A prestação de Portugal no Women’s REC: jogadores e destaques
Depois de termos revisto a campanha jogo-a-jogo, percebendo o que se passou nos encontros frente aos Países Baixos, Suécia e Espanha, é altura de olhar para os destaques individuais, lembrando que não temos recurso a estatísticas oficiais de cada atleta, ou seja, não podemos dizer quantas placagens X jogadora fez.
UMA EQUIPA COM CERTEZAS E PROFUNDIDADE
33 atletas foram utilizadas na campanha de Portugal neste Women’s REC 2024, com sete jogadoras a terem cumprido os três jogos como titulares: Beatriz Rodrigues, Ana Fernandes, Arlete Gonçalves, Adelina Costa, Maria Costa, Inês Spínola e Daniela Correia. Existe um core forte neste conjunto, sendo que a posição que sofreu mais experiências ou mudanças foi na primeira-linha, tendo a qualidade das fases-estáticas se mantido do princípio ao fim deste Women’s REC, com destaque para Beatriz Rodrigues que esteve a um nível elevado, subindo na eficácia da sua fisicalidade e capacidade de trabalho sem bola. Nota extremamente positiva para Carlota Torres que mostrou também uma capacidade para ir mais além.
A equipa não pôde contar com uma parte das atleta que actuam na Élite 1 e 2 francesa, com Zoé Fernandes ou Cloé da Costa a jogarem apenas um encontro e como suplentes, mas não foram omissões de enorme impacto ou que tenham criado problemas mais complicados para as Lobas. Por falar em entradas importantes na convocatória, Sara Moreira foi chamada a jogo só a partir do jogo com a Suécia, e toda a agressividade que impôs no contacto ou no breakdown foi importante para dar outro músculo e experiência à avançada portuguesa.
Em termos de ensaios e assistências, Mariana Santos e Mariana Marques terminaram com dois cada, seguido de Maria Morant (com aquele ensaio inteligentíssimo frente à Suécia) com um, com a linha de três-quartos a ter mais protagonismo na hora de fazer pontos. Nas assistências, Daniela Correia assistiu por duas vezes, e Isabel Ozório e Inês Marques também com um cada. Na linha do ataque e pontos, destaque para os dez offloads de Mariana Santos, com a ponta a tentar criar problemas sistemáticos na defesa contrária e a inventar problemas, sendo que Mariana Marques e Mariana Santos terminaram como as atletas com mais quebras-de-linha realizadas, ambas com quatro.
Daniela Correia converteu 60% dos seus pontapés, adicionando um total de nove pontos ao pé, tendo falhado duas penalidades (uma frente aos Países Baixos e outra ante a Espanha) e uma conversão. A defesa foi um pêndulo essencial para Portugal que deu outro conforto às Lobas na hora de encurtar possíveis problemas quando a equipa contrária se aproximava da área de ensaio, ou a dar largura, velocidade e eficácia quando tinha a bola em sua posse.
Arlete Gonçalves e Adelina Costa foram duas portadoras de bola de elevado nível, ganhando a maioria dos seus confrontos físicos, algo que foi importante durante o jogo com a Suécia ou para dar algum temor no conjunto da Espanha na última jornada do Women’s REC 2024. Infelizmente, não temos dados mais profundos sobre a participação portuguesa neste Women’s REC 2024, mas a verdade é que terminou com um saldo bastante positivo, com as atletas portuguesas a mostrarem mais uma vez um crescimento auspicioso e que deve ser louvado, merecendo mais destaque, apoio e investimento com uma estrutura que as queira levar mesmo para outro nível.
I love smart players, those who know the rulebook by hand like Maria Morant
Look how Portugal scored their first 1st try of the game
Everyone was shocked but her!
Incredible pic.twitter.com/ZVz1nOCzYf
— Francisco Isaac (@francisaac87) March 9, 2024