O Atletismo em 2021: Os medalhados internacionais

Pedro PiresNovembro 5, 20215min0

O Atletismo em 2021: Os medalhados internacionais

Pedro PiresNovembro 5, 20215min0
O Planeta do Atletismo elenca os medalhados a nível internacional em 2021, quer seja em Europeus, Jogos Olimpícos ou noutras competições

Como habitual em ano olímpico, foi um ano de excelentes prestações, tanto a nível quanto internacional. Mas este 2021 foi bem especial, com anos memoráveis para uma série de atletas. Reduzir estas listas a três (ou quatro com alguma batota) não foi tarefa fácil, tal o talento que fica por mencionar. Esperemos que assim continue e abordamos neste artigo o atletismo internacional e as façanhas alcançadas.

Masculino

Ouro: Karsten Warholm (400m barreiras)

O norueguês chegou em Tóquio até onde muitos duvidavam que se chegasse em 30, 40 ou 50 anos. Em Julho quebrou o recorde mundial de Kevin Young que durava há 29 anos no atletismo. Nesse dia correu em 46.70s e alcançou aquilo que muitos já prognosticavam que poderia vir de si ou do seu grande rival, o norte-americano Rai Benjamin. No entanto, nada fazia prever que em Tóquio Warholm corresse os 400m barreiras em 45.94s! É um bom tempo sem barreiras, é um tempo absolutamente impensável com barreiras, sendo o 1º da história a quebrar os 46 segundos. É tão bom que o meu maior receio é que tudo agora pareça apenas “ok”, depois de termos sido tão mal-habituados.

Prata: Ryan Crouser (Lançamento do Peso)

Como ele nunca houve igual. No seu primeiro lançamento do ano lançou, em pista coberta, a 22.82 metros, um novo recorde mundial indoor. Mais tarde, na mesma competição lançou a 22.70, o que seria também um novo recorde antes desse dia. Este era um recorde que durava desde 1989 (por Randy Barnes) e estava dado o mote para o que aí vinha. Nos Trials norte-americanos, ao ar livre, lançou a 23.37 metros para obliterar o recorde mundial de Barnes – de 23.12m – que durava há 31 anos. Em Tóquio, conquistou o seu 2º título olímpico e com estrondo outra vez: todos os seus lançamentos bateram o anterior recorde olímpico (que a ele já pertencia), com o melhor a 23.30 metros!

Bronze: Damian Warner (Decatlo)

Época incrível para o canadiano que logo em Gotzis chegou aos 8.995 pontos, recorde nacional e muito próximo de quebrar uma barreira histórica no atletismo. Essa cereja no topo do bolo estava reservada para Tóquio, onde tinha como maior rival o recordista mundial, Kevin Mayer. Warner não se deixou intimidar e atingiu mesmo os 9.018 pontos, o que o tornou no novo recordista olímpico, bem, como no 4º homem a quebrar a mítica barreira dos 9.000 pontos.

A beijar o pódio: Jakob Ingebrigsten (1.500m/5.000m): campeão olímpico e europeu indoor dos 1.500m; recordes europeu dos 1.500m e 5.000m

Feminino

Ouro: Yulimar Rojas (Triplo Salto)

O recorde parecia prometido, mas era preciso chegar até ele. A venezuelana fê-lo no maior dos palcos do atletismo. O recorde em pista coberta já lhe pertencia desde a temporada passada, ano em que conquistou o troféu de Atleta do ano pela WA. Logo no início da sua época saltou a 15.43m, o seu melhor pessoal (igualando o recorde indoor), mas, apesar de ter passado dos 15 metros em todas as oito competições que realizou, o melhor estava guardado para Tóquio. Na final dos Jogos Olímpicos nunca pareceu ter qualquer rival e, já como vencedora, saltou sem pressão na última ronda para incríveis 15.67m, terminando com o reinado de Inessa Kravets como recordista mundial que durou 26 anos. Ainda viria a conquistar a Diamond League e o top-10 de todos os melhores saltos da história começa a ser incrivelmente dominado por Rojas (já tem seis dos dez ao ar livre, considerando apenas condições regulares de vento).

Prata: Elaine Thompson (100m/200m)

Tivesse a WA ido avante com a tentativa de fazer cair recordes dúbios de décadas passadas e hoje Elaine Thompson-Herah seria a nova recordista mundial dos 100 e 200 metros. Nada se pode fazer quanto a isso, mas nunca alguém pareceu tão próximo de chegar às “marcas impossíveis”. Nos 100m, a jamaicana correu em 10.54s em Eugene, já depois dos 10.61s de Tóquio, a apenas 0.05s do recorde mundial. Nos 200m chegou aos 21.53s em Tóquio, tendo nesses Jogos repetido a dupla vitória do Rio, consagrando-se como a rainha da velocidade. Com o aparecimento de novos talentos e com a experiente Shelly-Ann Fraser-Pryce a morder-lhes os calcanhares, a queda de recordes históricos pode estar a caminho. Mesmo com uma recente – e questionável – mudança de técnico.

Bronze: Sifan Hassan (1.500m, 5.000m e 10.000m)

A holandesa propôs-se a algo verdadeiramente heroico em Tóquio, procurando o Ouro nos 1.500m, nos 5.000m e nos 10.000m na mesma edição dos Jogos Olímpicos. Começou por conquistar o Ouro nos 5.000m poucas horas depois de ter participado – e caído! – nas eliminatórias dos 1.500m. Na final dos 1.500m foi medalhada de Bronze e um dia depois estaria de volta às pistas para dominar categoricamente os 10.000 metros, alcançando o Ouro. Dois Ouros e um Bronze individuais tornam-na no grande destaque das provas de distância em pista a nível internacional. Já antes tinha batido o recorde mundial dos 10.000 metros, o que durou…24 horas. Vai procurar recuperar esse recorde este ano, já depois de ter voltado a derrotar a atual recordista desta variante do atletismo (na final dos Jogos).

A beijar o pódio: Sydney McLaughlin (400m barreiras): campeã olímpica, 2x recordes mundiais nos 400m barreiras.


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