3 destaques dos Lusitanos na 1ª jornada da RE Super Cup 2025
Os Lusitanos conseguiram derrotar os Bohemia Rugby Warriors por 42-21 num jogo extremamente pobre em qualidade e que só por via de exibições individuais, como a de Nuno Sousa Guedes, é que foi possível colocar a um ponto final nas dúvidas de quem sairia a ganhar do CAR Jamor.
MVP: NUNO SOUSA GUEDES
De longe o jogador mais influente nos Lusitanos. Num jogo medíocre da franquia portuguesa, o internacional português acabou por ser essencial não só no que toca ao ataque, como na defesa, salvando a formação local de ter consentido dois ensaios, um na primeira parte e outro na segunda metade do encontro. Na manobra ofensiva foi o protagonista de sempre, iniciando duas combinações que acabariam em ensaio para a equipa da casa, procurando constantemente em injectar velocidade, imprevisibilidade e agilidade a um ataque que raramente funcionou em termos de colectivo, muito pela falta de ligação entre o par de médios e o resto da equipa. Três assistências, cinco quebras-de-linha, nove defesas batidos e cinco offloads.
A leitura de jogo e a capacidade de gerir a posse de bola da franquia nacional foi chave num jogo que foi extremamente e inesperadamente difícil para os Lusitanos, com Sousa Guedes a tapar diversos dos problemas colectivos com a sua capacidade individual acima do normal. Está recuperado a 100% das maleitas que o retiraram do leque de escolhas dos Lobos nos dois últimos anos, sendo mérito do atleta e do do CDUP.
PONTO POSITIVO: JOGO NO CHÃO
Não querendo divagar durante muito tempo na defesa portuguesa, já que o número de falhas de placagem em jogadas críticas ascendeu o 60%, é importante destacar o bom trabalho no jogo no chão, mais especificamente, o número alto de turnovers conseguidos durante os 80 minutos. Mais de quinze foram conquistados, com alguns a terminarem em penalidade a favorecer os Lusitanos, enquanto uns poucos deram início a jogadas de contra-ataque perigosas da equipa portuguesa. Vasco Baptista, David Wallis, Francisco Almeida e Pedro Ferreira foram dos principais jacklers, mostrando excelente trabalho e entrega neste aspecto que acabou por ser fundamental até para colocar um ponto final na hemorragia de pontos sofridos.
PONTO NEGATIVO: O QUE SE PASSA?
21 pontos consentidos com uma franquia checa que tem 100% dos seus jogadores a actuar no Rugby Europe Trophy (3º classificado em 2024/2025), 11 erros no alinhamento, 15 penalidades consentidas, diversas falhas de placagem e um conjunto que parecia desconjuntado e sem mecanismos, algo preocupante quando os Lusitanos estão a treinar desde finais de Agosto. Depois de uma derrota totalmente humilhante frente à Irlanda, um 4º lugar sem sabor no Men’s Rugby Europe Championship em que ficou exposto uma inconsistência exibicional tremenda, Simon Mannix e o staff dos Lusitanos/Portugal parecem não ter as capacidades necessárias para dar vagão à exigência deste nível.
Não ficou claro que o plano de jogo de Portugal exista, com uma equipa praticamente agarrada ao maul dinâmico e aos pormenores individuais de jogadores como Nuno Sousa Guedes, David Wallis, Vasco Baptista e Vasco Leite, o que certamente não abona a favor dos Lobos, uma vez que 50% da selecção nacional é composta por atletas dos Lusitanos ou da Divisão de Honra. Por outro lado, é claramente preocupante observar o decrescimento de certos atletas, com os nove erros no alinhamento por parte de Santiago Lopes a serem preocupantes, sendo ele uma das soluções para a posição de talonador na selecção nacional.
Percebendo que os clubes se encontravam a disputar jogos oficiais, é inexplicável certas escolhas tomadas pelo staff nacional que parecem mais preocupados em dizer que Portugal é uma selecção sem faculdades para competir e arranhar os que estão no topo, e que tem de se conformar ao nível que está. Neste momento é incompreensível e irreconhecível a franquia dos Lusitanos ou a selecção nacional, esperando que não surjam invenções na convocatória quando chegar Novembro, achando que um atleta da Pro D2 ou Nationale está ao mesmo nível ou é inferior a alguém que joga na Divisão de Honra portuguesa. É altura de assumir os erros e alterar o rumo dos acontecimentos.