Motores aquecidos para 2023: os testes de Portimão

Diogo SoaresMarço 13, 20234min0

Motores aquecidos para 2023: os testes de Portimão

Diogo SoaresMarço 13, 20234min0
Os últimos testes para o MotoGP 2023 já terminaram e Diogo Soares diz quem se saiu melhor neste ensaio final antes do arranque oficial

Terminaram este fim-de-semana os testes de pré-época de MotoGP, tendo este último teste sido realizado em solo luso, no Autódromo Internacional do Algarve. Diferente de Sepang, em que houve três dias de treinos, Portimão contou com apenas 2 dias de rodagem das carenagens, no sábado e no domingo.

Sábado

O primeiro dia de testes contou com um enorme domínio da Ducati e da Aprilia. Ao todo, as construtoras italianas colocaram 9 das suas motas no top-10 – 3 Aprilias e 6 Ducatis. Francesco Bagnaia ficou no topo da tabela com 1:38.771, seguido de Luca Marini e de Maverick Viñales a completar o pódio do dia. Miguel Oliveira terminou o dia em 6º lugar com um tempo de 1:39.466, ficando a 0.695 da marca do Campeão do Mundo de 2022.

Na Yamaha, não houve motivos para sorrir. O melhor tempo marcado fixou-se apenas na oitava posição, através de Fábio Quartararo. O Campeão do Mundo de 2021 registou 1:39.614, a mais de 8 décimos do melhor tempo. Franco Morbidelli não conseguiu fazer um tempo positivo tendo ficado pelo 21º lugar, com 1:40.414, a cerca de 1.6 segundos da marca do seu compatriota da Ducati.

Já nas hostes da Honda, os problemas verificados em Sepang persistiram. O melhor tempo foi de Alex Rins com 1:39.646, na 11ª posição. Marc Marquez conseguiu apenas o 19º lugar na tabela, marcando 1:40.170. Joan Mir e Takaaki Nakagami ficaram em 14º e 23º lugar, respetivamente. O 6x Campeão Mundial admitiu mesmo que a moto da construtora japonesa está muito distante da Ducati.

Nos austríacos da KTM, o cenário de sábado também não foi o mais animador. Brad Binder e Jack Miller colocaram as suas motas em 15º e 16, respetivamente, a mais de 1 segundo dos lugares cimeiros. Pior foi o desempenho da GasGas que apenas conseguiu como melhor resultado o 22º posto de Pol Espargaro, enquanto Augusto Fernandez terminou com o pior tempo do dia.

Domingo

No segundo dia, todos os tempos caíram de uma forma geral em relação ao dia anterior. Pecco Bagnaia manteve-se no topo, mostrando mais uma vez que a sua Ducati será a moto mais competitiva da época. Melhor que no sábado a construtora de Borgo Panigale meteu 7 pilotos no top-10.

Já na Aprilia foi diferente, os ganhos não foram tão significativos, tendo Miguel Oliveira terminado em 11º lugar. O seu companheiro de equipa Raul Fernandez ficou em 16º, já os pilotos oficiais da equipa de Noale ficaram em 10º e 12º, com vantagem para Aleix Espargaro sobre Viñales.

Na Yamaha, o dia acabou com um resultado mais feliz para Fabio Quartararo, mas não tão feliz para Franco Morbidelli. O francês terminou em terceiro lugar e elogiou a evolução feita entre sábado e domingo, mas pediu prudência, porque “a Yamaha ainda se encontra longe do topo”. Por outro lado, Morbidelli terminou em 19º e prevê-se que o italiano continue a sentir dificuldades na moto que persistem desde 2021.

A Honda não apresentou grandes melhorias de um dia para o outro. O destaque foi para Marc Marquez que conseguiu ascender à 14ª posição. Em declarações após o término dos testes, o espanhol considerou que foi o dia com melhores com melhores sensações da pré-época, mas que ainda assim, a construtora não pode ser otimista. Joan Mir, Alex Rins e ‘Taka’ Nakagami terminaram em 15º, 16º e 20º, respetivamente.

A KTM teve um dia complicado tal como no dia transato, com ligeira exceção para Brad Binder que conseguiu a oitava colocação na tabela. Jack Miller não conseguiu uma melhor posição, tendo acabado em 17º. Os pilotos da GasGas não conseguiram fazer muito melhor. Pol Espargaro terminou em 18º e Augusto Fernandez em 21º.

Já é possível fazer uma lista daquilo que será a competitividade de cada construtora, pelo menos, numa fase inicial da temporada. A Ducati surge como a melhor moto do ‘grid’, seguida pela Aprilia. As construtoras italianas parecem ser as principais candidatas aos títulos de 2023.

Quanto a Miguel Oliveira, o português parece estar ao mesmo nível que os restantes pilotos oficiais da Aprilia. Depois, o pelotão intermediário parece estar muito próximo entre eles e distante dos italianos. A Yamaha e a Honda parecem estar a depositar as suas esperanças de bons resultados no talento exímio de Quartararo e de Marquez. Já KTM precisa de trabalhar na saída das curvas, porque esse parece ser o maior problema da construtora, de forma a poder aproveitar o talento e a rapidez de Jack Miller e de Brad Binder.

O arranque do Mundial de MotoGP dá-se a 26 de março, em Portimão.


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