Internacionais de Novembro: o potencial melhor 23 dos Lobos
Novembro está próximo e com isso vamos ter o retorno dos Lobos, com os melhores jogadores portugueses da actualidade a voltarem ao serviço das Quinas. Mas quem são actualmente os jogadores em melhor forma? Quem podemos esperar frente ao Canadá, Uruguai e Hong Kong?
A maior questão vai para as potenciais surpresas na convocatória… melhor, se vamos ter novidades na lista de convocados. Esta janela internacional de Novembro tem um peso enorme no futuro dos Lobos, já que vai ditar a posição de ranking de Portugal no final deste ano e ditar em que pote a selecção nacional irá cair quando se realizar o sorte para o próximo Mundial. Com isto em mente, será fundamental que Simon Mannix opte pelos jogadores em melhor forma e que possam realmente colocar as Quinas num patamar que não está desde o Mundial de 2023.
Posto isto, que jogadores poderão ser chamados aos Lobos? Ou, melhor, que vão colocar a selecção mais perto de um resultado positivo?
Na primeira-linha, Cody Thomas, Anthony Alves e Diogo Hasse Ferreira têm se apresentado em forma em França, com o primeiro a ter possuir alguns dos melhores dados estatísticos para um pilar direito. Luka Begic, lesionado desde a penúltima jornada da Pro D2, continua a mostrar que é a melhor solução para a posição de talonador. Na segunda-linha surgem as maiores dúvidas, apesar de Steevy Cerqueira, Martim Bello e Duarte Torgal estarem a somar preciosos minutos ao serviço dos seus clubes, sendo, de longe, as melhores soluções para as camisolas 4 e 5.
Na 3ª linha José Madeira e Nicolás Martins terão de estar certamente entre as escolhas, ladeados por Vasco Baptista, João Granate e David Wallis, com Diego Pinheiro Ruiz a ser outra solução, apesar de só ter sido chamado a dois jogos do Provence.
No par de médios, entra a maior dúvida… rumores vindos de França apontam para o facto de que Samuel Marques não estará disponível para jogar em Novembro, o que seria uma perda enorme, não só pela forma que se encontra (6 ensaios na Pro D2, tendo 94 pontos no total neste arranque de época) como pela ausência de soluções reais para o lugar de formação titular. Hugo Camacho tem jogado praticamente nada pelo Béziers-Hérault, Pedro Lucas tem se visto pouco pelo Técnico e Lusitanos, e António Campos idem. É neste momento uma das maiores preocupações de Portugal a dois anos do Mundial da Austrália.
Master and Commander of the Pro D2 soul, Samuel Marques ⛵️
He is off to a spectacular season start in what might be his final year as a pro player
Incroyable, monsieur pic.twitter.com/ycqaGJdwKy
— Francisco Isaac (@francisaac87) October 14, 2025
Joris Moura e Manuel Vareiro estão numa forma soberba, mas nenhum tem jogado como abertura quer pelo Valence Romans ou Provence. Contudo, Moura tem assumido quase o papel de um abertura secundário na forma de jogar do Valence Romans, sendo talvez a opção mais segura para os Lobos.
Indo ao par de centros, José Lima tem sido titular no SL Benfica, sendo que a maior dúvida recai em que pode estar na camisola 13. Rodrigo Marta parece-nos ser uma opção credível, até porque jogou nessa posição em três dos últimos seis jogos.
Nas pontas, seria criminoso deixar de fora (uma vez mais) Lucas Martins, já que tem sido dos melhores pontas da Pro D2, com 5 ensaios marcados até este momento. Vincent Pinto e Manuel Vareiro poderiam vestir as camisolas 14 e 15, com Simão Bento a estar na discussão por um lugar no XV titular.
David Costa, Luka Begic e Cody Thomas; Steevy Cerqueira e Martim Bello; José Madeira, Nicolás Martins e João Granate; Samuel Marques e Joris Moura; José Lima e Rodrigo Marta; Lucas Martins, Vincent Pinto e Manuel Vareiro. No banco de suplentes: Abel da Cunha, Santiago Lopes, Diogo Hasse Ferreira, Diego Pinheiro Ruiz, Vasco Baptista, Pedro Lucas, Hugo Aubry e Simão Bento.
A correr por fora estarão Nuno Sousa Guedes (espetacular jogo frente aos Warriors, mas ainda assim fica atrás de qualquer um dos seus rivais na ala), Duarte Torgal, Anthony Alves, Raffaele Storti (recuperado de lesão continua à procura da sua melhor forma agora ao serviço do Grenoble) e Guilherme Costa. Contudo, há uma série de atletas sem qualquer internacionalização que deveriam ser chamados à selecção, e apontamos alguns nomes. Alex dos Santos seria uma integração interessante para a posição de pilar esquerdo, podendo servir de suplente a David Costa, já que tem estado a um bom nível pelo Albi neste começo de época da Nationale francesa. Antoine Ferreira e Hugo Lopes, atletas do Chambéry e Massy respectivamente, poderiam ser uma adições interessantes para a 2ª linha, com ambos a apresentarem altura e fisicalidade boa suficiente. Maxient da Costa que assinou pelo Albi tem também estado a um nível alto de qualidade individual, e numa altura de ausência de referências na posição de talonador, poderia ser a resposta necessária para esse problema – Pedro Vicente e Santiago Lopes fecharam o Men’s Rugby Europe Championship com apenas 65% de eficácia na introdução nos alinhamentos.
Num mês que será decisivo para o apuramento dos grupos do próximo Mundial de Rugby masculino, seria fulcral que a equipa técnica nacional tivesse noção da importância destes três jogos. Colocar em campo jogadores só para agradar a alguns, deixando de fora ou no banco quem está efectivamente a passar por um momento de forma de grande nível, é algo errado e que já prejudicou largamente em janelas internacionais anteriores. Já repetimos este ponto noutros artigos, mas atletas que estão a jogar no Top14, Pro D2 ou Nationale estão num nível superior competitivo em comparação com o campeonato nacional português, com todo o respeito aos clubes nacionais. Neste momento a marca portuguesa na Pro D2 e Nationale é das melhores, e seria de estranhar se as opções recaíssem na sua maioria em atletas que estão a jogar pouco ou a jogar a um nível competitivo não tão forte.
Uruguai, Hong Kong e Canadá vêm à Europa com a intenção de somar pontos no ranking e os Lobos têm de encarar estes adversários com total seriedade, sendo necessário ter noção do que está em jogo.