Início com os dois pés direitos
O Campeonato da Europa de Piscina Curta decorre em Copenhaga de 13 a 17 de Dezembro. Na estreia da equipa portuguesa na competição, foi Victoria Kaminskaya o maior destaque
Arrancaram os Europeus de Piscina Curta com quatro portugueses em acção. As nossas três representantes no sector feminino já se estrearam em competição, assim como João Vital. Apuramento para duas finais, um record nacional e um record pessoal foi o balanço do primeiro dia de competição na capital dinamarquesa.
Contamos-lhe o resumo individual do dia:
Victoria Kaminskaya
A nadadora do Estrelas de São João de Brito teve a melhor estreia possível. Victoria não se escondeu e foi aos nacionais nadar duas das suas melhores provas (200 bruços e 200 estilos), vendo os seus recordes nacionais serem quebrados. Para qualquer nadador, este poderia ser um factor desestabilizador e desmoralizante. Para alguém com a fibra de campeã da nadadora portuguesa parece ter sido um incentivo.
A abrir os campeonatos nadou logo a prova onde estava melhor posicionada na start list (11º melhor tempo de entrada), ou seja, os 400 metros estilos. No entanto, o seu tempo de inscrição não era o seu melhor tempo pessoal, esse dar-lhe-ia o oitavo posto.
Por isso, Victoria partia com os olhos postos na final. Nadou na pista 2 na primeira de duas séries, ao lado da costista espanhola Africa Zamorano. A partir do estilo de costas, as duas estiveram sempre muito próximas e essa competição particular levou a que as duas se apurassem para a final. Victoria fez o 6º melhor tempo das eliminatórias com 4:38.56, a pouco mais de um segundo do seu record nacional de 4:37.41.
Na grande final, Victoria esteve soberba!
Iniciou a prova a nadar mariposa em 1:02.67, apenas 2 centésimos de segundo melhor do que a sua passagem para record nacional. Em costas nadou os 100 metros em 1:10.77, o seu percurso de costas mais rápido da carreira, mas que ainda assim a colocou no último lugar da final…mas a seguir vinha bruços e Kaminskaya nadou em 1:16.39, o terceiro mais rápido da final levando a que começasse a nadar crawl na 4ª posição. Victoria não conseguiu suster a marcha da italiana Ilaria Cusinato e da espanhola Africa Zamorano terminando a sua prova no 6º lugar, com novo record nacional. 4:36.19 é agora o tempo mais rápido de sempre feito por uma portuguesa, quebrando o seu anterior máximo nacional, dois dias depois de ele (o record) fazer dois anos.
Esta foi a 46ª vez que Portugal esteve representado numa final de um campeonato da Europa de Piscina Curta.
Diana Durães
E a 47ª já está agendada para amanhã!
Diana Durães nadou a segunda de duas séries das eliminatórias dos 800 metros livres, também ela com grandes possibilidades de se apurar para a final, uma vez que detinha o 6º melhor tempo de entrada.
Diana partia com a vantagem de já saber que tempos tinham sido realizados na primeira eliminatória, podendo gerir a sua posição na eliminatória, dentro da gestão possível numa competição desta natureza.
Nadou na pista 3 e tinha ao seu lado a nadadora com o melhor tempo de inscrição (Sarah Köhler), na pista 4, e do outro lado a eslovena Tjasa Oder. Foi com a segunda que Diana seguiu até aos 400 metros, fazendo sempre parciais na casa dos 31 segundos. Passou a meio da prova em 4:10.99, ou seja, 1.08 segundos acima do tempo de passagem para o seu record nacional.
A partir dos 400 metros começou a fazer parciais de 32 segundos e distanciou-se de Oder. Terminou a prova em 8:30.20, que correspondeu ao 7º lugar das eliminatórias e passaporte para a final de amanhã.
Amanhã se verá se a ligeira quebra a meio da prova foi a portuguesa a esconder o jogo, já que a primeira série não tinha sido particularmente rápida.
João Vital
O nadador do Sporting está de regresso às competições internacionais e em Copenhaga vai ter um calendário preenchido. Começou com os 400 metros livres, uma boa prova para “ganhar balanço” para a sua melhor (400 metros estilos) e começou da melhor maneira.
Vital nadou logo a primeira de 4 séries, na pista 5, com o intuito de melhorar o seu record pessoal de 3:51.90, quiçá até baixar dos 3:50.
Na passagem a meio da prova já se percebia que esse objectivo estava perfeitamente ao seu alcance, quando passou em 1:53.65 ganhando já aí 1.67 segundos ao seu melhor.
Na segunda metade conseguiu manter o ritmo de 29.3/29.4 e terminou com o tempo de 3:50.92, novo melhor tempo, 32º lugar (tinha o 37º tempo de entrada) e bons indicadores para o que falta nadar nestes campeonatos.
Tamila Holub
A nadadora do Sporting Clube de Braga, a treinar na NC State University voltou à Europa para representar Portugal. Tal como Diana Durães, Tamila também nadou os 800 metros livres, mas na primeira série.
Tamila, campeã europeia de juniores dos 1500 metros livres em 2016, nadou na pista 2, ao lado da alemã Celine Rieder, vice-campeã europeia de juniores dos 1500 metros livres em 2016.
Rieder nadou sempre ligeiramente à frente de Tamila e desta vez levou a melhor. A portuguesa foi 4ª classificada na série (10ª na geral) com o tempo de 8:35.20, 4.36 segundos acima do seu melhor tempo feito na etapa de Moscovo da etapa do Mundo deste ano.
Tamila não esteve no seu melhor, o que não significa que não venha a estar quando nadar os 400 metros livres no Domingo de manhã, afinal a portuguesa fez uma viagem bastante mais extensa que os seus companheiros de selecção e certamente preferia nadar os 800 noutro dia dos campeonatos que não o primeiro.
O que é certo é que apesar de ter estado aquém do seu melhor, a jovem fundista preserva a precisão de um relógio suíço. Repare na consistência dos parciais a cada 100 metros:
- 1:02.13
- 1:04.68
- 1:04.37
- 1:04.77
- 1:04.60
- 1:05.27
- 1:05.13
- 1:04.35