10 destaques dos nacionais de juvenis, juniores e absolutos

João BastosMarço 27, 201824min0

10 destaques dos nacionais de juvenis, juniores e absolutos

João BastosMarço 27, 201824min0
A Madeira acolheu os Campeonatos Nacionais de Juvenis, Juniores e Absolutos, uma competição que teve como saldo final 10 recordes nacionais e muitos apuramentos para as competições internacionais

De 22 a 25 de Março, a elite da natação nacional deslocou-se até à cidade do Funchal para nadar os Campeonatos Nacionais de Juvenis, Juniores e Absolutos de Piscina Longa. Trazemos-lhe o resumo da competição


10 foi o número mágico dos campeonatos nacionais de juvenis, juniores e absolutos que decorreram de 22 a 25 de Março no Complexo Olímpico da Penteada, no Funchal. Foram batidos 10 recordes nacionais, 10 nadadores apuraram-se para os Europeus de Absolutos, outros 10 nadadores para os Europeus de Juniores e até houve um recorde nacional no tempo de 2:10.10 que superou o antigo que tinha…10 anos.

Para não destoar, resumimos tudo em 10 pontos…e algumas alíneas:

1 – Tripla Victoria

Victoria Kaminskaya conseguiu fazer o pleno no Funchal: 3 provas, 3 vitórias e 3 mínimos. Nas suas três provas de eleições, nas quais é recordista nacional absoluta, não vacilou e venceu. Começou por nadar os 200 metros estilos que venceu com 2:14.47, tempo que constitui mínimo de participação para os Campeonatos da Europa e é o seu terceiro melhor de sempre.

Seguiram-se os 400 estilos, onde rapidamente se isolou e fez uma primeira metade prova rapidíssima (passagem aos 200 metros 34 centésimos abaixo do recorde nacional). Na segunda metade da prova, e já sem concorrência, foi-se afastando do seu recorde nacional e terminou com 4:44.22. Não deu recorde mas deu ouro e passagem para Glasgow.

Finalmente nadou os 200 bruços onde venceu com 2:29.12, o seu terceiro mínimo de acesso aos Europeus, mas sobre esta prova desenvolveremos no ponto 2.

Pela invencibilidade e pelos três mínimos (única portuguesa com três mínimos para Glasgow) é, na nossa opinião, a MVP da competição, repartindo o pódio com os dois recordistas nacionais absolutos.

Depois da final no Europeu de curta (6ª classificada nos 400 estilos), Victoria aponta agora à final do Europeu de longa. Para já, é a 8ª melhor europeia do ano nos 200 estilos, a 9ª dos 400 estilos e a 13ª dos 200 bruços.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

2 – Duel in the pool

O duel in the pool é uma competição bienal que teve origem em 2003 e que, à partida, tinha grande interesse comercial. Inicialmente opunha os Estados Unidos à Austrália. Como os Estados Unidos venceram sempre, em 2009 passou a opor os Estados Unidos à Europa. Como os Estados Unidos continuaram a vencer (e o interesse comercial acabou por não ser o que se esperava), a competição não se realiza desde 2015.

No entanto, a versão portuguesa do duel in the pool encontra-se no pináculo do interesse, como ficou patente no Funchal. Nomeadamente três duelos particulares que destacamos:

2.1. Prova Rainha (parte II)

No ano passado rotulamos a prova dos 200 metros estilos masculinos como a prova rainha da natação portuguesa e este ano a final A dos 200 estilos masculinos voltou a fazer jus ao título.

Apesar da ausência de um dos candidatos à coroa (Diogo Carvalho), a expectativa continuava alta pelo duelo entre Alexis Santos e Gabriel Lopes. E logo nas eliminatórias ainda aumentou mais com Gabriel a fazer mínimos para os Europeus com 2:01.82.

Perspectivava-se que o nadador do Louzan Natação pudesse baixar pela primeira vez na carreira dos 2:00. Alexis nadou em 2:00.51 nos nacionais de clubes da 1ª divisão, por isso os dados estavam lançados para uma grande prova no período da tarde.

Para apimentar mais o duelo, os dois já se tinham encontrado duas vezes nestes nacionais: primeiro nos 50 costas com Alexis a bater o seu próprio recorde nacional (desenvolvimentos no ponto 4) e Gabriel a nadar pela primeira vez em 25 segundos. Depois encontraram-se nos 100 bruços e aí foi Gabriel que venceu com Alexis na 2ª posição.

Os 200 estilos iriam desempatar os duelos entre os dois.

Nos primeiros 100 metros da prova, Gabriel liderou, mas ambos nadaram acima dos seus melhores parciais, evidenciando que se estavam a guardar para o estilo que para ambos era um ponto fraco e que ambos têm transformado em ponto forte: bruços.

E de facto os dois fizeram o parcial mais rápido de bruços das suas carreiras: Gabriel em 34.31 e Alexis em 34.39.

Mas tal como no ano passado, foi no percurso de crawl que Alexis marcou a diferença nadando em 28.39 contra os 29.47 de Gabriel.

No final, Alexis Santos venceu com o seu segundo melhor tempo de sempre de 1:59.18 e Gabriel Lopes baixou da barreira dos 2 minutos pela primeira vez na carreira com 1:59.80.

Portugal passou a ser apenas o 12º país no mundo a ter três nadadores com recordes pessoais abaixo de 2 minutos aos 200 estilos.

Foto: FPN

2.2. Um ano depois…

Igualmente no ano passado fizemos referência a mais um duelo de alto nível, o de Victoria Kaminskaya e Raquel Pereira nos 200 metros bruços. Nessa ocasião, ambas nadaram abaixo do recorde nacional absoluto que tinha sido estabelecido por Diana Gomes, ainda júnior, em 2:29.51. Victoria passou a ser detentora do recorde nacional sénior e absoluto em 2:28.92 e Raquel do recorde nacional júnior em 2:29.23.

Desde essa prova nadada em Coimbra a 2 de Abril de 2017, Victoria já melhorou o recorde nacional absoluto, passando-o para 2:27.70 e Raquel – já sénior – também bateu o recorde nacional absoluto da prova, mas em piscina curta.

Ou seja, ao longo do último ano as duas evoluíram e, por isso, a imprevisibilidade, o equilíbrio, o espetáculo e o alto nível da prova estavam assegurados.

Raquel já estava apurada para o Europeu nesta prova, desde os nacionais de clubes da 1ª divisão e Victoria já tinha garantido o apuramento nas duas provas de estilos. Por isso essa pressão adicional saiu da equação.

A prova foi equilibrada de ponta a ponta, com Raquel a sair melhor nos primeiros 50 metros, mas depois a nadadora do Estrelas de São João de Brito passou para a liderança para não mais a largar. O parcial dos 100 para os 150 metros de Victoria costuma ser letal para as adversárias e assim foi. Foi nesse parcial que conseguiu 68% da vantagem cronométrica que teve no final sobre a nadadora do Algés.

Victoria Kaminskaya venceu com 2:29.12, mínimo para os Europeus de Glasgow (o seu terceiro na competição) e Raquel Pereira ficou com a prata em 2:29.78.

É caso para dizer que um ano depois, o mundo deu uma volta e voltou ao mesmo sítio.

Fotos: Luís Filipe Nunes

2.3. Reedição do clássico

Actualmente, uma prova feminina de livres de 200 metros para cima que oponha Diana Durães a Tamila Holub já pode ser considerada um clássico.

Com a ida de Tamila para a NC State no início desta época, os duelos entre as duas são menos frequentes, mas a nadadora do Sporting de Braga regressou a Portugal para nadar estes nacionais e as provas de 200, 400 e 800 metros livres femininos ganharam interesse adicional.

A primeira vez que Diana e Tamila se encontraram no Funchal foi nos 800 metros livres. No dia anterior Tamila tinha garantido o passaporte para Glasgow com o seu novo recorde nacional sénior nos 1500 metros livres de 16:32.05. Já Diana vinha à procura do seu primeiro mínimo para os Europeus, depois de ter ficado perto nos 400 livres da primeira divisão e de não ter nadado esta prova em Coimbra.

No primeiro round, a nadadora do Benfica partiu fortíssima passando a meio da prova com parcial abaixo do que tinha feito em Budapeste, quando estabeleceu o recorde nacional de 8:35.10. Na segunda metade não conseguiu manter a vantagem em relação ao recorde, mas manteve em relação à rival do Braga. Venceu com mínimos e no tempo de 8:39.02. Tamila nadou em 8:44.26, apenas 26 centésimos acima do mínimo para Glasgow.

O segundo round foi nos 400 metros livres. Aí a história repetiu-se. Diana cedo veio para a frente e foi sempre aumentando um pouco a sua vantagem, terminando em 4:13.27, com mais um mínimo para os Europeus. Tamila nadou em 4:16.97.

Sobravam os 200 metros livres. Das três, é a prova normalmente menos equilibrada, já que é mais ao jeito de Diana do que de Tamila. Ainda para mais, depois da nadadora do Benfica ter vencido os 400 e os 800, as odds de Diana eram mais elevadas. Contudo, Tamila mostrou-se bastante rápida (já tinha dado essa sensação ao nadar os 400 metros 4 segundos mais rápido que a sua passagem para os 800, o que é – era? – pouco usual nela) e surpreendeu vencendo a prova, com o seu novo recorde pessoal de 2:02.63. Diana ficou com a prata em 2:02.82.

Balanço final: 2×1 (em provas e em mínimos) para Diana Durães.

Teremos de actualizar este artigo, já que os tempos das quatro primeiras dos 200 livres esta época continuam a melhorar bastante. Neste momento, o top-4 é:

  • Diana Durães – 2:02.02 (1ª divisão);
  • Rita Frischknecht – 2:02.25 (1ª divisão);
  • Tamila Holub – 2:02.63;
  • Ana Sousa – 2:04.19.

O somatório encaminha-se a passos largos para baixar dos 8:10 (8:11.09).

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

3 – Catarina, a grande

Ana Catarina Monteiro há anos que é a melhor mariposista portuguesa. Desde a época 2012/2013 que acaba sempre como líder nacional do ano nos 200 mariposa e, daí para cá, só em 13/14 não liderou também o ranking dos 100.

Sem dúvida que já fazia parte do hall of fame das mariposistas portuguesas conjuntamente com nomes como Sara Oliveira, Raquel Felgueiras, Ana Marta Resendes, Ana Francisco, Joana Arantes ou Sandra Neves, mas todas estas nadadoras foram recordistas nacionais, por isso, ainda faltava algo a Ana Monteiro.

Há anos que nada próximo do recorde nacional absoluto da olímpica Sara Oliveira, estabelecido em Pequim 2008 com 2:10.14, mas esse máximo persistia teimosamente em não se deixar quebrar pela nadadora do Vilacondense.

Provavelmente persistiu mais do que a crença de muitos mas não persistiu mais do que a determinação de Catarina, que no Funchal concretizou o objectivo perseguido durante anos. O 2:10.10 é agora a marca que representa o novo recorde nacional absoluto dos 200 metros mariposa e mínimo para os campeonatos europeus de Glasgow.

A história de Catarina deve ser uma inspiração para qualquer nadador. Foram seis anos à procura do seu lugar na História dos 200 mariposa femininos, mas agora está a um pequeno passo de ter um lugar destacado na História da natação portuguesa: o de ser a primeira a nadar abaixo dos 2:10 em piscina longa.

Esse passo pode ser dado na Escócia…

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

4 – 25.49

Para além do recorde nacional dos 200 mariposa, houve mais um recorde nacional absoluto estabelecido no Funchal. Foi o de Alexis Santos nos 50 metros costas.

O nadador do Sporting já era o detentor deste máximo, com o tempo que fez nos nacionais de clubes da 1ª divisão da época 2015/2016 de 25.54.

Na presente época já melhorou o recorde nacional dos 50 costas em piscina curta, nos Europeus de Copenhaga. No Funchal ia tentar renovar o máximo também em longa.

E assim o fez, marcando 25.49, aproximando-se mais um pouco da velocidade de 2 metros/segundo nos 50 costas.

Esta deverá ser uma prova que Alexis vai nadar em Glasgow (não há mínimos para esta prova), por duas razões: a primeira é porque se nadará no primeiro dia e é uma boa prova para “entrar na competição” já que exige máxima concentração e o desgaste físico é mínimo. A segunda é porque este tempo daria meia final há dois anos e, mesmo que a prioridade de Alexis sejam os 200 estilos e o objectivo as medalhas, não se enjeita a possibilidade de chegar a uma meia final num Europeu.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

5 – Recordistas

Para além de Ana Catarina Monteiro e Alexis Santos – os únicos que bateram recordes nacionais absolutos na competição, acumulando com os recordes de seniores nas mesmas provas – há a registar mais 5 novos recordistas nacionais. Os 7 estabeleceram 10 novos recordes nacionais.

Sobre o recorde nacional sénior dos 1500 metros livres de Tamila Holub também já falámos. Resta assinalar que a nadadora do Sporting Clube de Braga melhorou o seu próprio registo de 16:33.93, retirando-lhe quase 2 segundos, deixando-o em 16:32.05.

Ana Margarida Guedes, do Ginásio de Vila Real, foi a única nadadora nos campeonatos a bater um recorde nacional nas eliminatórias. Foi o dos 50 metros mariposa júnior-17 anos, marcando 27.86. De tarde voltou a melhorar e nadou em 27.63. Ambos os tempos constituem mínimo de participação nos Jogos Olímpicos da Juventude. Ana Margarida passou a ser a terceira melhor portuguesa de sempre e já deve estar com a marca de 27.27 (o recorde nacional absoluto) no pensamento.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

Rafaela Azevedo, do Sport Algés e Dafundo, abriu os campeonatos em beleza. Logo na primeira Final A do programa de provas estabeleceu um novo recorde nacional júnior-16 anos dos 50 metros costas, com o tempo de 29.76, retirando 4 centésimos ao anterior máximo que era pertença de Inês Fernandes.

Foto: FPN

Inês Fernandes perdeu mais um dos seus inúmeros recordes. Foi para a mais jovem recordista destes nacionais. A juvenil-B Mariana Cunha, do Clube Fluvial Portuense, melhorou o máximo nacional juv-B dos 100 metros mariposa fixando-o em 1:03.79. O anterior máximo 1:03.88. Mariana é uma das maiores promessas da natação nacional e nestes nacionais voltou a confirmá-lo sendo a 7ª classificada absoluta dos 100 mariposa, quando ainda é apenas juvenil-B.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

Ana Reis Sousa, do Clube de Natação do Litoral Alentejano, voltou a baixar o recorde nacional dos 200 metros livres júnior-16 anos, colocando-o perto dos 2:03. Nadou na excitante final dos 200 livres em 2:04.19, melhorando os 2:04.43 que tinha feito em Antuérpia. Este é o seu 7º recorde nacional, todos eles estabelecidos nesta época.

Foto: FPN

Os campeonatos começaram com um recorde nacional júnior e também terminaram com um recorde nacional desse mesmo escalão. José Paulo Lopes, do Sporting de Braga, não permitiu que o seu próprio recorde nacional dos 400 metros livres júnior-18 anos durasse mais que uma semana. No nacional de clubes tinha nadado em 3:57.18, no Funchal, já no último dia de competições, após ter nadado 3900 metros de provas, ainda teve capacidade de marcar 3:56.78, juntando ao mínimo para os europeus de juniores (que já tinha), o dos Jogos Olímpicos da Juventude.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

O ponto de situação em relação aos recordes nacionais batidos em 2018 pode ser visto aqui:

Contador de recordes nacionais

6 – Rumo a Glasgow

Depois de Alexis Santos (200 estilos), João Vital (400 estilos) e Raquel Pereira (200 bruços) terem garantido os mínimos nos nacionais de clubes da 1ª divisão, nestes nacionais foram mais 7 nadadores que conseguiram os mínimos, fixando a representação portuguesa em 10 nadadores, quando falta disputar o Open de Espanha que poderá apurar mais nadadores (nomeadamente Miguel Nascimento).

Só ainda não referimos dois:

O recordista nacional absoluto dos 1500 metros livres, Guilherme Pina, tinha feito uma má prova (para os seus parâmetros) na 1ª divisão, nadando em 15:42.33 e precisava de tirar 22.32 segundos de uma semana para a outra. Qualquer observador diria que isso seria impossível; qualquer observador que acompanhe a carreira de Guilherme Pina diria que isso era perfeitamente exequível. Já na época passada passou de 15:54 em Dezembro para 15:15 em Março e este ano fez ainda melhor. Marcou 15:19.87, apurando-se para os Europeus por 14 centésimos mágicos.

Este é o seu segundo melhor tempo da carreira. O nadador do Sporting tem a particularidade de nunca ter estagnado, ou seja, não passou época nenhuma que Pina não tivesse melhorado o seu recorde pessoal nos 1500 metros livres. Acreditamos que também não vai ser este ano e que o recorde nacional virá na altura certa: em Glasgow.

Foto: FPN

Tomás Veloso, tal como João Vital, qualificou-se para os Europeus na prova de 400 metros estilos. O nadador do Náutico Académico já tinha feito uma prova de grande nível nos nacionais de piscina curta, com uma recuperação inacreditável na segunda metade de prova (ainda para mais face a Gabriel Lopes, um especialista de estilos). No Funchal já passou a meio da prova relativamente próximo da liderança e depois arrancou numa luta solitária contra o cronómetro.

Voltou a fazer uma segunda metade de prova de grande nível e marcou 4:22.76, abaixo dos 4:23.04 exigidos, carimbando a sua presença nos seus segundos Europeus de Piscina Longa da carreira.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

Os restantes apurados para os Europeus absolutos foram Victoria Kaminskaya (200 e 400 estilos e 200 bruços), Diana Durães (400 e 800 livres), Gabriel Lopes (200 estilos), Ana Catarina Monteiro (200 mariposa) e Tamila Holub (1500 livres). 

7 – Rumo a Helsínquia

Tal como a selecção absoluta, também a selecção nacional júnior será composta por 10 elementos. Dos nacionais da 1ª divisão já José Paulo Lopes (200, 400, 800 e 1500 livres, 200 e 400 estilos), Rafaela Azevedo (100 e 200 costas), Luísa Machado (200 estilos), Tiago Cordeiro (200 mariposa), Jorge Silva (200 estilos) e Letícia André (200 livres) traziam o apuramento para os Campeonatos da Europa de Juniores, que decorrerão em Helsínquia de 26 de Junho a 1 de Julho.

Aos seis juntaram-se mais quatro. Foram eles:

Alexandra Frazão: A nadadora do CASPAE será a fundista portuguesa de serviço nos Europeus de Juniores. Apurou-se nos 800 e nos 1500 metros livres. Nadou em 8:57.95 (com parcial negativo) nos 800 metros e em 17:11.64 nos 1500 metros.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

Ana Reis Sousa: Os campeonatos de Ana Sousa não se ficaram pelo recorde nacional júnior-16 anos aos 200 livres. O tempo que fez nessa prova também lhe garantiu os mínimos para os Europeus de Juniores, assim como os 4:21.26 nos 400 livres e os 9:02.99 nos 800 metros livres.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

Filipe Santo: Já tinha nadado esta época abaixo dos mínimos para os Europeus nos 1500 metros livres, mas na primeira oportunidade para confirmar o mínimo (1ª divisão), não conseguiu nadar abaixo dos 15:56.90. Desta vez não facilitou e cumpriu tranquilamente o mínimo com novo recorde pessoal de 15:32.05. Ainda juntou o mínimo nos 400 estilos com o tempo de 4:33.37.

Foto: FPN

Rafael Simões: O terceiro júnior do Braga a apurar-se para os Europeus. Ele já tinha ficado próximo do tempo exigido nos 200 bruços (2:19.25) nos nacionais de clubes – 2:19.40 – e voltou a ficar perto nas eliminatórias no Funchal fazendo exactamente o mesmo tempo. Como à terceira é de vez, na Final A conseguiu o tempo de apuramento nadando em 2:18.50.

Foto: FPN

8 – Rumo a Buenos Aires

No que diz respeito aos Jogos Olímpicos da Juventude, já tinham feito mínimos para a competição no nacional de clubes José Paulo Lopes (800 livres e 200 estilos), Raquel Pereira (100 e 200 bruços e 200 estilos), Tiago Cordeiro (200 mariposa) e Jorge Silva (200 estilos). No nacional individual José Paulo confirmou os seus dois mínimos e juntou o dos 400 livres. Os restantes quatro nadadores também confirmaram os seus mínimos, mas o contingente português foi reforçado com os seguintes nadadores:

Alexandra Frazão: Fez mínimos aos 800 metros livres.

Ana Margarida Guedes: o seu recorde nacional aos 50 mariposa também garantiu o mínimo para Buenos Aires.

Inês Henriques: A nadadora d’Os Pimpões esteve em grande plano nos 200 mariposa. Fez os mínimos logo de manhã nadando em 2:16.19 e à tarde melhorou para 2:14.27.

Foto: FPN

Rafaela Azevedo: Fez mínimos nos 50 metros costas com o tempo de 29.76.

Apesar de haver 8 nadadores com mínimos para os Jogos Olímpicos da Juventude, a convocatória para esta prova funciona por quotas, o que significa que poderão não ir todos os apurados.

Caso a seriação seja feita por pontos FINA, neste momento a hierarquia é a seguinte:

  1. Raquel Pereira (SAD): 200 metros bruços – 2:28.78 – 817 pontos;
  2. José Paulo Lopes (SCB): 400 metros livres – 3:56.78 – 802 pontos;
  3. Rafaela Azevedo (SAD): 50 metros costas – 29.76 – 751 pontos;
  4. Inês Henriques (Pimpões): 200 metros mariposa – 2:14.27 – 746 pontos;
  5. Tiago Cordeiro (SLB): 200 metros mariposa – 2:02.98 – 745 pontos;
  6. Alexandra Frazão (CASPAE): 800 metros livres – 8:57.95 – 731 pontos;
  7. Jorge Silva (SCB): 200 metros estilos – 2:06.92 – 724 pontos;
  8. Ana Margarida Guedes (GCVR): 50 metros mariposa – 27.63 – 691 pontos;

9 – Rumo a Estocolmo

Os nadadores pré-júnior também vinham a estes nacionais com a hipótese de cumprir mínimos para a tabela de referênciação da selecção pré-júnior. Num ano em que não há Festival Olímpico da Juventude nem Taça Latina, a competição eleita pela FPN para dar experiência internacional aos nadadores juvenis é o Meeting de Estocolmo.

Podendo ainda integrar a equipa mais nadadores, para já os que cumpriram os tempos exigidos foram:

Camila Rebelo: a nadadora do Louzan Natação esteve em destaque, sobretudo nos 100 costas, onde subiu ao pódio absoluto apesar de ser ainda juvenil-A. Cumpriu os mínimos nessa prova com o tempo de 1:05.25 e nos 200 costas com 2:22.47.

Foto: FPN

Eduardo Fernandes: O nadador do Hóquei da Mealhada foi o maior destaque entre os juvenis-A masculinos. Obteve o mínimo na prova de 400 estilos com o tempo de 4:39.33.

Foto: FPN

Francisca Martins: Dominou as provas de livres na sua categoria, vencendo os 100, 200, 400 e 800 metros livres. Nas duas provas mais longas a nadadora do FOCA conseguiu entrar na selecção com os tempos de 4:30.45 e 9:18.23.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

Joana Martins: Tal como Camila, também a nadadora do Benfica obteve os mínimos em provas de costas. Foi nos 200 metros com o tempo de 2:22.70.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

Maria Moura: A nadadora do Sporting, apesar de juvenil-B, já conseguiu fazer mínimos para a selecção pré-júnior. Nadou os 200 metros livres em 2:07.77.

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

Uma vez que o Plano de Alto Rendimento prevê a convocação de 8 nadadores, aos 5 mencionados juntar-se-ão mais três. Tendo em conta a proximidade às marcas exigidas, deverão ser convocadas mais três nadadoras: Catarina Soares (FCP – 50 livres), Maria Carlota Rebelo (CUC – 200 estilos) e Mariana Cunha (CFP – 100 mariposa).

10 – Menção Honrosa

O ponto 10 é uma menção honrosa a um nadador que está a ter uma evolução estrondosa. É ele Francisco Santos, costista do Sporting, um nadador com um trajecto invulgar e com uma enorme progressão já em sénior e que no Funchal ficou à porta dos mínimos para Glasgow nos 200 metros costas.

Francisco nadou em 2:00.10, ficando a apenas 17 centésimos do mínimo exigido e tornando-se no segundo melhor português de sempre, apenas atrás do recordista nacional Pedro Diogo Oliveira.

Falhar um Europeu por apenas 17 centésimos é motivo de desilusão, mas para quem fazia 2:04.87 no início da época, Francisco deverá ficar entusiasmado pelo futuro que tem pela frente. Se continuar a este ritmo, não só a barreira dos 2 minutos será rapidamente ultrapassada como os 1:58.83 do recorde nacional.

Repare na estrondosa evolução do Sportinguista nesta prova ano a ano:

  • 2018: 2:00.10
  • 2017: 2:04.87
  • 2016: 2:07.46
  • 2015: 2:11.69
  • 2014: 2:14.51
  • 2013: 2:20.33
  • 2012: 2:27.15
  • 2011: 2:38.41
Foto: FPN

* Foto de destaque: Pedro Vasconcelos


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