Jogos Olímpicos 2024: Como foi o dia 1 e 2 para Portugal?
Um fim-de-semana que já teve um alguns portugueses em acção nestes Jogos Olímpicos, com as notas principais de destaque a irem para a qualificação de Filipa Martins, o 7º lugar de Nélson Oliveira no contrarrelógio e a vitória nos pares de Francisco Cabral e Nuno Borges. Por isso, fiquem com os três positivos e um único ponto mais negativo.
POSITIVOS
NÉLSON OLIVEIRA, O SENHOR CONSISTÊNCIA
Como em 2016, o ciclista português Nélson Oliveira arrecadou um novo 7º lugar após realizar uma excelente prova terminando com um tempo de 37 minutos e 43 segundos, tendo ficado a apenas um minuto do 3º lugar ocupado pelo belga Wout van Aert. Depois de ter terminado em 41º lugar em Tóquio, o atleta de 35 anos da Movistar Team lambeu as feridas e trabalhou ano após ano para garantir que voltasse a elevar Portugal a um lugar extramente honroso, impondo-se bem entre as curvas e piso molhado da capital francesa. Esta classificação garantiu o primeiro diploma Olímpico para Portugal, demonstrando também o quão talentoso Nélson Oliveira ainda é dentro do contrarrelógio internacional.
FILIPA MARTINS E UMA FINAL HISTÓRICA
Com o 18º melhor resultado, a ginasta Filipa Martins garantiu o acesso à final da ginástica artística, algo que nunca tinha sido capaz de fazer nas suas primeiras duas participações nos Jogos Olímpicos. Não vale a pena alongar muito este destaque porque será importante oferecer todo o quadro quando a portuguesa fechar a sua participação, mas o facto é este: é que depois de cinco operações aos tornozelos, e recuperações complicadas, Filipa Martins não desistiu e ofereceu uma réplica memorável em Paris, merecendo todo o carinho e atenção possível.
🤸 Filipa Martins 🇵🇹 voa na prova de salto sobre a mesa 🤩 pic.twitter.com/7LQGThCEp6
— Eurosport Portugal (@EurosportTV_Por) July 28, 2024
FU YU ARRUMA COM A Nº14 MUNDIAL
A atleta Fu Yu do Grupo Desportivo do Estreito e que está a representar novamente Portugal nuns Jogos Olímpicos, qualificou-se para a ronda seguinte do ténis de mesa individual, derrotando a 14º do Mundo, Jeon Ji-Hee pelos parciais 11-7, 11-6, 13-11 e 11-9 e está apurada para os 32-avos. A opositora seguinte será Suthasini Sawettabut (tailandesa) ou Natalia Bajor (nº28 no ranking mundial), com o encontro a estar marcado para o dia 30 de Julho. Jieni Shao também está qualificada para os 32-avos, com a austríaca Sofia Polcanova a ser a adversária!
NEGATIVO
CATARINA COSTA E UMA PAUSA NUM SONHO
Desalento… São 4 anos de suor, dedicação, trabalho, resiliência e superação, e depois, depois vem o sabor amargo de uma derrota, com sabor a injustiça… Mas o jogo é assim.. todos o conhecem e sabem como funciona. Hoje, no arranque da competição olímpica de Judo, uma das candidatas à luta pelas medalhas, Catarina Costa, depois de um arranque a todos o gás, categórico, contra a poderosa adversária, Katharina Menz, da Alemanha, que já a tinha derrotado Catarina por 3 vezes, deixou no ar a ideia de que poderíamos ter uma reedição da grande prestação de Tóquio 2020, e ver Catarina ma luta pelas medalhas, da competitiva e imprevisível categoria dos 48Kg femininos. Mas a Paraguaia Gabriela Narvaez, número 60 do ranking mundial tinha outros planos, e derrotou, surpreendentemente, já no golden score, a judoca portuguesa. Foi um balde de água fria, uma enorme desilusão e Catarina não merecia! Trabalhadora, focada, um exemplo de dedicação e compromisso, que tanto trabalhou para estar em Paris, saiu cabisbaixa, devastada pelo sabor de uma derrota que ninguém antevia, e o sonho ficou por aqui. Fica a lição, e que todos os outros ponham os olhos no que aconteceu a Catarina Costa, a fronteira entre o sucesso e a derrota é muito ténue.
Por João Camacho