Internacionais de Inverno: vitória ante o Canadá para fechar 2025

Francisco IsaacNovembro 23, 20254min0

Internacionais de Inverno: vitória ante o Canadá para fechar 2025

Francisco IsaacNovembro 23, 20254min0
Portugal derrotou o Canadá 33-27 no Estádio de Coimbra, com uma prestação amplamente positiva mas sem impressionar

Foi até ao fim, mas Portugal acabou por garantir uma vitória frente ao Canadá, derrotando a equipa norte-americana por 33-27, fechando o ano com saldo positivo entre vitórias e derrotas, apesar do ponto de vista exibicional os Lobos a ainda estarem longe do seu melhor.

MVP: RODRIGO MARTA

Rodrigo Marta não sabe o que é jogar mal. O centro do US Colomiers não só marcou mais um ensaio por Portugal (chegou aos 36), como foi uma dor-de-cabeça constante para o Canadá, ganhando sucessivos metros tanto no contacto como no jogo corrido, garantindo uma plataforma de jogo estável e ameaçadora para a selecção nacional, especialmente na segunda metade deste encontro. Marta carregou a oval por nove vezes, conquistando a linha-de-vantagem em cinco ocasiões, somando ainda oito placagens efectivas e um dois offloads que injectaram outra vida nos Lobos.

Naquele que era o segundo desafio para Portugal em termos de dificuldade neste Novembro, Rodrigo Marta foi uma das chaves para a vitória portuguesa com a fisicalidade imposta a colocar a linha de 3/4s do Canadá em sobressalto. Destaques também para Nicolás Martins, que se mostrou insaciável nos alinhamentos e no apoio ao ataque, Manuel Vareiro (excelente no jogo ao pé e a colocar a equipa a jogar), Luka Begic e Hugo Camacho, que foi essencial para garantir a vitória para os Lobos.

PONTO ALTO: BOA CAPACIDADE DE DECISÃO NOS MOMENTOS-CHAVE

Foi, talvez, o melhor jogo de Portugal em dois aspectos: no saber em optar por ir aos postes, alinhamento ou formação-ordenada após garantir uma penalidade; e no defender como uma unidade só, fechando bem todos os espaços e a bloquear o acesso à área-de-validação ao Canadá. Vamos ao primeiro ponto já que foi essencial para garantir não só pontos como a vitória no final do encontro. Num jogo difícil em que a equipa adversária lutou até ao último segundo, David Wallis teve a presença de espírito para confiar no seu principal chutador, apontando aos postes sempre que os Lobos estavam bem posicionados, somando três preciosos pontos invés de arriscar ir ao alinhamento ou montar uma formação-ordenada que nunca rendeu como deveria, muito por culpa do estado da relva e da falta de força na segunda leva.

Com Manuel Vareiro a não tremer sempre que foi chamado à responsabilidade de chutar aos postes, o antigo jogador do GD Direito ofereceu 18 pontos ao pé, algo que empurrou as Quinas em direção da vitória. É de aplaudir que num jogo de grande pressão com um adversário que insistiu em atacar todos os breakdowns e a tentar amordaçar a equipa portuguesa, Wallis e o resto da equipa de liderança foram capazes de discernir qual o caminho a tomar para oferecer uma alegria aos adeptos portugueses.

PONTO A MELHORAR: INDISCIPLINA FOI UM PROBLEMA CRASSO

20 penalidades cometidas, num encontro em que o adversário cometeu outras 18, tendo sido talvez o jogo mais indisciplinado desta janela internacional de Novembro. A indisciplina portuguesa é preocupante e já trouxe dissabores, como aconteceu frente à Espanha, Roménia e Uruguai, com os Lobos não só a perderem boas oportunidades para marcar pontos como a recuar constantemente no terreno e a consentir pontos. A disciplina tem de ser melhor, especialmente a dois meses do próximo Men’s Rugby Europe Championship, já que neste Novembro a média de penalidades cometidas esteve nas 16, algo inaceitável a este nível. O Canadá colheu vários pontos ao pé a partir da falta de disciplina lusa e podia até ter empatado o jogo, não fosse a excelente atitude a defender dos Lobos. Uma situação a rever.

Foto de Destaque da Federação Portuguesa de Rugby. 


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