Antevisão da 1ª divisão feminina

João BastosAbril 13, 20199min0

Antevisão da 1ª divisão feminina

João BastosAbril 13, 20199min0
Aí está a maior prova de clubes de natação a nível nacional, a primeira divisão do campeonato nacional de clubes. No sector feminino o Algés tentará chegar ao 3º título consecutivo.

O Jamor acolhe nos dias 13 e 14 de Abril o Campeonato Nacional de Clubes da 1ª divisão. O Fair Play antecipa a prova e lança as suas previsões para o primeiro escalão da competição colectiva


Está aí a primeira divisão feminina e o Fair Play faz a antevisão da prova rainha por clubes da natação portuguesa. Apesar da start list ter sido divulgada, muitas alterações poderão ocorrer e os treinadores terão um papel chave no êxito das 12 equipas em competição.

Seriamos as equipas em três “secções” – luta pelo título, tranquilidade e luta pela manutenção. Esta é a antevisão Fair Play aos campeonatos nacionais de clubes da 1ª divisão feminina:

Luta pelo título

Benfica

Começamos logo por um prognóstico controverso. Apesar da equipa bi-campeã nacional do Algés ter mantido a base da sua equipa vencedora e ainda a ter reforçado, antevemos que este ano a equipa de Ricardo Santos poderá quebrar a invencibilidade do Algés dos últimos dois anos, mas este prognóstico tem muitos “ses”.

Para que isso aconteça, Victoria Kaminskaya terá de nadar no sábado (apenas está inscrita no domingo), Letícia André tem de estar na sua melhor forma (não nadou em Coimbra a recuperar de lesão) e as costistas do Benfica têm de conseguir minimizar ao máximo as diferenças naquela que é a técnica onde o Algés previsivelmente vai arrecadar mais pontos.

De resto, argumentos não faltam à equipa da Luz que, para além da armada do ano passado que se sagrou vice-campeã nacional com Diana Durães, Letícia André, Cláudia Borges e Ana Raquel Graveto, entre outras, ainda se juntou Victoria Kaminskaya e Souad Cherouati.

O Benfica fica muito forte em todas as distâncias de livres, em bruços (onde o Algés também é fortíssimo), em mariposa e em estilos. Costas cairá para o Algés e é aqui que muito se decide.

Foto: FPN/Luís Filipe Nunes

Algés

Apesar do prognóstico, as algesinas têm de ser encaradas como as grandes favoritas. São as campeãs em título e, apesar de terem perdido Carolina Marcelino, receberam uma grande adição: Ana Reis Sousa.

Para além disso, são uma equipa com muitas opções que permitirá a Miguel Frischknecht alterar o plano inicial.

O Algés é a equipa mais forte em costas com Rafaela Azevedo, Rita Frischknecht e Anna Baptista, é a equipa mais forte em bruços com Raquel e Clara Pereira e Bárbara Barata e equilibrará as contas com o Benfica em livres. A mariposa pode ser decisiva para a renovação do título do SAD.

Sporting

A equipa de Carlos Cruchinho também tem uma palavra a dizer na luta pelo título. Sem Anaïs Charro, Sofia Dionísio, Maria Belo e Leonor Fernandes, mas com Inês Henriques, Mafalda Pinto, Teresa Veloso, Madalena Cerdeira e Lia Lima, o Sporting tem equipa para ocupar o lugar que conseguiu no ano passado por apenas 1 ponto e ainda esperar por um deslize de Benfica e Algés para almejar algo mais.

Mariposa com Inês Henriques, Inês Fernandes, Beatriz Viegas e Lia Lima é o ponto mais forte do Sporting, assim como estilos com Inês Fernandes, Inês Henriques, Mafalda Beleza e Teresa Veloso. Em costas terá de ter cuidado com o Porto.

Porto

Este ano sem Paula Oliveira mas com Catarina Ferreira e um ano de evolução de uma equipa muito jovem, a turma de José Manuel Borges irá tentar chegar, pelo menos, ao pódio, contando com nadadoras da craveira de Ana Rita Faria, Maria Francisca Cabral, Mariana Barbosa e Maria Leonor Amorim, entre outras.

Com uma equipa muito homogénea, é nas provas de costas, com Ana Rita Ramos, Catarina Ferreira, Catarina Soares e Maria Francisca Cabral que o Porto joga a sua maior cartada. Já as brucistas precisam de estar no seu melhor.

Tranquilidade

Académica de Coimbra

Se afirmarmos antes dos nacionais que a Académica de Coimbra vai ser a maior surpresa deste campeonato, a surpresa não será tão grande assim, mas o que é facto é que a equipa de Fausto Pinto Ângelo é a mais homogénea de todas as equipas em competição.

Pode acabar os campeonatos sem nenhuma classificação individual top-3 ou mesmo top-5 mas praticamente em todas as provas tem duas nadadoras para ficar na metade de cima da tabela.

Costas com Tatiana Santos, Ana Carolina Neves e Beatriz Craveiro é um estilo que dará muitos pontos à Académica. Já nas provas de fundo as estudantes têm de se aplicar para passar no exame.

Leixões

Assim como a equipa da Académica, o Leixões vem da 2ª divisão para assegurar uma campanha tranquila na 1ª divisão. Para esta época não tem Marta Rocha mas tem Adriana Castro, uma das melhores velocistas nacionais que se junta a Alexandra Santos, Sofia Gonçalves, Paula Nuñez e Silvia Medina garantindo que Paulo Nascimento tem um naipe de nadadoras de grande qualidade à sua disposição.

Assim, com Alexandra Santos, Paula Nuñez, Matilde Santos e Luísa Quinta, o Leixões tem na técnica de costas as provas potencialmente mais pontuadas (assim como a Académica, podendo decidir-se aqui o 4º lugar).

Em bruços, apesar do bom momento de forma de Sofia Gonçalves, a equipa leixonense pode perder terreno para as adversárias.

Galitos de Aveiro

A equipa de Élio Terrível foi 7ª classificada na edição do ano anterior e para este ano mantém inalterada a equipa que obteve essa classificação, só que com mais um ano de evolução, o que é particularmente relevante numa equipa que tem como uma das referências uma nadadora ainda juvenil-B, Carolina Fernandes, que em conjunto com Ana Rodrigues e Joana Amador têm as maiores responsabilidades de obtenção de classificações altas para a equipa de Aveiro.

Como pontos fortes, os Galitos têm as provas curtas de livres (50, 100 e 200 metros) nas quais participarão Carolina Fernandes, Joana Amador, Ana Rodrigues e Ana Santos.

Nas provas de bruços as aveirenses podem sentir maiores dificuldades.

Belenenses

O plantel às ordens de Fernando Couto vê-se este ano privado de Rita Costa e de Ana Beatriz Fonseca, mas continua bem servido, sobretudo nas provas mais rápidas com nomes como Jéssica Vieira, Laura Rodrigues, Ana Beatriz Pereira, para além das irmãs Lidiana e Luana Rodrigues.

A equipa continua forte mas algo desequilibrada, isto porque nas provas curtas ombreará com as melhores equipas, com Jéssica Vieira, Laura Rodrigues, Carolina Rodrigues e Margarida Pimenta em acção, mas depois nas provas mais longas as azuis do Restelo não têm grandes referências.

Luta pela manutenção

Braga

Da época passada para esta, a equipa orientada por Luís Cameira vê “chegar” o melhor reforço que podia pedir que é o facto de este ano Tamila Holub vir nadar pelas gverreiras. Se no ano passado a equipa minhota garantiu a manutenção, este ano ganha um argumento de peso para voltar a atingir esse objectivo, pese embora não contar com a capitã Ana Sofia Fernandes, nem com Beatriz Ribeiro.

Para além de Tamila, o Braga junta à equipa Rita Miranda que com Juliana Freixo e Maria Madalena Silva constituem os mais fortes argumentos da equipa.

Naturalmente, é nas provas de fundo, com Tamila Holub e Adriana Hutty, uma juvenil-B que já evidenciou uma boa evolução nos nacionais de Coimbra da semana passada, que o Braga poderá ganhar terreno face às suas adversárias, ainda para mais tendo em conta o que referimos sobre a equipa d’Os Belenenses.

Por outro lado, em mariposa as bracarenses terão de se superar.

Fluvial Portuense

A equipa de Rui Borges fez uns grandes campeonatos na época passada terminando na 5ª posição, mas este ano não tem Vânia Neves, Madalena Machado e Mafalda Cunha, três nadadoras essenciais nesse desempenho.

Continua a ter Angélica André, Isabel Pêgo e Mariana Cunha, uma nadadora ainda juvenil já com medalhas nacionais a nível absoluto.

Neste contexto, o Fluvial tem nas provas de fundo com Angélica André, Isabel Pêgo e Marta Pimentel o seu maior trunfo.

Já as provas de costas poderão ser complicadas para a equipa portuense.

Náutico da Marinha Grande

A equipa marinhense vê-se privada de Bárbara Teodósio, mantendo as restantes nadadoras que chegaram ao 8º lugar na época passada, destacando-se nas pupilas de Pedro Lopes os nomes de Giovanna Vargas, Ana Costa, Mónica Domingues e Bruna Simões.

Com Giovanna Vargas, Bruna Simões e Ana Costa as marinhenses serão das equipas mais pontuadas da 1ª divisão nas provas de mariposa, mas por outro lado as provas curtas de livres não são tão ao jeito das nadadoras do Náutico.

Fundação Beatriz Santos

Do ano passado para este, a equipa da Fundação é que mais alterações sofreu. Não conta com Alexandra Frazão, Ana Rita Queiroz, Matilde Florêncio, Maialen Saez e Elena De Toro, mas Vladimir Shevts conta este ano com o regresso de Joana Bernardo e com o ingresso da mariposista Inês Silva.

Nestas circunstâncias, será muito complicado à equipa de Coimbra assegurar a manutenção, mas nas provas de costas, com Joana Bernardo, Inês Silva e Leonor Cunha, o clube amealhará pontos importantes.

Nas provas mais curtas de livres (com reflexo nas estafetas de livres), as fundadoras sentirão maiores dificuldades.

Prognóstico Fair Play

  1. Benfica
  2. Algés
  3. Sporting
  4. Porto
  5. Académica de Coimbra
  6. Leixões
  7. Galitos de Aveiro
  8. Belenenses
  9. Braga
  10. Fluvial Portuense
  11. Náutico da Marinha Grande
  12. Fundação Beatriz Santos

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS




Posts recentes