Le Mans 2023: centenário pintado de vermelho pt.2
Este artigo do Le Mans 2023 foi escrito por Diogo Soares e Luís Moura
Le Mans 2023 foi histórico e é impossível resumir tudo numa só parte. Segue a parte 2 de uma das melhores edições das 24 horas de sempre.
Corrida
Após 1h40 em Safety Car foi dada a bandeira verde.
Ye Yifei, no #38 de António Félix da Costa, perdeu o carro e embateu com violência nas barreiras. O piloto ainda conseguiu levar o carro para as boxes de forma a ser reparado.
Com 5h de corridas, o Porsche #5 parou a meio de uma reta com problemas mecânicos, porém, Cameron Dane reiniciou o carro e conseguiu levá-lo para as boxes para que fosse verificado.
O carro #709 da Glickenhaus furou e danificou a suspensão com 6 horas de prova. Um golpe duro para a equipa americana que tinha neste carro a única esperança para acabar nos lugares cimeiros da tabela.
Já com a noite posta em Le Mans, os dois Toyota fizeram uma dupla paragem nas boxes, indo ao encontro da estratégia da Ferrari que também estava a parar os dois carros em simultâneo, até então. Neste momento da prova, o caos na tabela classificativa continuava. Os dois Ferrari lideravam, seguidos do Peugeot #94.
Para ajudar à festa, a chuva voltou para abençoar a noite. As equipas apressaram-se a chamar os pilotos para as boxes para trocar os pneus. A bênção foi concedida aos apaixonados pela competição que viram mais umas voltas repletas de loucura. Para os pilotos o desespero voltou com múltiplas saídas de pista e batidas perante uma chuva copiosa. O Cadillac #2 foi mais uma vítima da noite e da chuva e Richard Westrook não evitou um peão.
Quando se completava a 7ª hora de corrida o Porsche #75 teve um problema mecânico e foi lentamente até à boxe, onde entrou na garagem para verificar e tentar resolver o problema.
Depois da chuva se ter dissipado, a classificação estabilizou com a liderança da Ferrari, seguida da Peugeot e da Toyota, o que não durou muito.
O Ferrari #51 seguia tranquilamente na liderança da corrida quando o piloto da casa fez um peão sozinho. Um momento frustrante para os homens de Maranello.
Quando tudo parecia normalizado, numa slow zone, o Ferrari #66 da categoria GTE Am e o #35 da Alpine não abrandaram a velocidade e atingiram brutalmente o #7 da Toyota que foi forçado a abandonar. Um revés inesperado no centenário das 24 horas. Depois do violento acidente, Eduardo Freitas decretou primeiro o Full Course Yellow e depois Safety Car o que permitiu ao Ferrari #51 manter-se na volta do líder (Peugeot #94), depois do peão.
Aquando da saída do SC, o Toyota #8 apressou-se a ultrapassar o Peugeot #94 e ascendeu à liderança da corrida, imprimindo um ritmo avassalador para ganhar vantagem.
Mais um problema para a Porsche deu-se quando o Hypercar #5 teve problemas com fuga de água e viu-se obrigado a ir para as boxes.
A noite foi má conselheira para vários pilotos e equipas. Houve várias batidas e problemas mecânicos, nos quis, se destaca o #94 da Peugeot que chegou a liderar a corrida.
No início da manhã, o carro #38 da Porsche explorado pela Jota tornou a ter uma forte batida, mas desta vez o piloto que guiava o carro era António Félix da Costa. O carro recolheu à boxe para reparações, durante largos minutos.
A edição centenária de Le Mans continuou a fazer história. Não é muito usual no início da manhã dois carros estarem juntos a lutar por posição em pista, mas foi o que aconteceu com o #51 da Ferrari e o #8 da Toyota. O Toyota tomou a iniciativa de iniciar a luta com o Ferrari, depois de o ultrapassar nas boxes. Contudo, o #8 não aguentou a pressão do #51 e foi ultrapassado duas voltas depois da paragem.
Os problemas para a Peugeot não pararam e, depois de terem liderado a corrida foi sempre a descer. O #93 foi obrigado a recolher à boxe para resolver alguns problemas.
Com o decorrer da prova, as dúvidas de que esta foi a melhor edição das 24 horas de todos os tempos foram passando. A menos de 2 horas para o final da corrida, a luta pela vitória continuava em aberto, com o Ferrari #51 na liderança com cerca de 10 segundos de vantagem para o Toyota #8, o único em prova naquele momento. A tensão era elevada e Hirakawa (que pilotava o Toyota) quando perseguia o #51 cometeu um erro e não evitou uma saída de pista. O erro do piloto nipónico deu uma larga vantagem aos homens da Ferrari que só tiveram de gerir a corrida até ao fim.
Quando tudo parecia decidido, o líder parou nas boxes para a última paragem e algo de inusitado aconteceu. O #51 depois de abastecido demorou alguns segundos a pegar novamente e foi suficiente para os corações dos homens da Toyota e da Ferrari pararem por breves momentos. O piloto italiano conseguiu ligar novamente o carro e sair com uma vantagem de 50 segundos para o Toyota #8. Mais um momento de pura emoção.
O Glickenhaus #708 saiu de pista e embateu com alguma violência no muro de pneus, dando origem a mais uma slow zone.
Completadas as 24 horas mais intensas das 100 realizadas em Le Mans, a Ferrari fez história e cruzou à frente a linha de meta com o Ferrari #51. Em segundo ficou o habitual vencedor, o Toyota #8. O Cadillac #2 fechou o pódio com uma grande prova.
Na categoria LMP2 o grande vencedor foi o carro #34 da Inter Europol Competition, seguido do #41 da Team WRT e do #30 da Duqueine Team, respetivamente.
O #33 da Corvette foi o primeiro entre os GTE AM, à frente do #25 da ORT BY TF. A fechar o pódio ficou o #86 da GR Racing.
O centenário da mágica corrida das 24 horas de Le Mans ficou marcada por grandes momentos. Entre a chuva, o calor, as batidas e os problemas mecânicos, foram 24 horas que prenderam qualquer fã de desporto motorizado ao ecrã. O desejo é que para o ano se repitam as grandes ultrapassagens, defesas e batidas repletas de emoção e paixão.
Até para o ano, Le Mans!