3 destaques da 6ª jornada dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup

Francisco IsaacDezembro 12, 20215min0

3 destaques da 6ª jornada dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup

Francisco IsaacDezembro 12, 20215min0
Os Lusitanos fecharam a fase-de-grupos com 6 vitórias em 6 jogos e nesta análise contamos o que se passou pelo CAR Jamor frente ao Delta

Está encerrada a participação dos Lusitanos na fase-de-grupos da Rugby Europe Super Cup e, como nos cinco jogos anteriores, a franquia portuguesa voltou a garantir uma vitória, somando o 5º ponto bónus ofensivo, sendo a única equipa desta competição a não ter sofrido qualquer derrota durante esta primeira fase. A nossa análise ao que se passou dentro de campo, explicada em três passos.

MVP: JOÃO VIEIRA

Estreia nos Lusitanos que valeu dois ensaios, quatro quebras-de-linha, dois turnovers, três placagens de impacto, cinco tackle-busts (é um problema para o parar na primeira abordagem, especialmente se a placagem for alta ou demasiado baixa) e uma assistência, João Vieira rubricou uma exibição de gala num jogo em que substitui o capitão Tomás Appleton, mostrando toda uma habilidade técnica e perfume físico que foi derrubando as tentativas de “obstáculos” montadas pelo Delta.

Compôs não só uma boa combinação com Vasco Ribeiro – dos melhores jogadores dos Lusitanos no geral da Super Cup, o que lhe garantiu um retorno ao elenco dos “Lobos” em Novembro passado – mas também com Jorge Abecassis, completando ou conectando uma série de jogadas de alto quilate, que valeram metros e ensaios, conseguindo, acima de tudo, agregar vários defesas sobre si como se viu quer no primeiro ensaio de Vasco Durão, ou de João Freudenthal, com isto a dar outra letalidade e dimensão à estratégia de ataque da equipa técnica da franquia lusa.

Foi um ver, vir e ganhar por parte de um dos jogadores que melhor esteve no Campeonato da Europa sub-20 deste ano – acabou no melhor XV do torneio – e que agarrou a oportunidade para se mostrar ao 2º nível mais alto do rugby português, não só pelos pontos marcados, mas pelo que consegue fazer jogar e oferecer soluções à equipa.

PONTO ALTO: UM ATAQUE APAIXONADO POR FAZER JOGAR E ENCANTAR

Patrice Lagisquet efectuou uma série de alterações para este último encontro da Super Cup, promovendo alguns nomes à titularidade ou mesmo à convocatória, como João Vieira, Vasco Durão, João Dias, entre outros, e os Lusitanos mantiveram-se como o elenco dominador dentro de campo, empurrando constantemente a equipa do Delta – também com várias mudanças, uma vez que os Países Baixos vão defrontar a Espanha na próxima semana, ainda a contar para o Rugby Europe Championship 2021 – para dentro dos seus 22 metros, com os neerlandeses a terem sérias dificuldades para perceber em como parar o maior virtuosismo e habilidade técnica vinda dos jogadores portugueses.

Com Jorge Abecassis a comandar excelentemente bem as operações de ataque, os Lusitanos foram sabendo aproveitar os espaços entre a linha defensiva do Delta, com o próprio abertura a criar cinco assistências para quebras-de-linha de um parceiro seu, fazendo um uso inteligente do passe interior ou da sua panóplia de truques no jogo ao pé, despoletando uma série de oportunidades de ataque importantes para a execução da estratégia da formação lusa.

A energia intensa na circulação de bola e a capacidade em conseguir prender defesas na zona de actuação dos manobradores de bola foram dois elementos essenciais para crivar um domínio avassalador na posse de bola e avanço territorial que foi constantemente bem aproveitada, ainda por mais quando o apoio ao portador de bola foi, maioritariamente, bem trabalhado, com isto a dar outra lucidez e fluidez ao aparelho ofensivo dos Lusitanos, no qual Vasco Ribeiro, João Granate, Nuno Peixoto, João Mateus, João Vieira ou João Freudenthal (uma prestação de alto nível do polivalente 3/4’s, organizando bem as unidades portuguesas a partir da posição de defesa) rubricaram papéis de destaque nessa função.

Outro ponto que, apesar de não vir a receber o mesmo calibre de elogios que o ataque, foi a defesa no contra-ruck e a genialidade no “roubar” de alguns turnovers, o que tornou tudo mais fácil para os Lusitanos, mantendo a mesma bitola já demonstrada nas cinco jornadas anteriores.

Foram mais dez ensaios marcados, atingindo a marca de 257 pontos marcados na fase-de-grupos da Super Cup (faltando três jogos na conferência de Este, dificilmente a franquia portuguesa será ultrapassada neste ponto), sendo, para já, a segunda melhor defesa com 73 pontos sofridos (5 ensaios consentidos), os Lusitanos foram decididamente a melhor formação desta fase-de-grupos, logrando não só um estatuto de invenciveis, como o 1º lugar e uma meia-final a ser jogada em casa em Abril do próximo ano.

PONTO A MELHORAR: NADA A APONTAR

É difícil apontar um Ponto a Melhorar quando os Lusitanos foram esmagadoramente dominantes do primeiro minuto até ao apito final da equipa de arbitragem, que com uma equipa renovada – não jogaram, por exemplo, Nuno Sousa Guedes, Rafael Simões, Jerónimo Portela, Tomás Appleton ou Pedro Lucas – não deixou de atingir um resultado expressivo a todos os níveis, sofrendo apenas um ensaio que nem adveio de construção ofensiva do Delta ou de erros defensivos, mas sim de uma intercepção bem captada pelo ponta neerlandês. Ou seja, num jogo em que o único objectivo era garantir a vitória, seguindo-se o conquistar do ponto de bónus, os Lusitanos não defraudaram e garantiram esse desígnio no final das contas.

DADOS E NÚMEROS

Maior marcador de pontos: Jorge Abecassis – 14 pontos
Maior marcador de ensaios: João Vieira e Nuno Peixoto – 2 ensaios
Jogador com maior número de metros conquistados: Vasco Durão – 74 metros


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