3 destaques da 11ª Ronda do Super Rugby Pacific 2022
Waratahs derrubaram o “dragão”, ou seja, os Crusaders, e ofereceram uma das vitórias mais especiais dos últimos anos ao seu público, para além dos Hurricanes terem sido atropelados pelos Brumbies, enquanto os Blues tiveram de sofrer para sair da Austrália com mais uma vitória neste Super Rugby Pacific 2022.
O SKILL: ROB VALENTINI COM UM GRUBER MÁGICO!
Quem não gosta de ver um avançado a esboçar um pontapé e ir buscar à oval para chegar triunfante à área de ensaio? Seguindo esse “sonho”, Rob Valentini, terceira-linha dos Brumbies e internacional australiano, foi o autor de tal façanha, ao vislumbrar espaço nas costas da defesa dos Hurricanes, atirando um pontapé rasteiro que ofereceu um efeito saltitante à oval, acabando por este ir buscá-la e ganhar na velocidade de fundo aos seus rivais neozelandeses. Impressionante e altamente explosivo, disso não há dúvidas, sendo uma prova expressiva da capacidade dos melhores atletas da Austrália em conseguirem não só procurar soluções diferentes, como de terem o dom de as executar e concluir com nota alta.
Num encontro em que os Brumbies dominaram praticamente toda a 2ª parte ante os Hurricanes, Valentini foi uma das principais unidades da franquia de Canberra, infligindo dano através das suas portagens de bola lestas e ágeis, impondo boas artimanhas quando se deparou com uma defesa alta, e a fugir em direcção à área de validação em mais do que três ocasiões, conseguindo desenhar o tal pontapé rasteiro em profundida com uma qualidade ao nível de um 3/4’s.
Visão de jogo astuta, velocidade de movimentos especial e sprint imparável de uma das novas coqueluches do Super Rugby Pacific e do rugby australiano.
ROB V, YOU BEAUTY! ??#BRUvHUR #SuperRugbyPacific pic.twitter.com/e8vLVf05uo
— Super Rugby Pacific (@SuperRugby) May 1, 2022
O JOGADOR: CHARLIE GAMBLE, UM “MONSTRO” DE NOVA GALES DO SUL
No resultado mais chocante da semana, encontramos aquele que foi para o Fair Play um dos melhores jogadores da jornada, com o terceira-linha Charlie Gamble a realizar uma prestação monstruosa na vitória frente aos Crusaders, pondo fim a uma série quase de 7 anos de derrotas contra os ainda tricampeões do Super Rugby Aotearoa – e últimos do Super Rugby geral -, injectando um boost de alta confiança no público australiano que pôde sair Leichhardt Oval com um sorriso de orelha a orelha.
Mas bem, retornando ao ponto importante, porquê Charlie Gamble? O que é que o asa faz para “roubar” o lugar a Dylan Pietsch (134 metros conquistado e três quebras-de-linha, foi uma dor de cabeça para Will Jordan do princípio ao fim), Michael Hooper ou Mahe Vailanu? Esteve em todo o lado, liquidou as saídas de número 8 dos Crusaders – tanto Cullen Grace como Pablo Matera nunca tiveram espaço para fugir junto a esta fase-estática -, foi buscar Will Jordan e Sevu Reece à ponta, quando estes dois estavam prontos para marcar ensaios, e acabou a realizar 19 placagens efectivas, sem falhar alguma tentativa, três turnovers, um roubo no alinhamento e 30 metros de conquista, impondo uma exibição completamente dissonante e apaixonante.
É uma das surpresas destes Waratahs de 2022, que sonham com o apuramento para os playoff, e Charlie Gamble merece a atenção do público, mesmo que não chegue ainda este ano aos Wallabies.
? This is what it means!#SuperRugbyPacific pic.twitter.com/s7WOXgTl4X
— Super Rugby Pacific (@SuperRugby) April 30, 2022
O STAT: 26 FASES À MÃO E… NÃO PASSAM PELA DEFESA DOS BLUES DE BETÃO
Um emotivo fim-de-semana e 11ª jornada do Super Rugby Pacific, viu três equipas australianas a saírem de campo com a vitória, garantindo um dos melhores fim-de-semanas contra os seus principais rivais da bola oval nos últimos 15 anos, que por muito pouco não acabou com vantagem para a Austrália, já que a Western Force esteve a centímetros de marcar o ensaio vitorioso frente aos Blues. Nesse encontro, as odds apontavam para uma conquista da franquia de Auckland, sabendo de antemão do perigo que esta Force poderia causa caso os Blues abrissem o flanco na defesa ao largo ou enveredassem por avalanche de penalidades, com este cenário a se a confirmar nos 20 minutos finais, altura em que a formação visitada começou a crescer e chegou a flertar com o ensaio da reviravolta.
Contudo, e depois de 26 fases consecutivas, onde os neozelandeses cometeram mais de quatro penalidades no espaço de quatro minutos, a Western Force viu-lhe negada a possibilidade de festejar aquilo que poderia ter sido um estrondoso resultado, graças a uma defesa inexpugnável, inteligente e fria dos Blues, com estes a manterem o foco mesmo quando parecia tudo encaminhar-se para uma potencial (surpreendente) derrota nesta 11ª jornada do Super Rugby Pacific. No fim de contas, os homens de Leon McDonald somaram 214 placagens, falhando somente 21, para além de ter ainda recuperado seis bolas no breakdown com Dalton Papalii e Roger Tuivasa-Sheck (o centro recém-convertido do Rugby League está a dar sinais promissores nesta sua entrada pelo Rugby Union) a somarem 38 encaixes perfeitos de ombro, sem nunca falharem o ombro, numa excelente demonstração do mindset e da capacidade defensiva destes Blues em 2022.
The incredible final moments from last night's @westernforce and @BluesRugbyTeam thriller.#SuperRugbyPacific #FORvBLU pic.twitter.com/UCwfKbIRUz
— Super Rugby Pacific (@SuperRugby) April 29, 2022