Internacionais de Inverno: tarde ‘gorda’ frente a Hong Kong China

Francisco IsaacNovembro 16, 20254min0

Internacionais de Inverno: tarde ‘gorda’ frente a Hong Kong China

Francisco IsaacNovembro 16, 20254min0
Portugal garantiu uma vitória por 58-12 frente a Hong Kong China, num jogo de sentido quase único como te explica Francisco Isaac

Portugal está de regresso às vitórias, com os Lobos a terem garantido um 58-12 com Rodrigo Marta em alta, num encontro que voltou a dar um pouco de optimismo a uma selecção que procura a sua melhor versão.

MVP: RODRIGO MARTA

Novo jogo, nova prestação de alto nível e mais dois ensaios para o maior marcador de ensaios da história dos Lobos. Rodrigo Marta foi uma dor-de-cabeça constante para a formação visitante, com o centro a perfurar a linha-de-defesa de Hong Kong China por quatro vezes, com duas a terminarem em ensaio, o que ajudou a ancorar o jogo da seleçcão nacional em diversos momentos. Com sete entradas no contacto, o polivalente 3/4s do Colomiers ofereceu sempre uma dose pesada de fisicalidade, acelerando bem o ataque de Portugal que ganhou outra dimensão com a entrada em campo de Hugo Camacho. Completou ainda 8 placagens efectivas, duas das quais dominantes, o que demonstra um profundo envolvimento no jogo de Portugal, sendo neste momento um dos jogadores em melhor forma pelas Quinas.

Destaque ainda para Manuel Vareiro que para além do ensaio marcado deu outra largura e capacidade ao ataque dos Lobos, identificando bem as falhas tácticas da equipa adversária, com Raffaele Storti, Simão Bento e Nicolás Martins a terem registado prestações de altíssimo nível também.

PONTO ALTO: AGILIDADE OFENSIVA DEU LUGAR A FESTA

Depois de três derrotas consecutivas, Portugal está de regresso às vitórias, conseguindo somar nove ensaios naquela que foi a segunda maior vitória de Simon Mannix como seleccionador nacional. A selecção nacional terminou o encontro com 18 quebras-de-linha, garantindo sete ensaios em bola corrida, onde se notou boa sincronia entre os jogadores portugueses, que souberam se disponibilizar ofensivamente de outra forma. Foi claramente uma prestação amplamente superior em comparação com o que se passou com o Uruguai, especialmente no que toca ao número de bolas perdidas no contacto (menos oito) e erros  na transmissão da bola (menos seis). Admitindo que o adversário deste passado fim-de-semana não era do mesmo nível que os Teros, a verdade é que uma prestação destas era necessário para a equipa perceber o quão letal pode ser se conseguir conectar passes e existir um apoio ao portador de bola de boa qualidade.

Apesar de Hong Kong China ter somado dez minutos extremamente positivos a meio da primeira metade do encontro, a verdade é que Portugal foi sempre a equipa dominante, não só pelos ensaios marcados mas pelo caudal ofensivo que demonstrou nesta vitória.

PONTO A MELHORAR: DEFESA ERROU QUANDO PRESSIONADA

Foi talvez a melhor exibição de Portugal defensivamente nos últimos 12 meses, já que os Lobos terminaram o jogo 96% de eficácia, realizando 141 tentativas de placagem com apenas 6 a terem errado o alvo, um dado extremamente positivo quando comparado com os últimos quatro jogos. Porém, dessas seis placagens falhadas Hong Kong conseguiu arrancar 12 pontos, o que demonstra que cada erro de Portugal custo extremamente caro, resultado não só em pontos sofridos mas também revelando diversos problemas no aparelho defensivo português. As falhas de comunicação deram lugar a demasiado espaço na cortina defensiva, com a equipa adversária a aproveitar os erros portugueses para rapidamente somar pontos, sendo neste momento um problema necessário de debelar antes de entrarmos no próximo Men’s Rugby Europe Championship.

Outro aspecto negativo da vitória por 58-12 foram as 10 penalidades cometidas, tantas como Hong Kong China. Portugal tem realizado uma média de 12 penalidades por encontro, algo nada promissor e que, novamente, expõe as fragilidades da equipa quando sob pressão. Foi melhor do que contra o Uruguai? Sem dúvida. Mas é suficiente? Não, especialmente quando os Lobos voltarem a defrontar um adversário do mesmo patamar como é o Canada.

Foto de destaque da Federação Portuguesa de Rugby.


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