só para os alinhamentos, a quantidade de boas oportunidades perdidas em lançamentos sem direcção de Luka Begic ou o timing atrasado dos saltadores acabou por penalizar excessivamente Portugal, ofertando várias oportunidades ao conjunto contrário para respirar e se reagrupar. Isto já tinha sido um problema vislumbrado frente à Geórgia e Springboks, o que nos diz que os Lobos estão a quebrar quando se sentem pressionados. A lentidão da construção do aparelho ofensivo esteve bem à vista, com o pack avançado a demorar oferecer uma segunda vaga intensa e rápida o que, mais uma vez, só ajudou aos Estados Unidos da América a se manterem em jogo.

Aos que dizem que os EUA têm mais minutos de jogos nas pernas, é importante lembrar que Portugal jogou bem mais encontros em 2024 do que os Eagles, com uma boa parte da equipa a fazer parte dos Lusitanos. A derrota de hoje, que tem mérito dos americanos, diz muito sobre os últimos dois jogos dos Lusitanos em que se sentiu falta de coesão, ideias e uma forma física que está a léguas de distância em comparação do que vimos em 2022 e 2023. Melhores dias virão, mas cometer erros destes frente à Bélgica e Alemanha em 2025 pode significar um adeus prematuro ao Mundial de Rugby 2027. Pode parecer um discurso demasiadamente alarmista, mas mais vale prevenir do que remediar e pede-se algum brio à estrutura da Federação Portuguesa de Rugby neste momento.


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