Internacionais de Inverno 2025: o que esperar do Canada?

Francisco IsaacNovembro 16, 20254min0

Internacionais de Inverno 2025: o que esperar do Canada?

Francisco IsaacNovembro 16, 20254min0
O Canada será o último convidado dos Lobos nesta janela de Inverno, com Portugal a ter de estar ao seu melhor nível para garantir uma vitória

Portugal vai encerrar o ano de 2025 com um encontro frente ao Canada, com o conjunto da América do Norte a ter garantido o apuramento para o Mundial em Julho passado, conseguindo garantir boas vitórias frente aos Estados Unidos da América no processo de qualificação. Porém, o que podem os adeptos nacionais esperar desta selecção que está entre uma renovação e fim de linha de vários dos seus atletas?

Comecemos pela convocatória. Ao contrário do que se passou em Julho, os Maple Leaf não contaram com a presença de Tyler Ardon e alguns dos seus outros jogadores que actuam na Pro D2 e Top 14, chamando só os jogadores que actuam na MLR ou nos campeonatos nacionais do Canada. Com os pilares Cole Keith (New England Free Jacks) e Matt Tierney, o 3ª linha Lucas Rumball (Chicago Hounds), o abertura Peter Nelson a serem os atletas com mais experiência, a verdade é que uma equipa extremamente ‘verde’, tendo só uma média de 12 internacionalizações por jogador. Porém, isto significa muito pouco, já que o Uruguai veio até Lisboa com um conjunto carregado de novidades e atletas com poucas chamadas aos Teros, tendo sido suficiente para vergar Portugal no Estádio Nacional do Jamor.

Lembrar que o Canada só somou uma vitória em 2025, a tal frente aos Eagles, conseguindo realizar boas prestações frente ao Tonga e Japão durante o Pacific Nations Cup 2025. Mas realmente, que ameaças apresenta esta ‘nova’ selecção do Canada? Uma das principais forças está no bloco avançado, mais precisamente nos alinhamentos e na resiliência física em continuar a trabalhar de forma constante, nunca desistindo de procurar dar a volta a qualquer situação. No que toca aos alinhamentos, o Canada sabe contrariar o bloco contrário, descortinando os timings e códigos, colocando uma pressão extrema na equipa adversária.

O maul não é ‘pesado’ no sentido de querer andar bem e devagar, optando por procurar surpreender o adversário sempre que possível. Isto significa que os Lobos precisam de mostrar o seu melhor nesta fase-estática, pois qualquer erro será transformado numa plataforma para marcar pontos ou, pelo menos, tirar qualquer embalo à selecção nacional portuguesa. A agressividade e a capacidade de luta é o segundo ponto mais forte deste Canada de Steve Meehan, com o seleccionador nacional canadiano a ter fomentado na equipa uma atitude de nunca desistir e batalhar até ao limite.

O jogo com a Geórgia deste fim-de-semana passado ilustra bem esse ponto, com os canadianos a terem dado luta aos Lelos até ao apito final. Num jogo ‘estranho’, o Canada acabou por sair derrotado por 38-17, mas até podia ter sonhado com algo mais, caso não tivesse cometido tantos erros no que toca à posse de bola. É uma selecção disciplinada, não cometendo demasiadas infrações (uma média de 8 por jogo), porém, isso também quer dizer que arrisca pouco no sair a pressionar, optando por esperar que o adversário faça um erro de suporte ao portador de bola.

Ou seja, se os Lobos querem aplicar velocidade ao ataque e arriscar tem de existir um apoio forte ao portador de bola. Se não o fizer, está a abrir a porta para um turnover canadiano, algo que Portugal quer a todo custo evitar. Portugal pode obter uma segunda vitória nesta janela internacional, bastando que Simon Mannix escolha a melhor equipa e que garanta um indíce de fisicalidade alto de forma a contrariar os pontos fortes de um Canada que quer desesperadamente garantir uma conquista em Lisboa. Este será o sexto jogo entre estas duas selecções, com Portugal a ter ganho só um encontro, que foi precisamente o último. Os Lobos deram volta ao jogo e garantiram uma vitória nos últimos minutos graças a um espectacular ensaio de Manuel Cardoso Pinto. A derrota mais pesada sofrida foi em 2013, tendo saído derrotado por 52-08 num encontro realizado no Estádio Universitário.


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