Internacionais de Inverno 2025: o que esperar dos Teros?

Francisco IsaacNovembro 2, 20254min0

Internacionais de Inverno 2025: o que esperar dos Teros?

Francisco IsaacNovembro 2, 20254min0
Portugal vs Uruguay vai ser um o 1º jogo dos Lobos neste mês de Novembro e Francisco Isaac faz uma antevisão ao encontro

Portugal está prestes a entrar em campo para defrontar o Uruguai, naquele que será o primeiro jogo dos Internacionais de Inverno 2025, com cada vitória, empate e derrota a ter impacto não só na confiança dos jogadores, como no ranking mundial da World Rugby e no apuramentos dos grupos do próximo Mundial de Rugby masculino. Por isso, o que podemos esperar dos Teros, adversário que Portugal enfrentou por nove ocasiões, tendo vencido em três (2005, 2007 e 2012) e saído derrota nos outro seis jogos.

Com o último encontro entre ambos a ter sido jogado em 2012, LobosTeros vão agora ter a oportunidade de mostrar o seu crescimento (ou não) no dia 8 de Novembro pelas 15h00 no Estádio Nacional do Jamor. Mas o que realmente podemos esperar desta formação oriente da América do Sul?

Comecemos por… dúvidas em relação aos jogadores que estão a actuar em solo europeu. Como indica o jornalista urugaio Igancio Chans, os jogadores que estão a representar clubes do Top 14, Pro D2 e Nationale serão libertados só em certos jogos, com Portugal a poder esperar Baltazar Amaya, que se encontra a representar o Bézies-Hérault, Germán Kessler que está ao serviço do Rouen Normandie e Manuel Leindekar do US Oyonnax, ficando a dúvida se Santiago Arata irá estar disponível para o jogo de Sábado.

Perante isto, Portugal terá uma equipa com mais experiência dentro de campo, já que o Uruguai terá menos tempo de trabalho conjunto ou em forma, tanto pelo facto do Peñarol estar em off-season (os jogadores locais estão a jogar no campeonato nacional) como por Kessler e Amaya estarem a gozar de pouco tempo de jogo ao serviço dos emblemas que representam em França.

Contudo, Rodolfo Ambrosio é um treinador extremamente experiente e que tem gozado de dois anos de resultados positivos, com o Uruguai a ter somado vitórias frente à Roménia por duas vezes, e a ter realizado exibições de bom nível frente à França (28-43), Escócia (19-31) e Argentina (17-52). Apesar destes três últimos resultados terem terminado em desaires, a verdade é que os Teros mostraram um crescimento auspicioso superior a Portugal no mesmo período, com uma equipa sólida em termos defensivos e no jogo ao pé.

Em relação às fases-estáticas, o Uruguai é uma equipa que gosta de impor o maul dinâmico, com alinhamentos rápidos e bem equilibrados, apesar de em 2025 terem perdido controlo do avançado do maul em 20% das ocasiões, um número que até poderia ser problemático não fosse o facto de terem conseguido somar seis ensaios em quinze a partir deste elemento de jogo.

Os 3/4s podendo não ter a mesma eloquência que a maioria dos jogadores portugueses, a verdade é que apresentam uma fisicalidade de superior qualidade, avançando vários metros no contacto, gozando de uma confiança potente e que fez mossa frente ao Chile, Argentina e Roménia. Felipe Etcheverry é o principal comandante das linhas atrasados, coadjuvado pelo veterano de Andrés Vilaseca e a nova coqueluche Juan Manuel Alonso.

Olhando para o 27 jogadores convocados, o Uruguai apresenta quanto jogadores sem qualquer internacionalização e mais seis com só entre um e sete caps, significando isto uma formação algo inexpeirente e que vem à Europa para conquistar experiência internacional. Ou seja, Portugal, se o staff nacional não entrar em experiências laboratoriais, terá uma excelente oportunidade para colher pontos de ranking.

Sabendo desde logo que inexperiência e falta de coesão pode querer dizer ponto neste momento – ver o encontro frente à Roménia em Abril passado -, a verdade é que os Lobos vão contar com uma equipa pejada de estrelas e em excelente forma. O cunho português na Pro D2 já valeu 31 ensaios nesta temporada, com Samuel Marques a ser neste momento o melhor marcador da liga tanto nos ensaios e pontos convertidos, com Rodrigo Marta, Nicolás Martins, Cody Thomas, José Madeira (está de fora por lesão), Manuel Vareiro e Vincent Pinto a terem conquistado alguns prémios inviduais neste arranque de temporada.

Posto isto, o Uruguai pode ter menos experiência, coesão e jogadores em forma, contudo tem uma equipa que tem sabido sobriver e surpreender quando menos se espera, o que se explicam os bons resultados ante a França e Escócia nestes últimos 12 meses. O desafio é enorme, mas estes são uns Teros com menos força em comparação a Julho passado, sendo fundamental que os Lobos demonstrem a sua melhor forma para se erguer e garantir uma vitória neste arranque dos Internacionais de Inverno.


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