4 Destaques do United Rugby Championship 2021

Francisco IsaacSetembro 16, 20217min0

4 Destaques do United Rugby Championship 2021

Francisco IsaacSetembro 16, 20217min0
Fica a saber alguns destaques da nova competição mundial, o United Rugby Championship! De lendas a novatos, tudo neste artigo

O United Rugby Championship está prestes a começar e oferecemos 4 destaques especiais para saberem que vai desde lutas dentro de uma posição, treinadores, a lendas e “jovens” a querer reinar neste novo palco do rugby mundial.

A BATALHA DOS 8

Duane Vermeulen foi anunciado como reforço do Munster, o que injectou uma dose extraordinário de hype em redor desta franquia irlandesa, sem que prejudicasse totalmente os Bulls de Pretória, pois Jake White (ver secção seguinte) já está a trabalhar um dos possíveis novos candidatos à luta por essa posição de nº8 nos Springboks, Elrigh Louw, que foi um dos destaques dos bicampeões da Currie Cup, sendo estes dois sul-africanos parte de um elenco de 3ªs linhas-centro que vão embater duramente no United Rugby Championship.

Jack Conan (Leinster), Evan Roos (Stormers), Sione Kalamafoni (Scarlets), Gavin Coombes (Munster), Abraham Papali’i (Connacht) ou Toa Halafihi (Benetton) são alguns dos outros “monstros” que vão ocupar a camisola 8 durante esta temporada, tendo os holofotes apontados para si. Se pudéssemos selecionar só dois para acompanhar então o foco estaria em dois nomes especiais, mais voltados para a “juventude”: Evan Roos e Gavin Coombes. O primeiro é uma força da natureza, um talento enorme e que tem todo o perfil para ser o cabeça de cartaz dos Stormers de John Dobson, sendo a agilidade com que sai das formações-ordenadas ou a capacidade para inventar boas situações de ataque a serem dois aspectos essenciais para o compreender. Já Coombes está no caminho de vir a ser um dos novos líderes da Irlanda, depois de ter assumido o papel de principal portador de bola do Munster nas últimas duas épocas, muito graças à forma como combina a extraordinária fisicalidade com a apetência técnica para descortinar avanços territoriais de enorme nível.

O United Rugby Championship vai ser, portanto, um espaço perfeito para termos algumas das melhores batalhas de 8 a nível de franquias.

JAKE WHITE PARA (VOLTAR) A CONQUISTAR O NORTE?

Vencedor do Mundial de Rugby em 2007 como seleccionador dos Springboks, bicampeão da Currie Cup com os Vodacom Bulls nestas duas últimas temporadas (pelo meio conquistou o Super Rugby Unlocked e foi à final da Rainbow Cup), são algumas das honras conquistadas por Jake White, isto sem esquecer a Challenge Cup pelo Montpellier, voltando agora ao Hemisfério Norte para tentar somar um título inédito na carreira.

Um treinador reconhecido pela dureza das fases-estáticas, no desenvolvimento mental de jogadores inamovíveis e capazes de suster a maior parte dos ímpetos que possam advir dos seus adversários, para além do génio em conseguir desmontar as estratégias dos elencos contrários, como aconteceu nas duas finais da Currie Cup em 2020 e 2021 e no Mundial de Rugby em 2007, os Bulls de Jake White têm todas as condições para serem um dos principais bullies do United Rugby Championship, criando assim uma expectativa especial quando tivermos os jogos entre esta franquia sul-africana e o Leinster, Munster, Ospreys ou Benetton (uma das poucas equipas a derrotar a equipa de Pretória nas duas últimas épocas).

Com um plantel bem apetrechado de soluções e nomes de franca alta qualidade, é impossível não admitir que os Bulls não são um dos candidatos ao título, ainda por mais, ou senão especialmente, por terem Jake White ao leme, valendo experiência, manha, inteligência e uma capacidade de adaptação excepcional, podendo isto valer vitórias numa competição que vai ser dura deste o primeiro minuto do primeiro jogo.

SEXTON’S LAST DANCE (?)

É difícil dizer se esta vai ser a última época de Jonathan Sexton ao serviço do rugby irlandês, muito devido ao desgaste físico que tem vindo a sofrer nas últimas épocas e à idade algo avançada ostentada, pois fará 37 anos em Julho próximo, o que tem criado alguns problemas de transição na selecção do Trevo. Possivelmente Sexton olha para o próximo Campeonato do Mundo de Rugby como a meta final de uma carreira extraordinária, chegando a esse momento já a dois anos de completar quatro décadas de vida, numa tentativa de “imitar” Dan Carter como um dos aberturas mais veteranos a actual nesse evento desportivo especial, no qual a Irlanda ainda não foi capaz de ultrapassar os quartos-de-final em quase dez edições (em 2023 o RWC chegará às 10 realizações).

De qualquer modo, Johnny Sexton vai entrar a toda velocidade na nova época no Leinster, procurando continuar a alimentar a “fome” de títulos de uma das principais equipas do século XXI no Hemisfério Norte, lembrando que com o mítico abertura ao leme já conquistaram quatro European Rugby Champions Cup, uma Challenge Cup e ainda seis Pro14 (são actualmente tetra campeões), o que ajuda a exemplificar a influência directa de um dos melhores manobradores/comandantes do rugby moderno.

THE NEW KIDS ON THE BLOCK

Há uma série de “miúdos” a seguir com especial atenção, mas vamos avançar com cinco, alguns dos quais já citados em secções anteriores: Evan Roos (Stormers), Wandisile Simelane (Lions), Thaakir Abrahams (Sharks), Ryan Baird (Leinster), Aneurin Owen (Dragons) e Ross Thompson (Glasgow Warriors). Evan Roos já falámos anteriormente, estando na luta directa pelo futuro da camisola nº8 dos Spirngboks a par de Elrigh Louw, que podia perfeitamente cosntar nesta lista. Wandisile Simelane é um típico “produto” das escolas de rugby da federação dos Lions de Joanesburgo, que depois da ascensão de Ruan Combrinck, Courtnall Skosan ou Aphiwe Dyantyi, é o próximo na lista para reinar no três-de-trás de uma das franquias mais reconhecidas do rugby sul-africano, e isto é devido não só ao sprint elegante e agilidade maleável, como também pela genialidade em que consegue tirar potenciais placadores do seu caminho com um toque dos seus pés.

Thaakir Abrahams é outro polivalente 3/4’s com potencial para atingir um patamar de excelência, seja pelo virtuosismo com a bola nas mãos ou pés, o conjunto de skills de handling ou de finta e um comunicação que mantém os seus colegas sempre à alerta, e será uma das estrelas dos Sharks nas próximas épocas. Praticamente 2 metros de altura, transmitindo uma imponência física de grande cariz, o 2ª linha do Leinster, Ryan Baird, está destinado a ser uma das novas referências do rugby irlandês quer de franquias ou selecção, sendo já internacional pelo Trevo de Andy Farrell, motivando uma atenção especial nestas duas últimas épocas… rápido, letal, agressivo e com um estilo similar a Brodie Retallick.

A seguir está Aneurin Owen, centro dos Dragons, e um dos potenciais nomes a surgir na lista de convocados de Wayne Pivac nos próximos dois anos, e isto deve-se à forte mentalidade que coloca em prática durante toda a competição, sem esquecer o poder de manobrar bem a oval e de ter uma postura defensiva equilibrada. Por fim, Ross Thompson, o abertura dos Glasgow Warriors que promete vir a ser uma boa dor-de-cabeça para o rugby escocês, pois perante os 29/30 anos de idade do fantástico Finn Russell, é altura de começar a pensar em potenciais substitutos, e este nº10 da franquia escocesa tem as qualidades suficientes para atingir um nível bem interessante, especialmente pelo jogo ao pé, velocidade de pensamentos nas decisões e aproveitamento dos espaços.

O United Rugby Championship começa já neste fim-de-semana e poderão ver toda a acção a partir do canal oficial da competição (120€ o passe anual), sendo esta a competição que engloba as melhores franquias da África do Sul, Irlanda, País de Gales, Escócia e Itália.


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