Crusaders e Lions repetem a final! – Meias-Finais Super Rugby 2018

Francisco IsaacJulho 30, 20185min0

Crusaders e Lions repetem a final! – Meias-Finais Super Rugby 2018

Francisco IsaacJulho 30, 20185min0
3º ano consecutivo em que a final vai ser discutida por uma franquia neozelandesa e sul-africana. Mas desta vez como acaba o encontro entre Crusaders e Lions?

CHRIS BOYD ENTREGA O OURO AO CAMPEÃO!

Crusaders e Hurricanes encontraram-se em Christchurch para pôr fim à dúvida de qual das duas era a melhor formação neozelandesa em 2018 e o resultado final não engana, nem mente: os cruzados de Scott Robertson são definitivamente superiores. Principalmente pelo facto que a formação de Wellington entregou o jogo aos seus adversários, oferecendo bolas consecutivas a uma equipa que sabe aplicar pontos a cada novo arranque.

A estratégia de Chris Boyd foi, no mínimo, um fracasso, um espelho daquilo que foi a época em alguns momentos, ou seja, caos total na organização defensiva, pressão deficiente aos pontapés, comunicação e liderança mentecapta e uma fraca atitude com a oval nas mãos. De longe que TJ Perenara foi dos piores dentro das quatro-linhas, pois o formação não fez um passe bem feito a partir de alinhamentos e formações ordenadas, podendo discutir-se a sua postura na saída do ruck.

Para além disso, o 9 aplicou pontapés tão mal concebidos que Mo’unga, Bridge, Havili ou Crotty aproveitaram para montar logo uma combinação ofensiva de ganhos consecutivos de metros…e ensaios.

Boyd quis jogar à Irlanda, contra uma equipa que domina por completo o pack avançado (Brad Shields, Blade Thompson e Gareth Evans nunca funcionaram na 3ª linha, abrindo espaço aos avançados dos Crusaders para fazerem o que queriam), esquecendo-se do código de jogo da sua equipa: rugby rápido, doloroso no contacto, velocidade de mãos e aproveitamento do jogo ao pé pelo chão.

Os Crusaders deram um show de como se joga bom rugby, apostando num domínio total do território (chegaram a ter mais de 75% de posse de bola), em que a eficiência perante a conquista de linha de vantagem permitiu a Bryn Hall (Steve Hansen devia pôr os olhos no 9 dos Crusaders… porque não deixar cair TJ Perenara no próximo Rugby Championship?) e Mo’unga saírem rápido… a habilidade e inteligência fez o resto.

O 25-07 ao fim de quarenta minutos foi uma demonstração de como estes Crusaders estão aqui para ficar enquanto que para os Hurricanes segue-se uns anos muito complicados de reconstrução de equipa (e de ideia de jogo). A segunda parte foi de gestão e de deixar os furacões perderem a paciência com a oval nas mãos… Beauden Barrett não recebeu duas bolas bolas seguidas, Milner-Skudder bem que se pode queixar dos seus coleges e Jordie Barrett a centro não funciona.

Os campeões em título iam controlando à distância e, sempre que possível, saiam a jogar com George Bridge a ser um penetrador no ataque de excelência (outro jogador que Hansen pode e deve optar por), acompanhado de uma avançada móvel, dura e enérgica.

O 30-12 conta a História de como os Crusaders são uma formação à beira da perfeição de jogo, com um banco extraordinário e um treinador que não muda a forma de jogar, mesmo que do outro lado estejam os All Blacks (ou o que se arranja sem os Crusaders).

NA COVA DO LEÃO, NÃO HÁ AUSTRALIANO QUE PASSE

Uma época muito tremida, muito sofrível mas que afinal não está a ser assim tão má: os Lions estão pela 3ª vez consecutiva na final do Super Rugby! Uma exibição colectiva extraordinária virou um resultado desfavorável, pois os Waratahs estavam aos 10′ a ganhar por 14-00 em Joanesburgo. Só que lá está, quando os Lions acordam, tornam-se uma das melhores equipas do Super Rugby.

Malcolm Marx deslumbrou no levar da equipa para a frente, Kwagga Smith foi imperial no contacto, forçando os seus adversários a soltarem-no na placagem, Elton Jantjies voltou a ser genial no controlo e imposição de estratégia ofensiva, entre outras referências individuais. Na combinação destas forças, os Lions realizaram uma exibição de excelência que teve de tudo.

Mas bem, os ‘tahs até tinham uma lição bem estudada, evitando a todo o custo ficar com a bola retina nos avançados, acelerando o jogo por Kurtley Beale sempre que possível… depois apareciam os speedsters Israel Folau (categoria do nº15 dentro de campo é genial, tendo fintado oito defesas e desfeito a linha de defesa dos sul-africanos por duas ocasiões), Ned Hanigan e o genial Bernard Foley (outra boa exibição do médio-de-abertura).

Contudo, a estratégia só sobreviveu enquanto os Lions estavam a dormir… mal começaram a sentir que o jogo lhes escapava pelas “mãos”, houve um uma reformulação na forma de estar e o domínio físico entrou no encontro… os australianos de Nova Gales do Sul entraram num “furacão” de problemas a nível de consistência de jogo, perdendo o poder da bola nos rucksKwagga Smith foi um “ladrão” total, efectuando três turnovers.

A somar aos turnovers… entraram as faltas. Os Waratahs foram responsáveis por 15 penalidades, um recorde máximo esta época para a formação liderada por Daryl Gibson. Perderam-se no pior possível e foram alimentando o ataque contrário. Não só foi através de faltas que proporcionaram bola aos sul-africanos, já que na postura na defesa deram-lhes o Mundo todo…

O ensaio de Aphiwe Dyantyi é um argumento extraordinário disso… o ponta apanhou a oval nos seus 22 metros, colocou a terceira e do nada… meteu um pontapé alto e nunca mais o apanharam.

Os Waratahs ainda responderam com um ensaio do Robertson, mas foi aí que acabou a chama da melhor franquia australiana. Até ao final do encontro só deu Lions e Swys de Bruin vai estar pela primeira vez como treinador principal na final do Super Rugby. Será que é desta que o vão conseguir? Malcolm Marx, Kwagga Smith, Warren Whiteley, Lionel Mapoe, Ruan Combrick estão no ponto para levantarem o troféu!


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