Rally de Portugal: Rovanperä regressa às vitórias em solo luso

Luís MouraMaio 14, 20238min0

Rally de Portugal: Rovanperä regressa às vitórias em solo luso

Luís MouraMaio 14, 20238min0
No Vodafone Rally de Portugal Kalle Rovanperä regressa às vitórias em solo luso e suspira de alívio como relata Luís Moura

O campeão do mundo, Kalle Rovanperä regressa às vitórias em solo luso e venceu pela primeira vez nesta época, assumindo a liderança do campeonato do mundo de pilotos. A Hyundai bate a Toyota e coloca dois carros no pódio. Neuville e Evans atrasam-se na luta pelo título, depois de um rally azarado para ambos.

Quinta-feira

A atividade do Vodafone Rally de Portugal começou na manhã de quinta-feira, com o Shakedown no troço de Baltar, no conselho de Paredes. Os primeiro 4,6 Km do rally serviram para afinar os carros e recolher as primeiras informações telemétricas, por esse motivo, os tempos concretizados pelos pilotos são remetidos para segundo plano. Não obstante, no WRC 1, o piloto mais rápido foi Evans, à frente de Lappi e de Tänak.

Sexta-feira

Como habitual, o dia de sexta é dos mais importantes nos ralis, e em Portugal não foi exceção. É no primeiro dia de prova que se marcam as diferenças entre os pilotos e se estabelecem os candidatos à luta pelo Rally. Também há os primeiros erros de pilotagem e as primeiras falhas mecânicas. Loubet e Katsuta foram vítimas de infortúnios, que os colocaram de fora da luta pela geral do Vodafone Rally de Portugal, todavia conseguiram voltar aos troços em Super Rally para lutar pelos pontos da Power Stage, a classificativa rainha com o mítico salto de Fafe. Loubet teve um problema no cano de escape, quando liderava o Rally, depois de ter vencido a primeira classificativa.

Já com Katsuta, foi o alternador do seu Toyota que cedeu. Um problema de fiabilidade, que tem sido pouco comum na marca nipónica esta temporada.

O líder do campeonato, à chegada a Portugal, também desistiu, mas por motivos complementarmente diferentes. Evans despistou-se violentamente na única passagem pelo troço de Mortágua. Um acidente aparatoso que não foi televisionado pelos espectadores. Chegou-se a temer consequências gravosas para o piloto e o navegador do carro n°33 da Toyota, mas, felizmente, ambos saíram ilesos.

No que à luta pela classificação geral concerne, Evans, enquanto esteve em prova, teve grandes dificuldades em igualar o ritmo dos principais candidatos. Enfrentou as dificuldades habituais de abrir a pista num Rally de terra e ficou bastante atrasado na classificação. Por outro lado, Rovanperä e Sordo, aproveitaram a boa posição de partida, para se destacarem na frente da corrida. Até ao troço de Mortágua, Kalle e Dani estavam bastante próximos, mas na última classificativa, antes da super especial da Figueira da foz, Sordo falhou uma travagem e perdeu alguns segundos para um Kalle Rovanperä sedento de vitória que, a esta altura, carregava as esperanças da Toyota, depois da desistência de Katsuta e de Evans.

Os homens da Hyundai aproveitaram a infelicidade dos Toyota para colocarem os três carros no top 4. A Ford, depois do furo de Tänak e do problema mecânico de Loubet, numa fase precoce da competição, ficaram de fora da luta pela vitória e tiveram de se contentar com os lugares fora do pódio.

Assim, o dia terminou com Rovanperä na liderança do Vodafone Rally de Portugal. Sordo na perseguição a 10.8 segundos. A fechar o pódio, Neuville acabou o primeiro dia de competição a 26.0 segundos de Kalle.

No balanço do dia, os pilotos referiram a dificuldade na gestão dos pneus Pirelli. Mais uma critica à marca italiana que, desde a sua entrada no campeonato do mundo, ainda não conseguiu fabricar uma gama de pneus que satisfaça o desejo dos pilotos.

Sábado

O dia de Sábado começou com a esperança de que os homens da Hyundai dessem luta a Rovanperä. Nas duras classificativas de Vieira do Minho e de Amarante qualquer coisa podia acontecer, e que o diga Sordo, que começou o dia a 10.4 segundos e acabou a manhã a 54 segundos de Rovanperä. Foi uma manhã alucinante para o jovem campeão do mundo, que levou os espectadores portugueses à loucura com as suas passagens nos troços de Vieira do Minho, Amarante e Felgueiras. Não colocou uma única roda “fora do lugar” e ficou numa ótima posição para vencer pela primeira vez esta época. Dani Sordo não conseguiu manter o ritmo que havia tido na sexta-feira e perdeu em larga escala para Rovanperä. Também Lappi e Neuville se aproximaram de Sordo nas classificativas da manhã.

O azar “bateu à porta” de Loubet que, a sensivelmente 300 metros do final da classificativa de Amarante, teve uma batida e foi obrigado a abandonar.

No período da tarde, o grande foco da competição foi a luta entre os pilotos da Hyundai pelos restantes lugares de pódio. Neuville, que estava em quarto, durante a segunda passagem pelo troço de Amarante conseguiu ultrapassar Lappi, ascendendo à terceira posição. Sordo manteve o segundo posto. Tänak e Katsuta geriram o ritmo na parte da tarde, com o objetivo de poupar o carro para a derradeira classificativa do Vodafone Rally de Portugal.

No final das classificativas de sábado, Rovanperä liderava com 57.5 segundos de vantagem sobre Sordo. Neuville era terceiro com uma desvantagem de 1:08.6, enquanto o seu colega de equipa a tempo inteiro, Lappi, era quarto a 1:10.9. Tänak era quinto a 2:21.8.

Domingo

O último dia do Rally tinha como “cabeça de cartaz” a luta entre Lappi e Neuville pelo terceiro posto, mas, infelizmente, Neuville teve uma perda de potência na classificativa de Paredes e viu hipotecadas as hipóteses de lutar com o seu companheiro de equipa. Caiu de terceiro para quinto, ficando apenas à frente Loubet e Katsuta que acabaram a prova a competir na categoria Super Rally. Para além de Lappi, Tänak também aproveitou o azar de Neuville e ascendeu à quarta posição, mesmo com os problemas híbridos que se faziam sentir no motor Ford do piloto estónio.

As primeiras três classificativas, da manhã de domingo, ficaram marcadas pelo ritmo de passeio dos pilotos de WRC 1. Todos queriam poupar pneus e a mecânica do carro para atacarem na Power Stage. Uma atitude que não beneficiou o espetáculo para aqueles que se dirigiram ao troço de Cabeçeiras e de Parades, mas que aumentou a competitividade na derradeira classificativa do Vodafone Rally de Portugal.

À chegada à segunda passagem pelo troço de Fafe, Rovanperä liderava a prova com uma vantagem de 47.8 segundos para Sordo que ocupava a segunda posição. Lappi era terceiro a 1:17.8. Já, Tänak estava a 2:03.4 e Neuville a 6:35.0 de Rovanperä.

O primeiro Rally 1 a iniciar a Power Stage foi Katsuta. Mostrou um ritmo forte, mas não foi suficiente para estar ao nível de Tänak e de Rovanperä, que proporcionaram uma luta de tirar o fôlego a qualquer pessoa que estivesse a assistir à classificativa. No primeiro parcial, ambos marcaram o mesmo tempo. No segundo, Kalle ganhou uma vantagem ligeiramente superior a um segundo, mas à chegada ao salto, estavam apenas separados por meio segundo. Foi aí que, o campeão do mundo, “puxou dos galões” para superar por apenas 0.7, a marca de Tänak, e juntar aos 25 pontos da vitória do Rally mais 5 pelo tempo mais rápido na Power Stage. Sordo foi segundo a 54.7, enquanto Lappi fechou o pódio a 1:20.3. Tänak, Neuville e Evans foram os grandes derrotados da prova, uma vez que perderam pontos para o campeão do mundo.

Foi mais uma demonstração da espetacularidade do Vodafone Rally de Portugal, que deixou “água na boca” aos fãs de rally, numa altura em que a edição do próximo ano já foi confirmada.

Uma nota positiva para a organização da prova e para o exemplar comportamento dos espectadores nos troços. Depois desta prova, Rovanperä assume a liderança do campeonato do mundo com 98 pontos. Tänak é segundo com 81 pontos. Ogier, apesar de não correr a tempo inteiro neste campeonato, é terceiro com 69 pontos. A próxima prova do Campeonato do Mundo de Rally é na Sardenha de 1 a 6 de junho para acompanhar no Fair Play.


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