3 destaques da 4ª jornada dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup

Francisco IsaacOutubro 31, 20215min0

3 destaques da 4ª jornada dos Lusitanos na Rugby Europe Super Cup

Francisco IsaacOutubro 31, 20215min0
Os Lusitanos estão apurados para a fase-final da Super Cup e Francisco Isaac diz-nos como foi a exibição lusa em Bruxelas neste artigo

Como se diz na gíria “Está feito!”, já que os Lusitanos de Patrice Lagisquet confirmaram a passagem às meias-finais na Super Cup, estando perto de também confirmar esse jogo a eliminar em casa, isto depois de uma vitória contundente na Bélgica. A nossa análise aos três principais pontos da participação da franquia portuguesa nesta 4a ronda.

MVP: PEDRO LUCAS

O formação do Técnico Rugby não é o MVP da tarde só por causa dos dois ensaios marcados (ambos de belo efeito por motivos diferentes), mas pela panóplia de habilidades apresentadas que deram um edge especial aos Lusitanos, especialmente quando os Brussels Devils conseguiram colocar pressão no controlo da bola no breakdown e no jogo ao pé, com Pedro Lucas a manter um excelente controlo na disposição defensiva junto ao ruck e nas saídas rápidas, ouvindo-se claramente as indicações do mesmo quando os jogadores belgas tentaram procurar o jogo ao largo. Passes sempre recheados de velocidade e equilíbrio, a rapidez com que rapidamente chegava junto ao ruck ou ao portador de bola após quebra-de-linha conferiu outro poder de letalidade à estrutura de jogo dos Lusitanos, polvilhando inteligentemente os momentos em que a sua equipa estava acampada dentro dos últimos 10 metros, com os olhos sempre postos em como assaltar a área de validação contrária.

Recuando até ao primeiro ensaio do jogo, nesse momento podemos perceber como Pedro Lucas iria ser essencial para o desenrolar do encontro, tendo aproveitado um erro de linha-de-defesa estática contrária para apanhar tudo e todos desprevenidos, arrancando em sprint após uma finta de passe bem ensaiada que abriu caminho aos 5 pontos iniciais. Outro destaque da exibição do médio-de-formação vai para o seu papel na formação-ordenada, tendo nas ofensivas arrancado duas vantagens por pressão ilegal do adversário (fez o papel teatral necessário para capturar a atenção da equipa de arbitragem), enquanto nas defensivas exerceu a pressão certa para criar um atraso na saída de bola dos Brussels Devils, tirando algum à vontade e velocidade à manobra com bola. Inteligência, poder de aceleração e sempre presente nos momentos de rotura favorável à equipa portuguesa, foram resumidamente três dos factores decisivos impostos pelo 9 dos Lusitanos.

PONTO ALTO: O ESPECTÁCULO OFENSIVO COM MARCA LUSITANA

13 offloads no meio de um encontro encharcado pela constante chuva que ia caindo em Bruxelas, é um número minimamente impressionante e que ajudou aos Lusitanos marchar em direção à aérea de validação em pelo menos quatro ocasiões, com três a terminarem em ensaios espectaculares que já ganharam destaque internacional, numa demonstração clara de como Portugal tem logrado a produzir um estilo de jogo vibrante, inteligente e agressivamente letal quando bem conduzido.

A destreza ofensiva imposta quer por unidades dos avançados, como Rafael Simões (enorme prestação do 2a/3a linha que marcou dois ensaios e ainda assistiu para mais um, para além das 3 quebras-de-linha conseguidas) ou Duarte Diniz, ou 3/4s, com o combo Rodrigo Marta e Vasco Ribeiro a dar cartas (o centro da Agronomia Rugby continua a marcar pontos para retornar aos eleitos dos Lobos), oferece outra dimensão ofensiva que impulsiona os homens de Patrice Lagisquet para outro nível que acaba por desmontar qualquer oponente sem a capacidade defensiva necessária para manter índices físicos altos, como se viu agora frente aos Brussels Devils.

A falta da agressividade certa defensiva, em especial na desaceleração da saída de bola e no fechar de espaços no jogo interior, por parte da equipa belga acabou por abrir os espaços suficientes para que as movimentações de ataque portuguesas ganhassem margem de manobra, e lograssem um total de 10 quebras-de-linha que não só colocaram o adversário num recuo desesperado como terminou em ensaio ou em penalidades favoráveis a si. Ao fim de 4 rondas, é a franquia da Federação Portuguesa de Rugby a liderar na tabela de ensaios e pontos, numa prova clara da superioridade lusa nesta Super Cup.

PONTO A REVER: DISCIPLINA TIROU PONTOS

Os Brussels Devils ainda sentiram o gosto de estarem à frente do marcador, quando somaram seus pontos ao pé após terem resgatado penalidades nos 40 metros defensivos dos Lusitanos, sem que esse pormenor tivesse beliscado os jogadores lusos em algum momento. Contudo, a recuperação no resultado e a estrondosa exibição no ataque e no aproveitamento dos espaços não pode omitir os erros e alguma indisciplina que se registaram nos primeiros quarenta minutos, com as penalidades cometidas a surgirem por falta do portador de bola no chão ou apoio ilegal ao ruck, caindo levemente a produção ofensiva nesse momento.

Mas, e apesar desta indisciplina, a verdade é que após um período de adaptação a como a equipa de arbitragem estava a ler o jogo em redor e no ruck, os jogadores lusos adaptaram-se e subiram os níveis de agressividade e de aproximadamente no apoio ao portador de bola, praticamente a colocar um ponto final numa situação que estava a debilitar a manobra de ataque, com nota alta para como Rafael Simões, Pedro Lucas, David Wallis, entre outros, foram capazes de reunir as tropas e resolver problemas dentro de campo. Evolução mental e comportamental, lucidez para perceber como ajustar e cabeça fresca para solucionar problemas, são marcas actuais dos Lusitanos e Lobos.

DADOS E NÚMEROS

Maior marcador de pontos: Rafael Simões e Pedro Lucas – 10 pontos
Maior marcador de ensaios: Rafael Simões e Pedro Lucas – 2 ensaios
Jogador com maior número de metros conquistados: Nuno Sousa Guedes – 70 metros


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