Portugal nos Jogos (Dia 13): Pedro Pichardo voa para o Ouro

Fair PlayAgosto 5, 20215min0

Portugal nos Jogos (Dia 13): Pedro Pichardo voa para o Ouro

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Portugal chega à sua 4ª medalha em Tóquio depois de Pedro Pichardo ter saltado para o ouro no triplo-salto. O 13º dia relatado no Fair Play

4ª medalha para Portugal e, novamente, no triplo-salto, com Pedro Pichardo a “voar” para o ouro neste 13º dia de presença portuguesa em Jogos Olímpicos, que garantiu a sua melhor campanha até ao momento. Contamos a importância do feito, o que se passou com os outros participantes portugueses neste artigo de acompanhamento.

Artigo de Francisco Isaac (atletismo e canoagem) e João Bastos (natação)

O DESTAQUE DO DIA: PEDRO PICHARDO É CAMPEÃO OLÍMPICO

Na madrugada de quinta-feira, Portugal acordou com uma estrondosa conquista pela arte do salto de Pedro Pablo Pichardo, depois do atleta português ter sido o melhor entre os 12 salto-triplistas destes Jogos Olímpicos, conseguindo uma marca de 17,98, o que garantiu a melhor prestação de sempre (ou até agora) das cores nacionais em Olimpíadas. De entre os 92 atletas que viajaram para Tóquio, Pedro Pichardo era dos que tinha mais esperanças à sua volta (para além de Fernando Pimenta, Patrícia Mamona, Luciana Diniz, Jorge Fonseca e Telma Monteiro), isto devido às várias excelentes marcas que tinha vindo a somar nos últimos anos, impondo uma velocidade e técnica de salto de enorme nível, somando-se a cultura de trabalho e capacidade de foco que o tornaram um dos melhores do Mundo nesta disciplina do atletismo.

Ficou bem claro que não havia adversário à altura de Pedro Pichardo desde o primeiro salto nesta final, com nenhum dos seus adversários a sequer aproximarem-se de qualquer uma das suas três melhores marcas (duas vezes 17,61 e a tal de 17,98), ficando visto que o português era o superfavorito ao ouro e, talvez, a um recorde olímpico, sendo tudo possível para uma das referências actuais do triplo-salto. Depois de atingir a marca mais forte dentro das primeira três tentativas, o saltador luso percebeu que não havia adversário à altura ou capaz de igualar o seu principal salto, baixando o ritmo e a gerir a última metade da prova, observando o que cada um dos seus rivais ia ou não fazendo.

Apercebendo-se que o ouro já estava garantido, Pedro Pichardo ainda tentou melhorar a distância na 6ª tentativa, mas uma pequena lesão/incómodo no pé não permitiu completar o salto em condições e acabou a sua prestação nos Jogos Olímpicos com o orgulho de ter conquistado uma medalha de ouro e ajudado Portugal em atingir a sua melhor prestação no maior evento desportivo à escala globo, ficando a promessa que isto é o início de uma era de glória para si e para o atletismo português.

A RECUPERAÇÃO: TERESA PORTELA CHEGA AO DIPLOMA OLÍMPICO

Quem ajudou, também, à comitiva portuguesa a atingir as metas do Comité Olímpico de Portugal, foi Teresa Portela, que atingiu a final do K1 500 metros, terminando no 7º lugar, isto depois de não ter sido capaz de chegar à final do K1 200, a sua distância favorita da canoagem. Com algum cansaço já somado, a canoísta deu o seu melhor na final desta competição, e acabou por cruzar a meta com um tempo de 1:55.814, algo abaixo do que tinha conseguido nas meias-finais, que foi na ordem dos 1:52.557 (a repetição deste tempo na última largada para as medalhas teria valido o bronze), pondo fim à sua prestação nestas Olimpíadas com um 7º lugar, a sua melhor prestação de sempre neste evento.

Não é fácil para um atleta recuperar mentalmente de não ter conseguido atingir a final da sua distância favorita, ficando sempre a sensação que algo poderia ter corrido melhor, mas só os melhores é que são capazes de recuperar e voltar a ir à luta, como foi o caso da canoísta portuguesa, que atingiu tempos de excelência nestes K1 500 metros, nestes seus 4ºs Jogos Olímpicos, com um 3º Diploma Olímpico em quatro possíveis.

A ESTREIA: TIAGO CAMPOS ENTRA EM CENA

Tiago Campos cumpriu a sua estreia olímpica na última madrugada na maratona aquática de 10 km no Parque Marítimo de Odaiba, às portas de Tóquio. O nadador de 22 anos, do Clube de Natação de Rio Maior, treinado por Nuno Ricardo, partiu com o dorsal 24 para cumprir as 7 voltas do circuito marítimo com água a 29,3ºC e humidade relativa de 85%. Cedo se percebeu que a prova ia ser muito dura, não só pelas condições em que iria ser disputada, como pelo ataque ao km 0 do alemão campeão do mundo em título Florian Wellbrock que impôs um ritmo que deixou em dificuldades todos os 26 nadadores que alinharam à partida.

Com um pelotão bem esticado, Tiago passou a meio da prova bem posicionado, na 14ª posição. Contudo, com o avançar dos quilómetros, as dificuldades e o desgaste foram-se acumulando e o nadador português perdeu o contacto com o pelotão principal indo em clara perda física a perder posições e com dificuldades gástricas que fizeram com que o objetivo passasse a ser o de concluir a prova.

Tiago classificou-se no 23º lugar final, encerrando assim a participação portuguesa na natação (pura e águas abertas) olímpica de Tóquio. A prova foi vencida pelo alemão Florian Wellbrock, com a prata a ir para o húngaro Kristof Rasovsky e o bronze para o italiano Gregorio Paltrinieri.

A agenda inspirada na Tocha Olímpica e Pedro Varela (Foto: Fair Play)

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