Limitação de Estrangeiros nos Campeonatos Portugueses: sim ou não?

É uma discussão antiga, com diferentes pontos de vista e cada um com o seu, uns concordam, outros discordam, mas é um tema recorrente, isto sobre os jogadores estrangeiros a jogar em Portugal terem, ou não, algum tipo de número limite.

Desde, pelo menos, a criação da Divisão de Elite, que as regras em relação aos jogadores estrangeiros vai sendo alterada, ao inicio era extremamente controverso a utilização de jogadores estrangeiros, pois estes só vinham para jogar as fases finais, mais precisamente Sporting CP e SC Braga, que durante vários anos não tiveram rivais e encontravam-se sempre na final e para tentar tirar alguma vantagem vinha sempre um ou dois jogadores de classe mundial para ajudar na tarefa de sagrar o campeão nacional.

Com o passar de alguns anos e de muitas queixas de que era injusto virem para a fase final outros jogadores que não fizeram qualquer jogo na fase regular e depois desequilibravam ainda mais o já existente fosso entre Sporting e Braga, para as restantes, implementou-se a regra de que qualquer jogador tinha de jogar X jogos da fase regular para poderem participar na fase final, ainda assim e não satisfazendo os críticos, mais recentemente foi implementado a mesma regra da Eurowinners, cada equipa pode contar com 3 jogadores de campo, mais 1 Gr estrangeiro. E só podem ser inscritos jogadores até à 2ª jornada do campeonato.

A regra, no entanto pode mudar e mudar, mas o que conta neste artigo é simples… Faz ou não sentido essa limitação? É naturalmente um pau de dois bicos, podemos defender que não, porque queremos que haja aposta na formação de jogadores portugueses e que para se desenvolver o jogador nacional é necessário haver oportunidade para tal e os estrangeiros veem ocupar o lugar desses mesmos jogadores, mas por outro lado baixamos naturalmente a qualidade do campeonato, porque naturalmente se deixa de estar presente os melhores, o campeonato desce de interesse e competitividade.

Atualmente o campeonato português é sem duvida um dos melhores campeonatos do mundo, talvez a par de Rússia e Itália, mas isso também se deve ao facto de contarmos, nos últimos anos, com jogadores como Rafa Padilha, Filipe Silva, Llorenç, Chiky, Antonio Mayor, Edu Suarez, Bernardo Botelho, entre muitos outros que por cá passaram no passado que nos proporcionaram jogos espetaculares.

Na minha opinião, faz sentido sim, limitar, mas não demasiado, deve haver um equilíbrio e os clubes devem tentar apostar num projeto em que consigam manter os jogadores cá, a treinar e competir e que não venham só cá para jogar, dessa forma há uma menor hipótese de criticar, pois é igual no Futebol e no Futsal, contrata-se jogadores que acrescentem qualidade e competitividade mas que estão cá… Obriga a um maior investimento, sim… Mas ao mesmo tempo um melhor projeto, a meu ver.

Até porque será benéfico para o jogador português também ter esses jogadores de forma regular em Portugal, quem os têm como colegas de equipa beneficiam diariamente no treino, com conselhos e qualidade puxa qualidade, por exemplo, treinar todos os dias com Madjer, Alan e Belchior, será certamente diferente do que treinar com os amigos, pela experiencia, qualidade e o que podemos aprender com eles. E quem os apanha como adversários beneficiam pela competitividade, obriga como adversário a treinar mais e investir mais para estar ao nível deles, pelo menos em termos físicos.

Portanto a meu ver, é importante manter estrangeiros no campeonato, mas de forma regular, que façam evidentemente parte da equipa e que não sejam elementos exclusivos para jogos, na minha opinião, até cria algum mau estar entre companheiros, quando os jogadores que estão no clube a treinar durante a semana ficam de fora da convocatória ou jogam menos para jogaram jogadores estrangeiros, aí sim parece-me que não há beneficio e nenhum jogador vai beneficiar ou evoluir com estrangeiros na equipa.

Será sempre motivo de discussão, mas Portugal sempre teve e sempre terá dos melhores jogadores da modalidade, será sempre um país de referência na modalidade e resta confiar também na lenda viva do futebol praia mundial, que nos vai certamente guiar a bom porto e tomar as melhores decisões possíveis em prol do desenvolvimento da modalidade. É a pessoa certa, no lugar certo.