4 potenciais surpresas para os British and Irish Lions 2021

Francisco IsaacAbril 12, 20216min0

4 potenciais surpresas para os British and Irish Lions 2021

Francisco IsaacAbril 12, 20216min0
Os Lions vão à África do Sul e avançamos com 4 surpresas que podem ou não vir a estar incluídos na convocatória. Quem poderá ser convocado por Gatland?

Apesar de ainda estar no ar a dúvida se os British and Irish Lions vão realmente entrar em campo em 2021, é altura de começarmos a ver quem poderá estar presente na lista de convocados de Warren Gatland para a tour frente aos campeões do Mudo, os Springboks! Para começar escolhemos quatro potenciais surpresas, ou seja, jogadores que poucos previam a sua inclusão, tendo conquistado esse “direito” por várias razões. Quais? E de quem falamos?

GRANT GILCHRIST (EDINBURGH/ESCÓCIA)

O 2ª linha do Edinburgh é um atleta do género que Warren Gatland gosta, com uma capacidade física de alto nível, um trabalho de qualidade no trabalhado “pesado”, notando-se mais nos alinhamentos ou no avanço no terreno através de piques ou como apoio ao portador de bola, encaixando assim no perfil que os Lions buscam a cada nova organização do tour. Aos 30 anos, o avançado do Edinburgh assume-se actualmente como um dos melhores na sua posição, afirmando-se como uma das principais referências na selecção escoceses como se viu pelo papel desempenhado durante as Seis Nações 2021, em que se destacou na luta pelos alinhamentos (foi o 2º jogador com mais roubos de bola em introduções dos seus adversários) e placagem (93% eficácia nas 58 placagens realizadas).

Poucos erros próprios e quase nenhuma penalidade cometida, uma fisicalidade de impacto e um ritmo intenso no trabalho defensivo, são alguns dos outros indicativos que têm marcado estes dois últimos de carreira de Grant Gilchrist, sendo um prémio mais que justo a sua inclusão no tour, até porque 2ªs linhas em forma e com capacidade para serem um “problema” para os Springboks são poucos, caso de Maro Itoje, Adam Beard (excelente época quer pelo clube ou selecção), James Ryan e Alun Wyn Jones.

JORDAN LARMOUR (LEINSTER/IRLANDA)

Não foi titular, estranhamente, durante as Seis Nações deste ano, mas não é por esse detalhe que Larmour tem as suas chances de chegar aos Lions diminuídas, uma vez que é um dos pontas/defesas mais eletrizantes do rugby mundial, detentor de um par de pés que fazem tremer a larga maioria dos adversários e um conhecimento táctico de excelência, somando ainda um poder de adaptação à maneira como o bloco contrário actua, aspectos importantes e que podem ser decisivos para a sua candidatura como um dos nomes para a lista de atletas da linha de 3/4’s.

Pode não ser um defesa ou ponta tão duro como Liam Williams, Keith Earls, Anthony Watson, Stuart Hogg, Jonny May ou Josh Evans, mas possui um cardápio de skills que podem desbloquear jogos mais “fechados” ou defensivamente duros, com a combinação do virtuosismo e imprevisibilidade a serem qualidades decisivas para esse tipo de situações, e o exemplo da aposta em Cheslin Kolbe é a demonstração perfeita para entender o que pode Jordan Larmour alterar num dado encontro.

Tem sido uma das principais revelações do rugby irlandês, conseguindo sempre mostrar algo diferente quando joga e é um dos actuais prospects em ascensão, onde a categoria do jogo ao pé, o poder de explosão e técnico pode significar a diferença entre uma derrota e vitória. Merece o destaque e merece o voto de confiança para embarcar na sua primeira tour pelos Lions.

LOUIS REES-ZAMMIT (GLOUCESTER/PAÍS DE GALES)

Impossível não ficar “apaixonado” pela imensidão de jogador que Louis Rees-Zammit virá a ser… e que já o é. Se em 2020 começou a dar algumas pinceladas no rugby internacional, notando-se desde o princípio a velocidade louca e um jeito especial para surgir em diferentes espaços do campo e momentos de cada jogo, nas Seis Nações deste ano de 2021 foi, sem dúvida alguma, um dos melhores pontas da competição, com 4 ensaios, 2 assistências 13 quebras-de-linha, 13 defesas batidos com cerca de 336 metros de conquista, apresentando assim uma eficácia brutal na utilização de bola, no aproveitamento do jogo ao pé ou no conseguir interferir com o ataque adversário para forçar um erro (intercepção ou paralisar por completo uma movimentação perigosa), vislumbrando-se no jogador do Gloucester uma das principais revelações da actualidade do rugby mundial.

Enche as medidas a Warren Gatland a nível do perfil físico, ostentando 1,94 de altura, encaixando-se na perfeição nos vários tipos de estratégia ou modelos de jogo, seja do kick and chase e de gestão do ataque através de contragolpes, no carregar continuamente na manobra ofensiva e do rugby contínuo, ou da utilização do blitz até ao meio-campo, seguindo-se uma variante do kick and chase apoiado no uso constante do 1º e 3º canal, permitindo alinhar ao lado de qualquer tipo de trio que o staff técnico dos Lions escolha.

Não é fácil convocar um jovem de 20 anos para um tour tão difícil mental e fisicamente como o dos Lions, contudo seria um erro e uma injustiça por completa não incluir aquele que pode ser uma das maiores ameaças para a defesa dos Springboks.

SAM SIMMONDS (EXETER CHIEFS/INGLATERRA)

É, talvez, a escolha mais estranha, pois não é sequer convocado para a selecção inglesa por opção de Eddie Jones, apesar de ser um dos maiores destaques do rugby de clubes do Velho Continente, com 14 ensaios marcados, 8 assistências, 650 metros conquistados, 14 quebras-de-linha (só Dombrandt tem mais como avançado) e 138 placagens (eficácia de 92%) só na Premiership, e é, neste momento, o nº8 ou 3ª linha que mais diferença faz dentro de campo nas ilhas britânicas.

Seria peculiarmente estranho Warren Gatland decidir convocar um jogador sem experiência internacional (Sam Simmonds só actuou pela Rosa em duas ocasiões), mas não seria totalmente errado que isso acontecesse, pois o nº8 dos Exeter Chiefs reúne todas as competências necessárias para vigorar num elenco tão vasto como é o dos Lions, apresentando também em sua defesa a polivalência posicional, o discernimento de como causar dano na avançada adversária e outros aspectos físicos e técnicos que ajudam a catapultar a sua equipa para outro patamar, seja na exigência, sacrifício, competência e excentricidade.

Que é um dos atletas mais intensos e agressivos em todos os parâmetros do jogo o é, que tem capricho para encaixar nas movimentações das linhas-atrasadas ou dar o empurrão decisivo nos avançados, também o tem, sendo ambos departamentos apreciados por Gatland, podendo isto ajudá-lo a surgir como um candidato à convocatória. Há Talupe Faletau e CJ Stander, assim como Hamish Watson, o que torna tudo mais complicado para Sam Simmonds, mas que é o 3ª linha inglês mais completo neste momento, é e seria justo este prémio.


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