Bucks vs Celtics e Warriors vs Rockets: um resumo do que se jogou

Fair PlayMaio 11, 20196min0

Bucks vs Celtics e Warriors vs Rockets: um resumo do que se jogou

Fair PlayMaio 11, 20196min0
Bucks e Warriors já garantiram lugar na final das respetivas Conferências eliminando Celtics e Rockets, mas como conseguiram fazê-lo? Descobre tudo aqui!

Na NBA jogam-se as meias finais das duas Conferências. Mas uma série de cada lado já está acabada e é dessas que falamos hoje! Os Milwaukee Bucks eliminaram os Boston Celtics em 5 jogos e os Golden State Warriors “despacharam” os Houston Rockets em 6 partidas.

Se de um lado era uma luta de Harden contra o mundo, do outro esperava-se uma resposta mais acutilante dos Celtics que, agora com Hayward e Irving, tinham esperanças de lutar pelo título da NBA. Mas vamos ver o que cada uma das séries no trouxe:

Bucks vs Celtics ou Giannis vs Irving (por Rui Mesquita)

O confronto entre Bucks e Celtics era um dos mais esperados das meias finais. A equipa de Milwaukee foi a melhor na fase regular mas era incerto como enfrentariam uma boa equipa numa série longa. Os Celtcis de Brad Stevens “chocaram” tudo e todos ao vencer o jogo 1 em Milwaukee! Mas como?

Tudo começou com uma capacidade fantástica de Horford em defender Giannis e, ofensivamente, Irving dominar os Bucks. Uma surpresa que deixou alarmado o público da casa e deixou Giannis com vontade de responder. Mas com uma vitória fora por 112-90, como é que os Celtics perderam esta série?

(Foto: Getty Images)

Os playoffs da NBA dependem muito de ajustes. Mike Budenholzer tentou, logo no jogo 2, libertar Giannis de Horford e explorar Irving defensivamente. Isto resultou de duas formas: Irving mostrou-se um ponto fraco para Giannis atacar e mostrou-se com pouca energia no ataque. Isso levou a inúmeras jogadas de isolation e lançamentos difíceis, algumas sem mais nenhum Celtic tocar na bola. Na defesa Kyrie pareceu sempre desligado e tomou demasiadas más decisões, levando a mismatches para Giannis ou deixando um lançador aberto no canto.

Irving lançou, na série, 35,6% e 21,9% de triplo. Acertou apenas 5 triplos nos 5 jogos, dois deles no primeiro jogo. E o seu jogo de isolation bloqueou o jogo de movimento que Brad Stevens vinha a construir desde a época passada com jogadores como Rozier, Tatum e Jaylen Brown.

(Foto: The Playoffs)

Esse foi outro dos pontos chave para as derrotas nos jogos 2, 3, 4 e 5. Tanto Irving como Hayward jogaram muitos minutos (36,5 e 28,4, respetivamente), tirando minutos aos jovens acima mencionados. Se já falamos de Irving, Hayward não fez melhor. Desde a lesão que o extremo não tem jogado no seu melhor e isso mostra-se nos 7,4 pontos por jogo com uma percentagem de 34,3%.

Do outro lado, nos últimos 4 jogos viu-se o que se viu na fase regular. Giannis dominador e a tomar quase sempre a melhor decisão e uma equipa demolidora em transição. Seja quem for o próximo adversário destes Bucks, terão de arranjar maneira de parar Giannis sem deixar nenhum lançador aberto na linha de triplo e isso é muito difícil de fazer durante 4 ou mais jogos.

Warriors vs Rockets ou Harden contra o mundo (por João Portugal)

Começando pelos derrotados, este desaire de Houston começou na offseason, quando perderam profundidade e opções para usar contra o jogador que os destruiu até se lesionar, Kevin Durant. Aquele valor que os Warriors usaram para contratar DeMarcus Cousins, a Mid-level taxpayer Exception, que é um valor atribuído às equipas que estão acima do cap para gastarem em um ou vários jogadores, nunca podendo ultrapassar os 5,3M de dólares de salário. Foi isso que Cousins recebeu, foi isso que os Rockets não usaram um cêntimo, poupando milhões ao dono da equipa, Joe Alexander, porém não utilizando uma oportunidade de ouro de adicionarem talento experiente para suprimir a perda enorme de Trevor Ariza.

Adicionalmente, acho que James Harden chegou aos momentos finais dos jogos 5 e 6 completamente estoirado. Antes do lay up que marcou no minuto final do quinto jogo, a última vez que lançou ao cesto foi a quase 9 minutos do final. Um jogador com a sua usagem e o seu impacto não pode desaparecer assim num momento tão crucial como a derradeira hipótese de derrotarem a melhor equipa de todos os tempos antes de Chris Paul usar bengala e comer metade do cap da equipa, para não falar de que o melhor jogador da série estava lesionado… a falta de condição física nesta recta final é indesculpável, aconteceu o ano passado e nada mudou este ano.

(Foto: Getty Images)

Ainda por cima, Golden State aumentou significativamente os minutos por jogo dos seus starters em relação a 2018, porque também têm um plantel mais curto, todavia ganharam na mesma.

No que toca aos Warriors, penso que Draymond Green, nas declarações ao The Athletic disse tudo por poucas palavras: “Não me lembro de alguma vez, em momentos de alta pressão, os meus colegas terem decepcionado. Podem ter maus jogos, mas nos momentos decisivos estão sempre na luta.(…várias frases com muitas asneiras…) Mais do que lançamentos bonitos, têm coração.” Green foi monstruoso a defender, contra Houston, não há um único mismatch na defesa, nem Chris Paul, nem James Harden, nem Eric Gordon, ninguém ganha a ser defendido por este monstro.

A lesão de Kevin Durant obrigou a que os Warriors voltassem aos tempos das duas primeiras temporadas de Steve Kerr. Jogaram mais fluido e foram superiores. Os Warriors não jogam sempre assim porque têm o melhor jogador ofensivo de todos os tempos, que com 2 metros e 10 consegue lançar por cima de qualquer defensor, atacar em dribble contra qualquer defensor, e destruir quem quer que seja.

(Foto: Getty Images)

É injusto? De certo modo, sim. Contudo os últimos cinco períodos destas meias-finais mostraram que os Warriors não desaprenderam de jogar da maneira que os levou ao topo mais indiscutível desde os Bulls de Jordan. E Curry teve o seu momento mais marcante nos playoffs, mesmo quando era mais necessário. Vamos ter a final mais bem jogada do século. Bucks, Raptors e 76ers todas têm armas que conseguem penetrar nos pontos frágeis da armadura de Golden State. (Peço desde já desculpa a Denver ou Portland, mas não têm o que é necessário para os fazer tremer).


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS