3 momentos da 4ª jornada do Mundial de Rugby 2023

Francisco IsaacOutubro 1, 20236min0

3 momentos da 4ª jornada do Mundial de Rugby 2023

Francisco IsaacOutubro 1, 20236min0
Francisco Isaac traz os 3 momentos da 4ª jornada da maior competição da modalidade e como foram significativos para todos

Mais uma semana de emoções fortes do Mundial de Rugby 2023, e aqui chegam os 3 momentos da 4ª Jornada deste Campeonato do Mundo que tem sido memorável em episódios!

APRASIDZE CHUTA A BOLA…

Que jogo físico, tacticamente intenso, e que foi decidido só nos últimos 10 minutos, com as Fiji a terem ficado muito perto de conceder aquilo que seria uma derrota problemática, e isto muito por conta daquilo que a Geórgia foi capaz de fazer em campo.

Os “Lelos” efectuaram quase 200 placagens (90% de eficácia), forçando 17 erros da parte dos jogadores das Ilhas Fiji que, durante boa parte do encontro, pareciam perdidos e completamente atarantados perante o que o outro lado estava a fazer.

Vamos acelerar para o fim do encontro, quando a Geórgia foi capaz de aos 79′ converter uma penalidade que os colocava a 5 pontos do empate, e a 7 da vitória. Fiji chutam para os georgianos, e estes, com total concentração foram conquistando a linha-de-vantagem, atirando para trás vários fijianos, subindo no terreno a cada nova entrada no contacto. Com Niniashvili e Matkava a desenharem duas jogadas sonantes, Gela Aprasidze apanhou-se isolado na ponta e saiu disparado, invadindo o meio-campo adversário.

O formação suplente acabou por… chutar, e esperar que algum dos seus velocistas georgianos conseguissem captar a oval e fazer a desfeita no Mundial de Rugby 2023. Com tudo ainda a recuperar deste momento de proporções cardíacas, ficou a sensação que mais poderia ter sido feito.

Num primeiro momento, todos os adeptos achavam que a Geórgia tinham a vantagem numérica para manter a oval, quando na realidade, Aprasidze foi bem caçado e já tinham dois adversários em seu redor. O risco do turnover era alto, e o formação pensou que algum dos seus colegas de equipa estavam à sua beira, podendo recuperar a oval no seguimento de um pontapé.

Podemos discutir os “ses” e os “quês”, mas a verdade é que foi um dos momentos da jornada, que poderia ter virado tudo de pernas para o ar num grupo C já extremamente emotivo.

ALL BLACKS OFERECEM O DUELO… COM UM KA MATE

Para o leitor que não seja tão conhecedor (até porque raramente isto é explicado até pelos maiores meios de comunicação da modalidade), os All Blacks possuem algumas variedades do Haka, a dança tradicional que advém dos tempos ancestrais dos nativos da Nova Zelândia, como o Ka Mate e o Kapa O Pango, com ambas a ter utilidades ou, melhor, finalidades diferentes. O Ka Mate normalmente é utilizado em jogos em que atletas novos vão-se estrear, por ser menos exigente em termos de ensaiar, enquanto o Kapa O Pango é um subir de tom e um desafio mais pessoal.

No jogo frente à Itália, os 3ºs classificados do Campeonato do Mundo 2019 saíram do hino para efectuar o Ka Mate, o que apanhou a maioria dos adeptos (e até atletas da selecção adversária) desprevenidos, retornando a um cântico que parecia não estar alinhado com o desafio decisivo para o apuramento dos quartos-de-final.

A verdade é que a Squadra Azzurra acabou completamente trucidada e com um 2º pior resultado de sempre num Mundial de Rugby, isto quando alguns até teorizavam que os All Blacks poderiam perder e ficar de fora da fase-final. Os All Blacks não acharam mínima piada que tivessem sido colocados no centro das dúvidas e piadas, e, como o que aconteceu em campo, lançaram um Ka Mate do nada e que acabou por tirar o ar do Estádio de Lyon.

Existe também um motivo histórico: os All Blacks prestaram homenagem à batalha de Montecassino, e aos soldados neozelandeses (com uma companhia de Maoris também) falecidos nesse momento fulcral da Segunda Guerra Mundial.

HANDRÉ POLLARD ESTÁ DE VOLTA

Esta entrada não é desmerecer o impacto e qualidade Mannie Libbok, um 10 que será o detentor dessa camisola na África do Sul para os próximos cinco anos, mas o retorno de um ícone do rugby mundial e um dos melhores chutadores também da última década, merece amplo destaque.

Handré Pollard voltou a vestir a camisola verde-e-dourada frente ao Tonga, registando uns 50 minutos de altíssimo nível, com quatro conversões em quatro, duas assistências e uma mão cheia de pontapés corridos que ao mesmo tempo tiraram pressão dos boks como impuseram algumas dificuldades a quem estava do outro lado.

A entrada de Pollard traz um efeito extremamente positivo e que poderá ser o tónico final para os ainda campeões do Mundo seguirem caminho até à final da competição, já que ter um chutador irreverente é uma adição sempre interessante, e então com dois do mesmo estilo, ainda melhor.


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