3 destaques de Portugal vs Austrália do Mundial de Rugby 2023

Portugal consentiu uma derrota frente aos Wallabies, num jogo em que dominou a segunda-parte, faltando-lhes um pouco de rasgo e paciência para somarem mais pontos. Estes são os 3 destaques do Portugal vs Austrália deste Mundial de Rugby 2023.

MVP: NUNO SOUSA GUEDES (DEFESA) E MIKE TADJER (TALONADOR)

Sem demoras, Nuno Sousa Guedes é puro fogo de artíficio em estado humano, conseguindo elevar a excitação do jogo para os píncaros com uma série de troca de pés, atingindo ainda um patamar superior quando a restante orquestra acompanha-lo nestes momentos.

O defesa fez 163 metros de conquista territorial, uma quebra-de-linha, sete defesas abatidos, conseguiu um 50/22 e ainda ofereceu uma série de oportunidades aos seus colegas de equipa, mostrando todos os seus bons pormenores. A rápida leitura do defesa foi essencial para os “Lobos” terem sido capazes de meter a defesa australiana em sobressalto, arrancando uma série de grandes momentos estrondosos e que injectaram um buzz que passou para as bancadas.

Já Mike Tadjer foi praticamente perfeito no trabalho nas fases-estáticas, com apenas dois erros nos alinhamentos, que foram replicados com um turnover e 12 placagens efectivas (4º jogador com mais deste encontro), tendo ainda marcado um ensaio que acabou por não ser validado por aparentemente não ter chegado à linha de ensaio. De qualquer forma, o talonador titular português foi dos jogadores que mais empurrou Portugal para um resultado positivo, lutando em cada ruck, rasgo, espaço e choque para oferecer o melhor possível à sua selecção nacional.

PONTO ALTO: UM ATAQUE QUE FAZ SONHAR

Portugal teve doze oportunidades dentro dos 22 metros da Austrália, conseguindo só sair com dois ensaios quando merecia, por todas as razões e mais algumas, ter arrancado uma chuva de pontos. A mobilidade colectiva foi estrondosa, com uma agressividade da linha de 3/4’s que na segunda-parte só foi parada através de uma defesa super indisciplinada – e que foi bem para lá dos limites legais da placagem – e uns erros que resultaram em turnovers, em que o adversário pouco ou nada teve mérito na sua conquista.

Faltou talvez mais paciência e sorte, pois os “Lobos” tentaram acelerar e galopar excessivamente quando era necessário perder um pouco mais de tempo a montar uma fase, trabalhá-la e procurar exercer um pouco mais de pressão física, algo que escasseou em particular na 1ª parte. Já na segunda metade do encontro, a selecção nacional foi mais “agressiva” e efectivamente começou a conquistar a linha-de-vantagem de forma consecutiva, mas nessa altura o resultado já apresentava uma desnivelada complicada.

De qualquer forma, ficam os dados:

• 630 metros conquistados;
• 29 defesas batidos;
• 11 offloads;
• 15 quebras-de-linha;
• 90% eficácia nas fases-estáticas;

PONTO MAIS ALTO: NOVAMENTE, DIGAM COMIGO “PORTUGAL, PORTUGAL, PORTUGAL”

41 mil pessoas estiveram no Estádio de Saint-Étienne, e pelo menos mais de metade estiveram loucamente a puxar por Portugal, criando um ambiente inesquecível e que tem sido repetidamente feito em todos os jogos dos “Lobos”.

Podíamos falar dos pontos menos bons do jogo de hoje, mas é mais importante enaltecer o impacto do público português e como abraçaram a festa do Mundial de Rugby, tanto os que vivem em Portugal continental, ou aqueles que estão em França e noutros países estrangeiros, mostrando uma paixão única e sentida.

Agora é esperar que este amor e entrega da massa associativa continue após o Mundial de Rugby 2023, porque como Tomás Appleton disse,

“Nós jogamos para nós, mas sobretudo para eles. Não temos palavras para o que temos assistido neste Mundial. Os adeptos portugueses, sejam aqueles que viajaram de Portugal ou os que se movimentado desde Paris, Toulouse ou Perpignan, são a razão pelo qual estamos aqui e a lutar para ganhar.”