Alcateia sub-20 post-Championship match com Luís Pissarra e José Roque
O Seleccionador Nacional e o capitão dos sub-20, Luís Pissarra e José Roque festejaram o Campeonato da Europa com o Fair Play e explicaram os passos para o sucesso no último jogo ante a Espanha. Os momentos, os problemas e a reviravolta com dois dos manobradores destes lobos sub-20 que conquistaram o Rugby Europe Championship
Luís Pissarra, em entrevista pós-jogo,
Foi uma vitória no limite, mas talvez a mais saborosa… sentiste que Portugal ia estar tão dominante nos avançados? O que poderia ter corrido melhor para ti?
Sim, claramente que foi uma vitória muito mas muito saborosa, porque com a pressão que estava, o calendário difícil que tivemos em que jogámos contra as equipas que terminaram no fim no 3º e 4º lugar e a Espanha com uma equipa tão forte, não há dúvidas que foi saboroso. Este sentimento foi o melhor de sempre, e talvez só semelhante quando em 2016 derrotámos em 2017 a Roménia nas meias-finais em casa deles, quando ganhámos com muita raça.
O ponto dominante esteve não só nos avançados, que estiveram exemplares na formação-ordenada, maul ou alinhamento, mas na união que tivemos e a forma como conseguimos todos aguentar e sofrer até ao fim sem perder o grupo… foram de uma entre-ajuda gigante, sempre à procura de socorrer um colega que estivesse em “perigo”. Foi impressionante a forma como conseguimos ganhar este jogo. O aspecto que temos de melhorar é diminuir os erros, a começar naqueles que acontecem nos 22 metros adversários… é aí que temos de ser letais e vamos trabalhar isso para melhorar no Trophy.
A Espanha mostrou-se cansada ao fim de 30 minutos… Poderá ter sido devido à excelente prestação defensiva portuguesa que criou desespero no adversário? Qual foi o momento do jogo para ti?
Acho que o jogo teve uma série de momentos, logo pela forma como começou com um ensaio sofrido a partir de uma formação-ordenada em que fomos apanhados desprevenidos e podia ter deitado tudo a perder em termos da capacidade mental dos jogadores. Mas a verdade é que a nossa reacção a seguir foi perceber a estratégia de jogo espanhola e adaptar-nos logo de imediato, com o nosso domínio a estabelecer-se a partir dos 20 minutos da primeira parte.
Percebemos como podíamos penalizar os espanhóis e esse é um dos momentos marcantes. Outro foi quando estávamos a pressioná-los nos 22 metros deles, conseguimos forçar erros do adversário, castigando-os com sucessivas penalidades e cartões amarelos… infelizmente não conseguimos fazer pontos nessa altura e tivemos mesmo dois pontapés aos postes que não foram convertidos, e acabámos por ir para o intervalo a perder.
Depois na segunda metade do jogo conseguimos marcar o ensaio, mantendo sempre o nosso estilo de jogo com uma avançada dominante ou de jogar ao pé e procurar o erro próprio do adversário, com a Espanha a quebrar não só fisica mas animicamente. A placagem agressiva, o espírito de colectivo e de entre-ajuda e o facto de não desistirmos da nossa estratégia colocou os espanhóis a andar para trás e a duvidarem do seu potencial.
José Roque, em entrevista pós-jogo,
Campeões… prémio merecido para a equipa que melhor defendeu e melhor respondeu nos momentos capitais?
Sem dúvida que a nossa defesa foi fundamental nesta vitória. Fomos agressivos, disciplinados e defendemos muito bem em equipa! Penso que soubemos gerir bem o jogo nos momentos chave, mas penso que a vitória deve se claramente à nossa defesa!
Para ti qual foi o momento de viragem no encontro? Achas que o resultado poderia ter sido outro?
Eu diria que o momento de viragem foi o ensaio sofrido nos primeiros minutos. Foi bom para acordarmos para o jogo e para percebermos que os espanhóis iriam aproveitar todos os erros que cometêssemos para meter pontos no marcador! Penso que o resultado poderia ter caído tanto para nós como para a Espanha! Foi um jogo muito disputado entre duas equipas com muita qualidade, mas mais uma vez, penso que a nossa defesa se superiorizou e graças a ela conseguimos fazer História e ser Tricampeões Europeus!